Críticas

Crítica | My Little Pony: O Filme

My Little Pony é uma daquelas marcas que já faz parte de um imaginário popular infantil, sendo uma daqueles nomes que dominam o meio das crianças sem mesmo entender o que fez mais sucesso, ou como começou tal domínio. My Little Pony aparece como brinquedo, série animada de televisão, jogos eletrônicos e no cinema, recebendo agora uma estreia do tamanho de seu sucesso. A marca é um fenômeno transmídia e muito do seu pensamento de sucesso está nesse longa animado.

My Little Pony: O Filme conta a história de Twilight Sparkle, a princesa da amizade. Ela é responsável por organizar um grande festival em Equestria para celebrar a amizade daqueles que vivem ali, o evento contará até mesmo com a participação da famosa Pony cantora Songbird Serenade (interpretada no original pela cantora Sia). A princesa organiza tudo, com medo que seus amigos estraguem algo, ela pede até para as outras princesas do reino utilizarem seus poderes para comandar o sol e a lua para melhor iluminar o palco dos shows, ideia obviamente reprimida. No entanto, o plano da protagonista vai por água abaixo. Instantes antes do festival o maléfico Rei Storm invade o lugar, transformando a maioria dos habitantes em pedra. Ele deseja tomar a magia contida no chifre das princesas para si, mas Twilight Sparkle é a única que consegue fugir, freando os planos do vilão.

A protagonista com seus amigos pôneis partem em busca de outra princesa, que pode ter a chave para libertar os reinos daquela ameaça. Em seu encalço fica Tempest, um unicórnio com apenas metade de seu chifre mágico, personagem que traiu seu próprio lado para tornar-se o braço direito de Storm. My Little Pony: O Filme então assume as estratégias de uma típica aventura, onde aquele grupo de pretensos heróis vão encontrando problemas e soluções ao longo de sua jornada, sendo que o mais importante a ser encontrado é uma mudança interna, para que, aí sim, a heroína possa de fato solucionar o problema de seu reino.

Esse clima de aventura faz com que as pôneis encontrem pelo caminho uma série de personagens, que fazem seu percurso mudar, algo que anima aquela trajetória, mas principalmente funciona como mais um parágrafo da lição de moral presente no longa, reforçando a importância da amizade. Assim, há um gato malandro encontrado pelas protagonistas, um personagem que pelo afeto com aquelas figuras consegue deixar de passar a perna nos outros. Ou o grupo de aves piratas, que não possuíam mais vontade de seguirem por suas aventuras, servindo cegamente ao novo rei daquele reino. É também através do encontro com as pôneis que essa vontade volta e eles podem até mesmo ajudar na missão daquelas personagens.

Nesse clima, as coisas se resolvem de maneira bastante simples em My Little Pony: O Filme, mas ao invés disso incomodar narrativamente, faz com que o longa assuma toda sua inocência. O filme ganha justamente por assumir sua simplicidade, mas deve ser sabido que isso faz parte de uma espécie de cartilha para garantir o sucesso que a marca já tem em todas as outras mídias. É como se essa sensação nada pretensiosa fosse um status adquiridos pela obra, algo que não pode ser rompido, pelo contrário, que deve ser seguido à risca.

Nessa simplicidade bem planejada, a sensação é que My Little Pony: O Filme nem sempre está num lugar desagradável, mas também nunca conquista por completo seu público. O longa se restringe e se contenta a tentar fazer um trabalho que fique na média, agradando apenas pelo seu universo já conhecido, parecendo que a preocupação é justamente não errar.

E realmente não erra, ao longo de toda projeção a sensação é sempre que o filme mantém sua média, e de fato a simplicidade faz com que o longa mantenha seus parâmetros. My Little Pony: O Filme por muitas vezes parece uma animação de um passado recente, seguindo pontos bem certos daquilo que mantinha seu público mais jovem ligado naquela narrativa. Assim, o longa traduz muito bem todo o colorido de seus brinquedos, fazendo com que realmente My Little Pony: O Filme pareça estar dentro de um arco-íris.

Nessa forma lúdica, o longa apresenta uma interessante construção de sua animação, utilizando muito bem a mescla entre animação 2D, desenhado tradicionalmente, e cenários em três dimensões, chegando a um bom resultado técnico. A técnica cumpre bem seu objetivo, assim como as canções fazem com que o longa ganhe um aspecto divertido e envolvente, se narrativamente o longa está prestes a perder a atenção do público, as canções são mais um estímulo. E fechando o check list para conquistar razoavelmente a audiência, há toda essa criação de uma lição de moral bem evidente, explicitada de todas as formas.

A princesa da amizade deve aprender o verdadeiro valor daquilo que ela defende, já My Little Pony: O Filme se contenta em ser apenas esse filme na média, sem quase errar, mas sem quase acertar. O longa é um entretenimento bem, realizado que deixa My Little Pony com efetividade em mais uma mídia.

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