Críticas

Crítica | Um Pouco de Caos

No século 17, o rei Luís XIV mudou a corte francesa de Paris para o Palácio de Versalhes. Os belíssimos jardins da propriedade – com seus desenhos simétricos, fontes e canteiros coloridos de flores – foram idealizados pelo arquiteto André Le Nôtre (1613-1700), e estão entre os principais expoentes da jardinagem clássica.

De um pedacinho dessa história saiu Um Pouco de Caos, que estreou dia 2 nos cinemas brasileiros. Protagonizada por Kate Winslet, a produção é dirigida pelo também ator Alan Rickman, com quem a atriz atuou em Razão e Sensibilidade (1995).

O longa é a segunda incursão de Rickman na direção – a primeira foi em Momento de Afeto (1997), com Emma Thompson. Mais conhecido do grande público como o professor Severus Snape, da franquia Harry Potter, o ator agora dirige o filme e também interpreta Luís XIV.

Kate – atriz bastante familiarizada com produções de época – é Sabine de Barra, uma  viúva que trabalha como paisagista freelancer. Ela é contratada por André Le Nôtre (intepretado pelo belga Matthias Schoenaerts) para fazer um dos jardins de Versalhes.

De início, Sabine e André discordam em relação ao projeto – ele gosta de simetria e perfeição, enquanto ela é partidária de um pouco de caos, como já indica o título do longa. Aos poucos, porém, os dois se aproximam e surge um clima de romance. Só que ele é casado com a madame Françoise Le Nôtre (Helen McCrory), que preza por manter as aparências.   

Sabine começa a frequentar a corte francesa, onde conhece figuras como o Duque d’Orleans (Stanley Tucci), além do próprio rei. Vista como uma espécie de flor silvestre, ela desperta admiração por sua sinceridade e falta de afetação. No íntimo, a viúva guarda um sofrimento do passado.

Esqueça a fidelidade histórica do filme. Um Pouco de Caos não é uma obra que preza pela reconstituição fidedigna dos fatos, até porque a personagem de Kate Winslet é fictícia. Fica um pouco difícil mesmo imaginar uma mulher, em pleno século 17, competindo com homens por um trabalho de tanta exposição.

O longa é uma ficção simpática, especialmente para quem gosta de filmes do gênero. Kate Winslet, mais uma vez, domina a tela com sua atuação firme e, ao mesmo tempo, suave, em meio a paisagens belas de jardins e campos franceses. É sempre algo bonito de se ver.

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