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10 filmes épicos para ver nos streamings após Gladiador 2

As histórias ambientadas nesse período cativaram audiências e marcaram a história do cinema

Cena do filme Gladiador 2
Cena do filme Gladiador 2

Filmes ambientados na Roma Antiga frequentemente evocam imagens de imperadores poderosos, gladiadores destemidos, Júlio César e aristocratas intrigantes. Essa rica tapeçaria histórica também é associada ao legado de William Shakespeare, que frequentemente usou a Roma como pano de fundo para suas peças. Suas obras, além de suas adaptações cinematográficas, mantiveram viva a conexão entre a narrativa épica e o fascínio por esse período.

Fora do universo shakespeariano, a Roma Antiga desempenhou um papel fundamental no cinema desde os primórdios da indústria. Grandes produções de estúdios sempre se voltaram para essa era pela combinação de drama, história e espetáculo visual. Desde os filmes mudos até os épicos consagrados, como Ben-Hur (1959), com seu orçamento de US$ 15 milhões – uma soma impressionante para a época –, as histórias ambientadas nesse período cativaram audiências e marcaram a história do cinema.

O subgênero conhecido como “espada e sandália” abrange essas produções situadas no Império Romano e é notório por seus cenários grandiosos e custos astronômicos. Esses altos investimentos geralmente acarretavam grandes riscos, mas, quando bem-sucedidos, resultavam não apenas em lucros, mas também em reconhecimento crítico e prêmios prestigiosos. Filmes como Gladiador (2000), vencedor de cinco Oscars, e o já mencionado Ben-Hur, que conquistou 11 estatuetas, são exemplos de como essas produções podem alcançar o ápice do sucesso tanto comercial quanto artístico.

Além dos grandes épicos, o cinema sobre a Roma Antiga também abrangeu produções menores, mas igualmente marcantes. Filmes como Titus (1999), uma adaptação ousada e estilizada da peça de Shakespeare, e A Vida de Brian (1979), uma sátira brilhante do grupo Monty Python, mostram a versatilidade do tema. Cada obra, seja um drama épico ou uma comédia crítica, captura aspectos únicos desse fascinante período histórico, mostrando que a Roma Antiga continua a ser uma fonte inesgotável de inspiração para cineastas.

A diversidade de filmes sobre Roma atravessa décadas, gêneros e orçamentos, desde épicos luxuosos até produções independentes mais experimentais. Essa persistência reflete o apelo universal das histórias do mundo antigo, capazes de cativar tanto pelo espetáculo quanto pelas reflexões atemporais sobre poder, ambição e humanidade.

A História do Mundo – Parte 1

A História do Mundo – Parte 1

Quando o assunto são filmes que abordam a história antiga de forma irreverente, A História do Mundo – Parte 1 rapidamente vem à mente. Dirigido e estrelado por Mel Brooks, o filme oferece uma sátira cheia de humor ácido, cobrindo eventos históricos que vão desde a Idade da Pedra até a Revolução Francesa. Entre os episódios mais memoráveis, destaca-se a trama ambientada na Roma Antiga, com foco no hilariante personagem Comicus.

Comicus, interpretado por Mel Brooks, é um comediante e filósofo que se encontra em apuros quando, durante uma apresentação para Júlio César, insulta o excêntrico Imperador Nero, que está na plateia. A partir daí, ele passa boa parte do tempo fugindo das autoridades romanas em uma série de situações absurdas e hilárias.

Apesar de não ter sido amplamente aclamado pela crítica em seu lançamento, com exceção do desempenho cômico de Mel Brooks, História do Mundo: Parte 1 conquistou um lugar especial entre os fãs do gênero e se tornou um clássico cult. O impacto do filme foi tão duradouro que o Hulu recentemente produziu uma série de sequência, explorando novos períodos históricos com o mesmo tom satírico e criativo. Onde ver: Google Play.

Ben-Hur

Ben-Hur

Em 2016, o diretor Timur Bekmambetov (Wanted) apresentou sua reimaginação do épico clássico de Roma Antiga, Ben-Hur, originalmente lançado em 1959. Neste remake, Bekmambetov optou por um ritmo mais dinâmico e acelerado, resultando em uma abordagem que se aproxima mais de um filme de ação moderno do que de um drama histórico tradicional.

Na trama, John Huston interpreta Judah Ben-Hur, um homem traído por seu amigo de infância, Messala, em meio aos eventos que culminam na crucificação de Cristo. Enquanto busca vingança, Ben-Hur embarca em uma jornada de sofrimento, perdão e redenção. Embora o remake seja mais curto que o original de 1959 – algo que poderia ser considerado uma vantagem para o público contemporâneo – ele carece do peso emocional e espiritual que tornaram a versão anterior uma obra-prima atemporal.

