Críticas

Crítica | Grace: A Princesa de Mônaco

Após uma controversa abertura no Festival de Cannes em 2014, Grace: A Princesa de Mônaco provou ser uma cinebiografia arrastada e melosa sobre a Princesa que abalou o principado de Mônaco na década de 60. Depois de ser execrado pela critica, o filme acabou não sendo lançado nos cinemas norte-americanos e foi “despachado” diretamente para o canal Lifetime, especializado em telefilmes dramáticos.

O filme possui uma produção consistente, figurinos impecáveis e uma reconstituição eficiente da época. No entanto, falta alma para o projeto funcionar. O enredo é centrado em um período de crise entre Mônaco e a Franca e o dilema pessoal de Grace Kelly (Nicole Kidman) em retornar ou não a Hollywood. Já consagrada com um Oscar de melhor atriz, a atriz teve que abrir mão de sua carreira bem sucedida para abraçar a vida de princesa no luxuoso principado.

Em meio a tensão política entre o Príncipe Rainier e Charles de Gaulle, surge Alfred Hitchcock assediando Grace para estrelar sua mais nova produção, Marnie. A partir dai se desenrolam diversas situações para abordar o quanto Grace Kelly era forte e foi determinante diplomaticamente para amenizar os conflitos políticos do pequeno país daquela época.

Por mais que a história da princesa mereça uma adaptação nos cinemas, surge aqui uma cinebiografia pálida, sem graça, que carrega um tom bastante semelhante aos telefilmes sobre celebridades. Com uma trilha sonora cafona e cenas muitas vezes constrangedoras, Grace acaba se tornando um fiasco.

Dirigido por Olivier Dahan, responsável pela cinebiografia de Edith Piaf (La Vie en Rose), o diretor francês peca ao adotar o timing errado para suas cenas e por conduzir sua direção guiada pelo fraco roteiro de Arash Amel. A direção de atores também não é nada elogiável. Se Dahan contou com uma atuação arrebatadora de Marion Cotillard em La vie en Rose, aqui a história é bem diferente.

Nicole Kidman até que se esforça para entregar uma atuação muitas vezes sensível, porém em certos momentos abusa da sacarina e sai do tom. Tim Roth está bastante engessado na pele de Rainier e Paz Vega se limita a fazer caras e bocas ao interpretar Maria Callas. O personagem mais palatável finda sendo o conselheiro de Grace, o padre interpretado por Frank Langella.

Grace: A Princesa de Mônaco já esta disponível no Netflix americano, porém, a Playarte ainda não se manifestou se lançará comercialmente o filme nos cinemas brasileiros. Se depender de seu histórico, vai direto para o limbo dos filmes engavetados.

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