Críticas

Crítica | Angry Birds: O Filme

O aplicativo – ou app – Angry Birds foi lançado em dezembro de 2009 apenas para os celulares da Apple. O jogo virou um sucesso imediato. O que fez com que a empresa finlandesa Rovio lançasse versões para os celulares com sistema Android e para os demais sistemas existentes. A Rovio, desde então, tem criado outros jogos baseados no original e esse teve o seu particular mundo levado para os mais diversos meios, como a televisão, por meio de uma série animada.

Quem diria que aquele jogo no qual diferentes pássaros são lançados por um estilingue para acabar com porcos e suas construções, porque esses roubaram os ovos daqueles, acabaria se tornando também um filme? E um bom filme! Sim, Angry Birds estará nas grandes telas de cinema, não só mais nas pequenas telas de celulares; pequenas, comparadas às dos cinemas.

A história de Angry Birds, escrita pelo roteirista Jon Vitti, um versátil roteirista que tem uma boa experiência em animações, como Os Simpsons – O Filme (2007) e filmes que misturam seres humanos e personagens gerados por computador como Alvin e os Esquilos (2008), gravita em torno de Red, dublado no Brasil, por Marcelo Adnet e, em inglês, por Jason Sudeikis (O Maior Amor do Mundo, 2016). Red e todos os outros pássaros do jogo vivem em uma ilha. Devido ao seu difícil temperamento, Red é sentenciado a fazer um curso para controlar sua raiva, dado pela passarinha Matilda, cuja voz, no Brasil, ficou a cargo de Dani Calabresa e no original por Maya Rudolph (Irmãs, 2015).

No curso, Red conhece o pássaro amarelo e superagitado, Chuck, que tem a voz do Fábio Porchat, aqui, e Josh Gad (Pixel, 2015), lá fora; Bomba, dublado em inglês por Danny McBride (Sob o Mesmo Céu, 2015) com uma peculiar característica de explodir quando é fica tenso e Terence, um parrudo pássaro de poucos amigos e “dublado” por Sean Penn na versão original. Mas mesmo com este curso, Red não se encaixa no que é esperando para um pássaro. Porém está vida idílica está para ter seus dias contados. Um dia, um barco vindo não se sabe lá de onde aporta em uma praia da ilha e surgem de dentro dele os porcos.

Essa história criada por Jon Vitti conseguiu ser boa, apesar dos pouquíssimos elementos que o jogo original fornece. Jon, apesar de criar um roteiro simples, elaborou de uma forma que fica a animação fica divertida para as crianças, por causa do seu ritmo e visual, mas também é engraçada para os adultos por causa das tiradas que vire e mexe uma das personagens faz.

Falando nas personagens, elas – os diversos pássaros –, têm as suas personalidades e suas ações no longa baseados nas suas características no jogo, como a rapidez de Chuck ou a explosão do Bomba. A primeira parte na qual eles são apresentados, apesar dos diversos detalhes, ficou interessante, porque existem diversos tipos – ou melhor dizendo, espécimes – que são apresentados. Red e a relação deles com os outros pássaros chega ser mais interessante do que o outro momento do filme no qual os porcos surgem.

Angry Birds: O Filme é a estreia dos veteranos animadores, Clay Kaytis e Fergal Reilly. Clay é um experiente animador dos Estúdios Disney tendo trabalhado em Detona Ralph (2012) e Enrolados (2010). Já Fergal trabalhou em animações como Hotel Transilvânia (2012) e Tá Chovendo Hambúrguer (2009); ambas da Sony Pictures. Clay e Fergal, portanto, entendem muito bem o que funciona ou não em uma animação e souberam fazer as escolhas certas para que o filme dos pássaros lembrasse o jogo do qual se originou, mas tivesse vida própria e possa ser continuado.

O visual do filme é fantástico. Os detalhes do filme – penas, água, pedras, nuvens, árvores – demonstram como se teve um cuidado com todos os aspectos desta produção. É um trabalho muito bem realizado pelo diretor de arte, Pete Oswald. Pete, como os diretores, também estreia na função nesse trabalho. Também é um grande trabalho a trilha sonora composta pelo brasileiro Heitor Pereira. Ele faz constantemente trabalhos em filmes de Hollywood, como Minios (2015) e Perdido Pra Cachorro (2008) e criou para este trilhas que dão um impulso maior as cenas que elas são utilizadas.

Um porém é o uso do 3D. A tecnologia não é tão utilizada assim ao longo do filme, portanto não precisa ser necessariamente visto neste formato. Apesar de ser baseado em um jogo para dispositivos móveis, Angry Birds: O Filme conseguiu reunir uma equipe de profissionais de animação que conseguiram fazer um excelente trabalho. Acabou virando um filme que entretém tanto adultos quanto crianças.

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