O elenco de 2016 traz nomes de destaque, incluindo Morgan Freeman como o carismático Sheik Ilderim, Rodrigo Santoro como Jesus – que tem um papel mais desenvolvido nesta versão – e Toby Kebbell como o ambicioso Messala. Apesar dos esforços de Bekmambetov para modernizar a narrativa, a nova adaptação não alcançou o mesmo impacto cultural e emocional de seu predecessor, mas trouxe uma perspectiva fresca a este clássico lendário. Onde ver: Max.

Pompéia

Pompéia

A destruição da antiga cidade romana de Pompéia em 79 d.C. é um dos desastres naturais mais antigos registrados na história, com relatos indicando que até 20.000 pessoas perderam suas vidas. Inspirado por esse evento trágico, o filme Pompéia, lançado em 2014, combina ação, drama e romance para contar uma história fictícia ambientada durante a devastadora erupção do Monte Vesúvio.

Embora o desfecho da história seja inevitável – a destruição completa da cidade –, o diretor Paul W.S. Anderson trouxe uma narrativa envolvente de vingança para dar peso emocional à trama. O protagonista, Milo (interpretado por Kit Harington), é um gladiador cuja família foi assassinada na infância por Corvus (Kiefer Sutherland), um cruel ex-general que se tornou senador. À medida que o vulcão se aproxima de sua fúria final, Milo luta por justiça, amor e sobrevivência, criando momentos de tensão e heroísmo em meio ao caos.

O filme não apenas entregou cenas de ação épicas e efeitos visuais impressionantes, mas também foi reconhecido por sua produção ao ganhar seis prêmios no Canadian Screen Awards. Apesar de tomar algumas liberdades criativas, Pompéia é, em grande parte, fiel aos detalhes históricos da cidade romana, oferecendo uma experiência cinematográfica emocionante e visualmente impactante. Onde ver: disponível para aluguel no Prime Video.

Ressurreição

Ressurreição

Uma das razões mais marcantes para a abundância de filmes sobre o Império Romano é sua ligação com o Novo Testamento da Bíblia, especialmente em histórias centradas na vida e na crucificação de Jesus Cristo. Ressurreição é um exemplo notável desse subgênero, apresentando uma nova perspectiva sobre os eventos em torno da ressurreição de Cristo.

O filme é protagonizado por Joseph Fiennes, que interpreta Clavius, um tribuno romano encarregado de supervisionar a crucificação de Jesus. Após a surpreendente notícia da ressurreição, Pôncio Pilatos ordena que Clavius investigue o “roubo” do corpo, temendo que isso desencadeie uma revolta entre o povo judeu. Acompanhado por seu jovem assistente Lucius (interpretado por Tom Felton, conhecido por seu papel na saga Harry Potter), Clavius começa a entrevistar testemunhas e perseguir pistas, mas rapidamente percebe que está diante de algo muito maior e inexplicável.

Ressurreição se destaca entre as produções do subgênero de “espadas e areias” por sua abordagem investigativa e espiritual. O elenco de peso, com Fiennes e Felton à frente, contribui para o impacto do filme, que foi bem recebido por críticos e público, tornando-se um pequeno sucesso de bilheteria. A obra oferece uma visão única sobre os eventos bíblicos, equilibrando drama histórico e elementos de fé com uma narrativa envolvente. Onde ver: Netflix.

A Última Tentação de Cristo

A Última Tentação de Cristo

Entre os filmes bíblicos ambientados durante a era da Roma Antiga, A Última Tentação de Cristo (1988) é, sem dúvida, um dos mais icônicos. Parte dessa notoriedade vem de seu diretor, Martin Scorsese, que se afastou de suas obras sobre a máfia para criar sua própria visão épica e controversa da vida de Jesus Cristo.

Ambientado no Império Romano, o filme reconta os eventos que culminam na crucificação de Jesus sob a autoridade do governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos. No entanto, o diferencial da obra é sua abordagem provocativa, explorando as dúvidas e tentações humanas de Jesus, incluindo uma visão hipotética em que ele imagina uma vida normal ao lado de Maria Madalena. Essa interpretação ousada, baseada no romance homônimo de Nikos Kazantzakis, gerou protestos de diversas organizações religiosas, especialmente por uma cena em que Jesus é tentado por Satanás.

Com Willem Dafoe no papel de Jesus e David Bowie como Pilatos, A Última Tentação de Cristo contou com um elenco notável e conquistou aclamação da crítica. Apesar da controvérsia, o filme foi celebrado por sua abordagem introspectiva e inovadora, rendendo a Scorsese uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor. A obra continua sendo um marco no cinema por sua coragem em explorar a espiritualidade sob uma ótica humanizada e profundamente reflexiva. Onde ver: Telecine.

