Superação

Crítica – Victoria e Mistério

Drama francês da Netflix aborda luto e paternidade pelas performances naturalistas do elenco

Existe uma simplicidade naturalmente tocante quando observamos uma criança junto de um pequeno filhotinho. Dois seres crescendo, descobrindo e desbravando o mundo, enquanto tentam desenvolver uma das habilidades mais difíceis para qualquer um, seja pequeno ou adulto: comunicação.

Em Victoria e Mistério, drama francês produzido originalmente pela Netflix, temos duas partes que por um período específico juntam-se para formar uma. Isso porque cada uma delas está incompleta no momento, assim, necessitam um do outro para ter a possibilidade de voltar a ter alguma ponte de comunicação com o mundo ao redor.

Após a morte de sua esposa, Stéphane (Vincent Elbaz) muda-se para as montanhas com a filha Vicky (Shanna Keil), de apenas 8 anos de idade, que parou de falar após a tragédia familiar. Um dia, enquanto caminhava pela floresta, Vicky descobre um cachorrinho que decide manter em segredo. Ela o batizou de Mistério. Os dois são inseparáveis, mas o pequenino filhote está crescendo, transformando a rotina da relação entre ambos.

Luto

Já deu para sacar pela sinopse que um dos temas de Victoria e Mistério é o luto na vida de pai e filha, assim como também do fofinho Mistério, que também perdeu sua mamãe, morta por um dos fazendeiros que estão na caça dos lobos da região montanhesca da França, onde costumam invadir as áreas privadas e trucidar as indefesas ovelhas de criação.

Sim, logo nos minutos iniciais aprendemos que o pequeno Mistério, na realidade é um pequeno lobinho!

Porém, isso pouca importa para a adorável e incomunicável Victoria, pois de alguma maneira ela pressentiu que com ele seria muito mais agradável passar seus dias, agora, sem sua mãe por perto.

Notamos o mesmo processo com o pai da garotinha, que está tentando estabelecer um recomeço para sua família, mas se vê solitário na tarefa herculana de criar e educar uma criança, praticamente sozinho.

Paternidade

Na mesma medida, testemunhamos um homem na faixa da meia idade “rebolando” para reestabelecer aquilo que um dia teve. Com  a chegada de Mistério percebemos que a narrativa do roteirista e diretor Denis Imbert está nos dizendo que tudo bem necessitar de ajuda na criação dos filhos, uma vez que não é uma tarefa nada fácil, pois não existe um manual universal do que fazer em cada um dos momentos da fase de uma criança em desenvolvimento.

Portanto, ter alguém que assim como Victoria, também está buscando aprender a se comunicar com o mundo externo, facilita muito as coisas.

Stéphane vai cometer alguns equívocos pelo caminho, naturalmente, mas cabe a ele sempre no final, com acertos e faltas, demonstrar que sempre estará no intuito de ajudar e acolher sua filha. E, é exatamente isso o que ele tenta a todo minuto!

Conclusão

Victoria e Mistério da Netflix é uma obra singela e direto ao ponto. Sem qualquer rodeio.

Uma história que explora a vertical emocional de seus assinantes enquanto apresenta uma narrativa sobre amadurecimento para pai, filha e lobinho.

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