Críticas

Crítica | Ex Machina

Em Ex Machina, Caleb é um programador em uma multinacional que é selecionado para participar de um experimento de inteligência artificial. Mantido em segredo, o projeto é conduzido pelo milionário excêntrico Nathan em sua residência isolada de tudo e de todos.

O filme se desenvolve a partir da chegada de Caleb na residência de Nathan, uma casa futurística e labiríntica que dá um tom de estranheza para cenários extremanente clean e herméticos. Apesar da restrição do ambiente, o roteiro valoriza as interações entre criador e máquina, bem como entre máquina e cobaia, no caso, Caleb.

Com discussões afiadas e pausas silenciosas, Ex Machina não investe em ação ou explosões. Eis um filme de ficção mais cabeça, talvez na linha do sensacional Gattaca – Experiência Genética. Com uma condução da história sóbria, o diretor Alex Garland estreia com bastante potencial na direção. Alex está atualmente desenvolvendo o roteiro da adaptação para o cinema do famoso jogo de videogame Halo.

O verdadeiro espetáculo de Ex Machina é, sem dúvida, a robô Ava, que talvez seja uma das representações de inteligência artificial mais complexas que Hollywood já produziu. Portando sentimentos bastante “humanos”, Ava se apaixona, questiona, manipula e possui ambições. Quando ela aparece no vídeo é sempre curioso assistir a forma como ela conduz os diversos experimentos com o ingênuo Caleb, muito bem interpretado por Domhnall Gleeson (de Frank).

Ava possui a face emprestada da atriz sueca Alicia Vikander (de O Amante da Rainha), que faz um trabalho brilhante com suas feições expressivas para exprimir sentimentos. Um belo trabalho de fusão de efeitos especiais com a atuação de um ser humano. Mais futurístico impossível.

A composição de Oscar Isaac também merece destaque já que seu Nathan é obscuro, estranho e cheio de segredos. Isaac está em uma ascensão invejável na indústria cinematográfica norte americana, além de ter feito inúmeros filmes nos últimos anos, sempre garante atuações complexas bem sucedidas.

Ex Machina é uma boa ficção científica para aqueles que curtem pescar referências filosóficas e apreciar uma trama mais cerebral sobre inteligência artificial. Entretenimento cabeça sem ficar chato.

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