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Crítica | Para Todos os Garotos que Já Amei

Para Todos os Garotos que Já Amei é o novo original Netflix, adaptado do romance de Jenny Han por Sofia Alvarez. O filme conta a história de Lara Jean, interpretada por Lana Condor, uma adolescente que fantasia romances sem vive-los, escrevendo cartas para seus amados, sem nunca as enviar. Até que, um dia, elas são misteriosamente enviadas.

Dessa forma, a premissa do filme é boa, trazendo um filme adolescente bastante interessante. A primeira meia hora de filme promete prender o espectador. Enquanto a vida da personagem nos é apresentada, o cuidado fotográfico da diretora Susan Johnson é digno de um filme de Wes Anderson. Todas as cores harmonizam de forma a se destacar no cenário, além de posicionamentos cenográficos que são, no mínimo, tão metódicos quanto os de Anderson, embora sem seu brilhantismo.

Outro aspecto forte do longa em seu início é o dinamismo. Existem muitos cortes, dando uma movimentação interessante para a câmera, colaborando para não só para o enquadramento, mas como para uma atuação mais minimalista e sistemática. Assim, o filme ganha força no seu ritmo e nos seus alívios cômicos, que acertam no tempo, não se delongando demais. A menina Anna Cathcart é quem ganha nesse quesito, sendo bem aproveitada no humor. Carthcart também conquista em parte por sua boa atuação e por seus diálogos genuinamente engraçados.

Infelizmente, o longa não se sustenta assim durante todo o filme. A impressão que fica é que o trabalho técnico sofre uma queda após um tempo em que a produção pode ter achado hábil para segurar o público pelo roteiro. Um erro notável, já que este não traz absolutamente nada de novo para o gênero de filmes românticos adolescentes. Pelo contrário, é nítida a inspiração em clássicos adolescentes. Enquanto o segundo ato deve lembrar o espectador de Namorada de Aluguel, o final do filme teve uma evidente inspiração em 10 Coisas que Eu Odeio em Você.

Algumas discussões pela qual o filme passa são interessantes, mas jamais chegam a ser aprofundadas. Isso traz um peso negativo para a história que se foca em sua protagonista sem realmente trazer mais questões do que seu futuro romântico na trama, que ainda assim não chegará a ser um grande mistério para quem já assistiu outros filmes sobre amores no ensino médio.

Para Todos os Garotos que Já Amei acaba então por cair na armadilha de previsibilidade de seu próprio gênero, perdendo a força de sua história ao esbarrar em clichês. Seu potencial técnico também é claramente desperdiçado, já que seu ritmo e sua rigorosa atenção aos detalhes é deixado de lado conforme o longa avança. Aqueles que procuram por um romance adolescente podem gostar do filme se não se incomodarem com um final óbvio.

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