Críticas

Crítica | Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi

Zumbis. Desde o já clássico filme de George Romero, A Noite dos Mortos-Vivos, de 1968, vire e mexe, surgem, – principalmente de dentro dos túmulos – longas-metragens cujo tema é o assustador retorno à vida de mortos ou a transformação de pessoas vivas em mortos que andam ou correm.

Porém, na última década, houve um aumento no número de aparições deste tipo de monstro tanto nos cinemas, quanto na televisão e em videogames. Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi é um dos mais recentes exemplos da recente leva deste subgênero de terror.

A história do filme começa praticamente igual a de muitos antes dele com o mesmo tema: em uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, um incidente acaba libertando um estranho vírus usado em uma sombria experiência. Entretanto, apesar da premissa ser parecida com a de muitos longas anteriores, a forma como isto é feita já o diferencia destes. Existe uma pegada de humor neste filme.

Enquanto isto, na escola da cidade, três adolescentes escoteiros, Ben (Tye Sheridan, de Joe), Carter (Logan Miller, da série Uma Banda Lá Em Casa) e Augie (Joey Morgan, em seu primeiro filme) estão se preparando para mais um acampamento. Mas apenas Augie continua com a mesma empolgação. Ben e Carter estão com outros interesses: o primeiro está querendo namorar a irmã de Carter, Kendall (Halston Sage, de Cidades de Papel) e o segundo está querendo ficar com qualquer garota que tope. A amizade desses dois e Augie fica estremecida por causa desses diferentes desejos de cada um.

Preparando-se, seja para o acampamento, seja para a festa secreta do terceiro ano da escola, os três não perceberam que a cidade estava sendo tomada por zumbis. Quando deram por si, a cidade já estava infestada. Junta-se a ele, depois, uma jovem, Denise (Sarah Dumont, de Como Não Perder Essa Mulher), com a qual já tinham conversado antes. Os quatros, portanto, terão que se manter vivos e tentar salvar a turma da escola que está em um local desconhecido.

Os quatro atores principais, apesar deste ser um dos primeiros trabalhos deles no cinema, não têm muita dificuldade em interpretar os seus papéis. Todos eles acabaram de sair da adolescência, portanto, sabem muito bem como um se comporta. Sem menosprezar o trabalho que fazem em cena, apenas se constatando o que foi exigido deles, os quatro cumpriram a risca. Os estereótipos dos seus personagens – o tarado, o normal, o nerd e garota que não se encaixa nos padrões de comportamento – transmitem o tom de comédia da história.
A ideia de misturar terror e comédia não é nova, porém. Um exemplo, não muito bem sucedido à época, A Hora do Pesadelo 2: A Vingança de Freddy (1985), no qual um jovem rapaz é perseguido pelo personagem-título. Essa perseguição, apesar de tensa, em alguns momentos, tem momentos cômicos.

São nesses momentos cômicos com pitadas de vergonha alheia que os roteiristas Carrie Lee Wilson, Emi Mochizuki e Christopher Landon apostaram. Os dois primeiros já tinham escrito juntos o roteiro da comédia Como Viajar com o Mala do Seu Pai (2008). Aliás, o primeiro e o último trabalho de ambos no cinema.
Nessa retomada, eles se basearam em uma história de Lona Williams e se juntaram com Christopher Landon, também o diretor de Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi e um dos roteiristas da franquia Atividade Paranormal, para escrever um roteiro no qual se mistura escoteirismo, hormônios e zumbis. Este é o quinto filme no qual Christopher Landon é o diretor. Apesar da pouca experiência deste norte-americano, o trabalho apresentado por ele agora esta em um ótimo nível.

Em um filme como este não poderia deixar citar um aspecto fundamental: a maquiagem. Sob a responsabilidade de Cary Ayers e Michael Broom, os zumbis estão horrivelmente bons. Cary trabalhou em filmes como Sobrenatural: A Origem (2014) e na última temporada da série American Horror Story, enquanto Michael cuidou dessa parte em X-Men: Primeira Classe (2011). Estão em sintonia, também, efeitos visuais e especiais. Em várias cenas, efeitos visuais foram usados de maneira quase imperceptíveis.

A história de Como Sobreviver a Um Ataque Zumbi se passa em um dia, portanto, também, durante a madrugada. Por esta razão, muitas cenas se passam no escuro, porém o diretor de fotografia Brandon Trost, de A Entrevista (2014), conseguiu trabalhá-las de uma maneira coerente com as situações nas quais os personagens principais estavam envolvidos.

A ideia, portanto, de misturar besteirol adolescente americano com filme terror até que não é uma má ideia. Quando os roteiristas acertam a mão, até que pode sair um filme bem divertido.

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