Críticas

Crítica | As duas faces de Janeiro

Com potencial para ser um intrigante thriller à moda antiga, As Duas faces de Janeiro (Two faces of January, 2014) infelizmente não decola e decepciona. Sem desenhar uma trama inteligente ou ao menos que prenda a atenção do espectador, a fita acaba tornando-se monótona.

Chester (Viggo Mortensen) e Colette (Kirsten Dunst) formam um casal de turistas americanos em visita a Atenas, Grécia. Em um dos passeios turísticos, são abordados pelo misterioso guia turístico Rydal (Oscar Isaac) que passa a acompanhá-los durante toda a trama a partir de uma sequência de fatos catastróficos na vida dos três.

Nada é o que aparenta ser neste roteiro, e o personagem Rydal, de caráter ambíguo e que vive aplicando pequenos golpes em turistas, acaba sendo envolvido na teia de um crime que pode acabar com sua vida.

Em meio às ruínas gregas, o cenário funciona como metáfora para refletir a decadência moral dos protagonistas. Há também simbolismos com o primitivismo humano que aqueles indivíduos acabam apelando em determinado ponto do filme para justificar seus atos.

Em uma interpretação nada simpática, Viggo Mortensen não acrescenta muito ao seu personagem alcoólatra e Dunst faz uma Colette insossa.

Resta a Oscar Isaac explorar em sua atuação a complexidade de um trambiqueiro americano em terras gregas com passado misterioso através de olhares e trejeitos cheios de significados que ajudam a manter o interesse na fita.

Mesmo baseado em um livro da celebrada Patricia Highsmith, a grande verdade é que o filme não desperta muito interesse e a trama central logo afunda lá pela metade da projeção. O diretor iraniano estreante, Hossein Amini, foi mais feliz como roteirista de Drive (2011) do que nesta empreitada.

Por Marcello Azolino
www.facebook.com/marcello.azolino

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