Ao assistir a primeira versão do filme Os Penetras, de Andrucha Waddington, a primeira sensação que fica surpreendentemente é boa. Marcelo Adnet e Eduardo Sterblitch de certa forma convencem em um filme de comédia que diverte e traz uma história cômica. Entretanto, a sensação muda – e bastante – quando assistimos ao segundo filme, Os Penetras 2: Quem Dá Mais?.
Se no primeiro longa o foco principal girava em torno da malandragem vivida pelo personagem Marco Polo (Marcelo Adnet), neste parece que não foi definido ao certo qual era o foco principal da trama, já que a narrativa dá algumas voltas, de forma desordenada, sem saber ao certo que rumo tomar durante a sua projeção.
A história traz Beto (Eduardo Sterblitch), um homem que acabou de sair do hospício para ir até o velório do seu querido amigo Marco – que havia dado um golpe nele no primeiro filme. Após o velório, Beto acaba sendo atropelado pelo milionário Santiago (Danton Mello), que o ajuda levando-o até sua casa. Beto então passa a ver o espírito de Marco ao seu redor, que começa agora a tentar guiar Beto e Nelson (Stepan Nercessian) a darem um golpe em Santiago.
Posteriormente, a história passa a englobar mais personagens, como Laura, interpretada por Mariana Ximenes e também um mafioso russo, Oleg (Mikhail Bronnikov). A trama se torna, então, um jogo entre vigaristas, onde ganha quem for mais espertalhão. Dessa forma, o roteiro passa a trazer alternativas extremamente inverossímeis, onde situações são criadas desnecessariamente em busca de uma tentativa de desenvolvimento da história, que não acontece.
E o mais curioso é que essa incessante busca de alternativas para o desenvolvimento do roteiro não pára. A todo momento, principalmente na sequência final, o filme se prorroga de forma insignificante, onde nem mesmo momentos cômicos salvam.
Os Penetras 2: Quem Dá Mais? se mostra, portanto, um filme totalmente gratuito, com um roteiro fraquíssimo, e atuações sem comicidade. Um filme de comédia fraco, que na tentativa de dar continuidade a uma franquia, acaba errando como muitos outros do gênero, trazendo atores globais em papéis supérfluos.