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Crítica – Pokémon, O Filme: Segredos da Selva

Vigésimo quarto longa-metragem animado de Pokémon produzido pela Netflix entrega exatamente o que se espera com batalhas, emoção e ensinamentos

Quando Satoshi Tajiri criou o universo Pokémon em 1996, não se tinha a noção do que aquilo poderia virar. A franquia começou como Pocket Monsters: Red e Green (mais tarde lançado fora do Japão como Pokémon Red e Blue), um par de videogames para o sistema portátil Game Boy publicado pela Nintendo em fevereiro de 1996. Logo depois tornou-se uma franquia de mídia adaptada em várias mídias diferentes. Hoje, Pokémon é a franquia de mídia mais popular e lucrativa de todos os tempos!

Simplesmente impressionante!

E, pensar que tudo isso começou com apenas 150 monstrinhos, que na época pareciam uma infinidade. Atualmente, existem mais de 900 Pokémons correndo pelo universo desenvolvido por Tajiri. Aparentemente, não há sinal de que isso vai parar, portanto, teremos ainda muito mais aventuras, lugares e tipos diferentes de Pokémon a descobrir.

Pela plataforma Netflix, recebemos o mais novo capítulo dessa aventura vivida pelo garoto Ash Ketchum no vigésimo quarto filme animado da série intitulado Pokémon O Filme: Segredos da Selva. O longa conta a história de Zaza, menino que cresceu na selva com a ajuda de seu pai Pokémon Zarude. Quando ele conhece Ash e Pikachu, descobre o mundo dos humanos – e uma trama que ameaça o seu lar na natureza.

A relação entre ser humano e natureza

Educação emocional é o que dita esta nova produção feita pela Netflix, assim como os primeiros filmes lançados entre o final dos anos 90 e começo do novo século, que ficaram mais conhecidos entre o grande público, no caso: Pokémon, O Filme (1998); Pokémon, O Filme 2000 (1999); Pokémon 3: O Feitiço dos Unown (2000); e, Pokémon 4: Viajantes do Tempo (2001).

Segredos da Selva comenta a relação (sempre) conturbada entre os seres humanos e a natureza. Não precisa fazer muita força para chegar à conclusão que somos nós, o real problema dessa associação.

Sendo que a melhor parte desse conflito é que ele se dá pelos dois lados em questão: homens e Pokémons, que estão representados por um bando de Zarudes que têm a missão de proteger a Fonte de Cura que se encontra no meio da selva. Algo (muito) similar ao enredo de Avatar (2009) de James Cameron.

Tanto os homens, liderados por um cientista megalomaníaco que vê na Fonte de Cura, uma maneira de explorar a natureza a todo custo, quanto os Zarudes que não compartilham os benefícios da água de poderes curativos com outros Pokémons da região, têm muito a aprender em Pokémon O Filme: Segredos da Selva.

E, a chave desse aprendizado vem através de Zaza.

Um ser de dois mundos

Exatamente como as figuras literárias Mogli e Tarzan, Zaza é um garoto que cresceu sob a supervisão de animais selvagens. Quando chega uma certa idade, Zaza começa a questionar se ele realmente é um Zarude como diz seu pai, já que não sente ou apresenta as habilidades de sobrevivência deste tipo de Pokémon.

Tal confusão de identidade que normalmente surge na fase da adolescência, que é base dos chamados filmes coming-of-age, revela que é possível, sim, ser alguém que pertence e transita por dois mundos diferentes.

Essa consciência é o elemento catalisador mais inspirado nesse longa da Netflix, que almeja persuadir e sensibilizar o assinante a observar e ouvir atentamente quem ou o que está do outro lado. Nem sempre todos chegarão no mesmo ponto em comum, porém, Pokémon O Filme: Segredos da Selva não quis se acomodar com tal conceito.

Mesmo porque grandes aventuras se resumem em explorar aquilo que é desconhecido.

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