Críticas

Crítica | Os Farofeiros

Por: Fernando Berenguel

Uma comedia de aparências sobre uma viagem de verão improvisada envolvendo colegas de trabalho. Os Farofeiros, que estreia dia 08 de março, é uma aposta basicamente nesta ideia. A trama de Farofeiros se concentra em Alexandre (Antônio Fragoso), funcionário da empresa Samepal, que durante a tal viagem de fim de ano recebe as notícias de que será promovido a gerente do departamento e que terá que demitir um dos seus colegas de trabalho.

Se resumindo a uma comédia que se preocupa basicamente com as aparências de seus personagens, a película se comporta exatamente de modo que se esperaria a respeito de um filme envolvendo uma viagem de colegas de trabalho ao litoral. Clichês como “praia lotada”, “namorada  sensual de colega de trabalho” e “vontade de ir ao banheiro durante o trânsito na descida para o litoral” são explorados o máximo possível pelo roteiro.

Há de se destacar o trabalho de Maurício Manfrini e Cacau Protássio, que vivem o casal Lima e Jussara e que mesmo com um texto repleto de situações “lugar comum” conseguem fazer rir. Mesmo cabendo a ela o trabalho de tentar fazer rir em cima do surrado estereótipo da negra suburbana barraqueira, Protássio consegue render alguns dos momentos mais engraçados da trama.

Por outro lado, Danielle Winits recebe a missão de ter que dar vida a Renata, a personagem mais problemática na trama. Interpretando a esposa do protagonista, Winits nos apresenta o estereótipo de esposa de classe média a beira de um ataque de nervos, o que rende os momentos mais histéricos, fora do tom e sem graças na história.

Frases como “dar uma relaxada no girassol” dita por um personagem que precisava ir ao banheiro e “vocês precisam provar minha rabada” expressa por uma personagem bonitona enquanto todos olhavam seu traseiro, são momentos onde fica claro que o roteiro e os diálogos são o que há de menor em Os Farofeiros.

Boas comédias com roteiros bem sacados levando o selo Globo Filmes vieram sendo apresentadas nos últimos tempos como é o caso de Minha Mãe É Uma Peça 2 e também de Um Tio Quase Perfeito. Com um roteiro tão reduzido a chavões e estereótipos fica claro que Os Farofeiros não teve intenção de seguir o mesmo caminho.

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