Baseado no livro homônimo de Liz Tuccillo, Como Ser Solteira (How To Be Single) traz cinco perspectivas de como lidar com a vida de solteiro. Alice (interpretada por Dakota Johnson) é aquela figura do grupo de amigos que dificilmente está solteira. Você pode dizer que ela é bonita demais para isso, mas pode ser que ela simplesmente não saiba lidar com a solidão. Em um surto de revolução pessoal, ela dá uma pausa no namoro e resolve se dedicar a si mesma.
Quem não gostou da atuação de Dakota em 50 Tons de Cinza, dificilmente pensará diferente dela nesse papel. A atriz não convence e se torna novamente a garota que morde o lábio ao ver um cara bonito. Voltando a história, Alice se muda para Nova York e começa a trabalhar em um escritório de advocacia. A responsável por apresentar o lugar é divertidíssima Robin (Rebel Wilson, de A Escolha Perfeita). Diferente da recém-chegada, ela sabe bem o que quer: curtir a esbórnia que só a cidade que nunca dorme, apelido popularizado por Frank Sinatra, pode proporcionar.
Não demora que Alison Brie entre em cena como Lucy, uma mulher que procura o príncipe encantado em sites de relacionamento. Tão dependente da tecnologia, ela cria um macete para encontrar o amendoim perfeito, como explica para Tom (Anders Holm, do polêmico A Entrevista). Dono do bar que fornece wi-fi para Lucy, o personagem de Holm é a encarnação do desapego e faz literalmente de tudo para não se envolver com as mulheres que leva para cama.
Fechando o elenco principal temos Meg (Leslie Mann), uma mulher mais velha que conquistou independência financeira e sucesso profissional, mas se pegou apaixonada pela ideia de ter um bebê. Integram o enredo Nicholas Braun, Jake Lacy e Damon Wayans Jr.
Diferente de sua obra anterior, Simplesmente Acontece (Love, Rose), Christian Ditter dirige uma obra sem tanta carga dramática, afinal, Como Ser Solteira é uma comédia romântica. Com ajuda da trilha sonora interessante e a fotografia de Christian Rein, o diretor consegue criar um contraste eficiente no clima feliz proporcionado pela bebedeira e pegação e os momentos sóbrios e solitários de Alice.
O longa não arranca gargalhadas, mas traz ótimas cenas – principalmente as que envolvem Robin e sua mania de acordar bêbada sem lembrar de com quem dormiu. As soluções dos plots pessoais também parecem optar pela saída mais fácil e caem em clichês ainda maiores.
Infelizmente, entre a comédia e o drama, o roteiro de Abby Kohn, Marc Silverstein e Dana Fox acaba não ganhando força em nenhum. As passagens bruscas entre as temáticas tiram a força de cenas que poderiam acrescentar algo além do riso curto nos lábios do espectador.