Críticas

Crítica | Linda de Morrer

A morte caiu muito bem à Gloria Pires no mais recente filme em que ela participa: Linda de Morrer. Esta produção da Globo Filmes e Migdal Filmes, dirigida por Cris D’Amato, que também dirigiu S.O.S Mulheres Ao Mar, pode ser classificada como uma comédia espírita.

O roteiro de Carolina Castro e Jô Abdu mostra a história da Dra. Paula, interpretada por Gloria Pires. Ela inventou nada mais, nada menos que a cura para a celulite. Por causa de seu trabalho incessante na sua clínica estética e na criação do remédio, sua relação com a filha Alice (Antonia Morais, filha de Gloria) não é das melhores.

Porém, as coisas não seguem como a Dra. Paula planejava: ela acaba morrendo. No cemitério, ela acaba encontrando outro espírito, a da mãe-de-santo Lina (Suzana Vieira). Esta lhe diz que poderá contar com a ajuda de seu neto Daniel (Emílio Dantas, do musical Cazuza e da novela das 18h da Rede Globo, Além do Tempo), um psicólogo, que também tem o mesmo dom da avó para enxergar os espíritos. Será com a ajuda dele que Paula conseguirá resolver as pendências que deixou em vida, junto à filha e ao sócio na clínica e na criação do medicamento, Francis (Angelo Paes Leme).

A história é leve e tem uma sacada muito interessante. Temas como o da vaidade feminina que acaba cegando as mulheres para as consequências dos diferentes tratamentos e medicamentos que utilizam para alcançar o imposto padrão de beleza são tratados no filme.

Outro exposto no filme é a cegueira causada pelo trabalho que acaba consumindo a pessoa e não deixa ela perceber o que está à volta dela. E um terceiro tema é o do embate entre ciência e religião. Tema este mostrado pela não aceitação de Daniel do seu dom de médium, por causa da sua formação acadêmica como psicólogo.

Além da boa atuação de Gloria Pires, Suzana Vieira também está muito bem em seu personagem. Mas não só estas duas atrizes experientes estão bem. Antonia Morais e Emílio Dantas estão à vontade nas cenas. Percebe-se que Antonia é um pouco crua como atriz ainda, mas tem potencial para se desenvolver.
Destaco ainda a atriz Priscila Marinho, que está ótima no papel da empregada doméstica Jaci. Fazendo muito bem a transformação pela qual a personagem passa.

A produção está caprichada. Muito bem filmada, os aspectos técnicos como os efeitos especiais nas cenas de contato entre espíritos e vivos são bem feitos. A iluminação bem realizada se aproveitando, como em muitos filmes gravados no Rio de Janeiro, do magnifico Sol e da disposição geográfica da cidade. Pode-se dizer que esta produção é um arroz com feijão muito bem feito. Assim, este filme faz com o que se passe quase uma hora e meia bem agradável no cinema.

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