Críticas

Crítica | Pixels

Quando você achar que o seu filho ou filha está passando tempo demais jogando videogame – seja em um console, seja em um computador – pare, respire e não desligue o equipamento dele ou dela. Quem sabe, no futuro, eles poderão salvar o planeta.

O filme Pixels, dirigido pelo multitalentoso Chris Columbus, este, seja como diretor, roteirista ou produtor, responsável por produções como Esqueceram de Mim, Os Goonies e Harry Potter e a Pedra Filosofal, mistura duas ideias muito comuns para criar filmes americanos, mas nunca antes misturados numa mesma produção: invasão alienígena e transposição de videogames para a tela grande.

A história começa no verão de 1982. Abre uma enorme loja de fliperama. Dois garotos vizinhos – Brenner e Cooper – vão conhecê-la e acabam descobrindo o maravilhoso mundo dos videogames. Mas Brenner aprende a jogar tão bem a maioria dos jogos, entre eles, o Pac-Man, que Cooper diz a ele para se inscrever no campeonato mundial (na realidade, americano) de fliperama. No campeonato, conhecem um menino, Ludlow – campeão do Centopeia – e ele se junta à dupla. Mas o campeonato é vencido por Eddie, o atual campeão, ao ganhar de Brenner no Donkey Kong em um jogo de desempate.

No mesmo dia do campeonato, uma equipe da NASA (agência espacial americana) grava imagens das crianças e adolescentes jogando para juntá-las a outras imagens da cultura daquele país para que viajem numa espaçonave e sirvam de mensagem de apresentação caso povos extraterrestres a encontrem.
Mais de 30 anos depois, Cooper (Kevin James, de Eu os Declaro Marido e… Larry) é o presidente dos Estados Unidos e Brenner (Adam Sandler, de Click e Zohan: O Agente Bom De Corte), apesar de toda a sua habilidade, é um técnico de instalação de eletroeletrônicos. A espaçonave é encontrada, sim, por alienígenas, porém eles entenderam as imagens dos videogames como uma declaração de guerra dos seres humanos e resolvem atacar a Terra.

Cooper e Brenner, junto com Eddie (Peter Dinklage, da série Game of Thrones e do filme X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido), Ludlow (Josh Gad, do filme Os Estagiários e Amor e Outras Drogas) e a Tenente-Coronel Violent (Michelle Monaghan, da série True Detective e do filme Missão Impossível 3), enfrentarão os extraterrestres transformados nos mesmos personagens com os quais jogavam nos fliperamas.

Esta premissa do filme, do roteirista Tim Herlihy, é uma ótima sacada. O roteiro conta, além da participação de Herlihy, com Timothy Dowling. Uma ressalva que pode ser feita ao roteiro: muitos jovens e adolescentes não entenderão algumas referências ditas no filme. Mas realmente nem todos os espectadores entenderão a todas as referências. O roteiro, também, relembra um pouco a velha máxima política, principalmente nos Estados Unidos, de que nada como uma guerra para alavancar a aprovação de um presidente que antes era considerado ruim e pouco inteligente, relembrando passagens da época do governo George W. Bush. Além da brincadeira de que o primeiro ataque teria sido realizado ou pelo Irã ou pelo Google. Logo, devem ser destruídos.

Os atores – principais e secundários – estão muito bem nesta produção. Adam Sandler, muito de boa e comedido no papel de Brenner, acaba mostrando que, quando quer, pode sim ser um bom ator. Kevin James se encaixa perfeito no papel do cara que sabe o quer, mas às vezes se atrapalha em como conseguir. Um tipo de personagem em que ele é mestre em fazer. Peter Dinklage está, como sempre, muito bom. É bacana vê-lo fazer um papel mais cômico, como o do Eddie. Até por causa disso, chama a atenção à oportunidade para o ator, Andrew Bambridge, que interpreta Eddie mais jovem durante o campeonato de fliperama.

Os efeitos especiais são outro destaque neste filme. As cenas de ataque e de batalha dos aliens estão muito bem feitas. Os inúmeros personagens que aparecem são muito legais de ser ver em “formatos grandes”. Ganha destaque a batalha na qual o jogo a ser vencido pelos seres humanos é o do Pac-Man. Mas apesar de poder ser visto em 3D, este efeito foi subaproveitado nesta produção. Podendo ser assistido em 2D, perfeitamente.

Como não poderia deixar de ser, muito dos sons que são ouvidos durante a produção são os mesmos utilizados nos jogos originais. A trilha sonora possuí poucas músicas. E, apesar da história remeter o público aos anos 80, não possuí muita músicas daquela época.

Pixels é um ótima diversão para se assistir, portanto, compre suas fichas… digo, ingressos e o assista. Pena que ao sair do cinema, não possamos ir correndo ao fliperama mais próximo. Pouquíssimos ainda existem no Brasil.

Leia a ficha do filme

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