Críticas

Crítica | Sniper Americano

Em Sniper Americano, desde criança, Chris Kyle, foi ensinado a fazer o certo, a fazer o bem, de caubói logo chega às forças especiais da Marinha, com uma mira certeira se torna um sniper (atirador de elite) e, já no início do filme, ele tem de decidir se atira em uma mulher iraquiana e em uma criança que está com ela, pois estão com uma granada, indo em direção a soldados americanos. A partir daí começamos a conhecer o mundo de Kyle, onde matar é preciso, nem que para isso, às vezes, mate-se errado e nesse caso, a maior decisão é sua, pois quando se está no fogo cruzado, o agir e o pensar tem de estar interligados, pois em fração de segundos o não agir pode acarretar sérios problemas.

Por isso, Kyle é um herói americano, um herói onde mata o oponente, inimigo esse que poderia matar os seus e, Bradley Cooper (bem distante de alguns personagens descerebrados que já viveu) transmite toda a angústia que é viver para matar, pois quando está com sua mulher, Taya, vivida por uma ótima Sienna Miller, ele parece que ainda está no centro da guerra, pois não consegue, em nenhum momento relaxar, sentindo que a todo o momento algo de mal pode acontecer ao seu redor, ficando assim quase que em estado catatônico, não conseguindo se portar como um marido exemplar e ótimo pai de família, se tornando um paradoxo, onde se ressalta o herói da pátria e rebaixa-se o homem de família.

Clint Eastwood, o diretor do filme, hoje com 84 anos, desde 1971 vem fazendo filmes onde, na maioria das vezes, o ódio, a violência e a determinação estão atrelados a seus personagens, fazendo-os viverem em seus limites, como nos ótimos Os Imperdoáveis, Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro e no musical Jersey Boys – Em Busca da Música e, em Sniper Americano continua-se a saga, pois os dramas vividos por Kyle não são poucos, mas sua determinação é maior que todos os seus temores.

Sniper Americano está concorrendo a seis Oscar, entre eles melhor filme e ator, mas um fato que chama a atenção é uma cena em que uma boneca faz as vezes de filha do casal em um momento vergonha alheia da produção, pois é perceptível tal falha, mas claro, não chegando a comprometer o filme que é filmado quase em tom documental, muitas vezes bem contemplativo e até lento em certas ocasiões, tirando alguns arroubos cinematográficos, claro, o que incomoda ainda é a certeza do ‘nós americanos somos os melhores’ não trazendo, verdadeiramente, o que o outro lado pensa.

Minha Nota: 6,5/10

Por Vavá Pereira
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