Juventude Perdida

Crítica: Euphoria – 2ª Temporada – Episódio 1

Ponto de partida da segunda parte da série criada por Sam Levinson continua na mesma pegada, agora, focando um pouco mais no etéreo de ser jovem

Foi uma barulheira quando Euphoria chegou em meados de 2019!

No começo, muito disso era pela estrela do show Zendaya, que nos últimos anos foi catapultada ao status de grande estrela mundial, especialmente adorada entre o público mais jovem. Agora, porque Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa tornou-se a maior sensação e bilheteria do ano anterior, certamente, veremos a carismática atriz de apenas 25 anos de idade ser elevada à níveis ainda mais altos, se isso for possível!

Porém, só Zendaya talentosa como é, não seguraria todo o peso de carregar nas costas o que representa o material da série desenvolvida por Sam Levinson, obviamente. Assim, testemunhamos Levinson expor aquilo que, ainda, chama mais a atenção da sociedade, seja para agradar ou polemizar: nudez e sexo.

Lembram da afirmação “sexo vende”? Então, considerável parte comprou com prazer, enquanto a outra questionou os valores da obra em revelar de forma tão explícita partes do corpo masculino e feminino, além das encenações sexuais do tipo bem fervorosas.

Curioso que esse grupo que se mostra tão ativo contra nudez e sexo, não se pronuncia tanto quando a narrativa comenta sobre a devastação causada pelas drogas, especialmente na América; como também da violência gráfica e brutal, associada diretamente à primeira.

Sam Levinson explora este universo jovem sobre sexo, drogas e violência, exatamente para indicar todos os perigos mortais que rondam tudo isso. Ele próprio já revelou suas lutas pessoais com as drogas quando adolescente e jovem adulto.

Agora, finalmente, temos o início de uma nova temporada de Euphoria, que já disponibilizou o primeiro episódio na plataforma HBO Max.

Tentando chegar ao céu antes de fecharem a porta

Analisamos pelo episódio inicial que Sam Levinson planeja manter nesta temporada, exatamente o que tem garantido o sucesso com o público, ao mesmo tempo que indo mais fundo nos visíveis problemas de alguns dos personagens centrais, como Rue (Zendaya), Jules (Hunter Schafer), Nate (Jacob Elordi), Chris (Algee Smith), Cassie (Sydney Sweeney) e Fezco (Angus Cloud).

O último citado foi o maior destaque desse capítulo, portando um personagem que dispõe de uma calmaria consciente assustadora, assim como uma fúria incontrolável e avassaladora.

Como já era esperado, Levinson continua abusando no estilo visual, assim como na trilha sonora que sempre bomba eletricidade nas cenas. Contudo, percebemos que em alguns momentos isso vai além da estilização estéril, vide a cena perto do final onde vemos ele filmar seu elenco sendo iluminado fortemente por uma luz branca, acompanhado de uma trilha que lembrou o belíssimo trabalho de Hans Zimmer em Interestelar (2014) de Christopher Nolan.

O criador de Euphoria claramente quis indicar a luz no fim do túnel vistas pela perspectiva de alguns personagens em destaque, deixando no ar que talvez para algum deles este seja o fim da linha. Ao mesmo tempo, ouvimos sons etéreos que exprimem algo elevado, um tipo de beleza feroz que só se encontra na juventude; sons que como as luzes, ameaçam se extinguir em cada linha de pó, ou soco desferido.

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