Críticas

Crítica | Horas de Desespero

Horas de Desespero (No Escape) faz algo que é cada vez mais raro em filmes de ação e suspense: mantém a intensidade da ação no mesmo nível durante o decorrer de todo o filme, exceto por uma pequena cena introdutória dos personagens.

O filme conta a história de Jack Dwyer (Owen Wilson), sua esposa Annie (Lake Bell) e suas filhas Lucy (Sterling Jerins) e Beeze (Claire Geare), que se mudam para um país da Ásia devido ao novo emprego de Jack. Enquanto a família se estabelece no hotel em que estão hospedados, acontece um golpe liderado por terroristas, motivado por um acordo do governo para que uma empresa americana controle o sistema de água no país.

A ação do filme abre com estes rebeldes entrando em um embate com a polícia local e Jack voltando para o hotel em meio a este embate. No momento que ele chega no hotel, nós descobrimos o que será a motivação de Jack e sua família ao longo do filme: os rebeldes pretendem matar todos os americanos que estiverem no país, devido ao acordo sobre o controle da água.

O modo como é desenvolvido esse constante perigo de morte, por estarem sendo caçados, e o desconforto de serem estranhos numa terra estranha, são dois pontos muito fortes do filme. A maneira que o roteiro descreve esses pontos utilizando o mínimo possível de clichês para resolver essa situação de perigo e isolamento é algo simplesmente admirável. Não só isso, mas também o modo como em diversas cenas onde se espera um clichê de filme de suspense, o filme utiliza a expectativa desse clichê para levar a cena a um desfecho completamente inesperado.

No entanto, o que faz o filme ser tão atraente é a escolha de Pierce Brosnan no papel do ex-agente britânico Hammond, para poder, de certo modo, liberar os personagens principais para atores que seriam completamente inesperados em um filme de ação, o que acaba por criar uma grande empatia entre o público e esses personagens, que não são os típicos personagens de filmes de ação, e sim uma família comum que tem que sobreviver em uma situação altamente perigosa, e que o fazem do mesmo modo que grande parte de nós provavelmente faríamos. O filme usa a empatia que criamos com essa família para nos mergulhar ainda mais no suspense dessa situação que por si só já seria assustadora, estar “sozinho” em um lugar onde todos querem te matar.

E por causa da ótima escolha de elenco e do excelente modo como é utilizada a ação e o suspense na história, o filme consegue te manter na expectativa do que vai acontecer, do momento em que a ação começa até o final.

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