A Paixão de Cristo

A Paixão de Cristo

Enquanto A Última Tentação de Cristo se destacou por sua abordagem introspectiva e inovadora, o filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo (2004), conquistou o público de forma avassaladora, combinando um sucesso estrondoso nas bilheterias com uma forte recepção entre grupos religiosos. Diferente da abordagem mais reflexiva de Scorsese, a visão de Gibson se concentrou quase exclusivamente na violência física e no sofrimento extremo de Jesus durante seus últimos momentos.

Dirigido com uma intensidade implacável, A Paixão de Cristo recria em detalhes minuciosos os horrores da tortura e crucificação de Jesus nas mãos do governador romano da Judeia, Pôncio Pilatos. Em vez de explorar profundamente os dilemas internos de Jesus, o filme foca no martírio físico como um testemunho da força de sua fé e sacrifício. Essa abordagem direta e visceral, com cenas de brutalidade gráfica, fez de A Paixão de Cristo um filme polarizador, mas amplamente apoiado por igrejas ao redor do mundo.

O impacto foi monumental: arrecadando impressionantes US$ 612 milhões em bilheterias globais, o filme tornou-se o de maior bilheteria da época no gênero, de acordo com o Box Office Mojo. Sua popularidade foi impulsionada por sua fidelidade às narrativas bíblicas tradicionais e pela escolha ousada de Gibson de utilizar línguas como aramaico e latim, aumentando a sensação de autenticidade.

Enquanto Scorsese explorou as tentações e dúvidas humanas de Jesus, Gibson ofereceu uma experiência profundamente visceral e emocional, que ressoou fortemente com espectadores que buscavam uma representação intensa e literal do sacrifício de Cristo. Ambas as obras, apesar de abordagens tão diferentes, permanecem marcos significativos na representação cinematográfica da vida de Jesus. Onde ver: Star+.

A Vida de Brian

A Vida de Brian

O Monty Python é amplamente reconhecido como uma das trupes de comédia mais influentes de todos os tempos, com seu humor absurdo e inteligente moldando a comédia contemporânea tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Entre suas produções mais refinadas está A Vida de Brian (1979), um dos filmes mais icônicos do grupo e uma sátira ousada e irreverente ambientada na província romana da Judeia.

Embora não se passe na capital do Império Romano, A Vida de Brian oferece uma das representações mais detalhadas e precisas da vida em uma província romana já vistas no cinema. A história segue Brian Cohen (Graham Chapman), um homem comum que, por acaso, nasce no mesmo dia e próximo ao local de nascimento de Jesus Cristo, levando a uma série de mal-entendidos hilários. O filme mescla uma visão alegre, mas perspicaz, sobre as condições de vida sob o domínio romano, incluindo críticas mordazes à tirania romana e às autoridades judaicas locais.

A comédia não se limita a piadas leves; muitas vezes, sua sátira toma um rumo incisivo e provocador, tocando em temas religiosos, políticos e sociais com uma coragem rara para a época. Apesar das controvérsias que enfrentou em seu lançamento, incluindo censura em vários países, o filme tornou-se um marco da comédia britânica.

A Vida de Brian é frequentemente listado entre as melhores comédias de todos os tempos, sendo celebrado tanto por seu humor absurdo quanto por seu comentário social afiado. Ele não apenas solidifica o legado do Monty Python como pioneiro no gênero, mas também continua a ser uma obra relevante e amplamente estudada por sua combinação única de humor e crítica histórica. Onde ver: Prime Video.

Quo Vadis?

Quo Vadis?

Quo Vadis (1951) é frequentemente creditado por salvar a MGM da falência, tornando-se um dos dramas históricos épicos mais emblemáticos da década de 1950. Dirigido por Mervyn LeRoy, um dos primeiros diretores a fazer sucesso na Warner Bros antes de se mudar para a MGM, o filme combina elementos históricos e fictícios para narrar o confronto do Império Romano com o cristianismo e o tratamento dos primeiros cristãos.

Ao contrário de muitos filmes bíblicos de Roma Antiga, Quo Vadis se destaca por não se concentrar exclusivamente em uma única história do Novo Testamento, oferecendo uma visão mais ampla do contexto histórico e social da época. A trama, ambientada durante o reinado de Nero, explora o amor entre o comandante romano Marcus Vinicius (Robert Taylor) e a cristã Lívia (Deborah Kerr), enquanto o imperador Nero (Peter Ustinov) persegue uma política de crueldade contra os cristãos.

Com um elenco de estrelas como Leo Genn e a narração de Walter Pidgeon, Quo Vadis foi um grande sucesso tanto de bilheteira quanto de crítica, arrecadando impressionantes US$ 21 milhões com um orçamento de US$ 7 milhões, de acordo com o Box Office Mojo. Embora tenha recebido críticas mistas a positivas, o filme foi indicado a oito Oscars, mas não conquistou nenhuma estatueta.

A produção é notável pela grandiosidade das cenas de batalha e pelos efeitos especiais, além de seu tratamento sério e respeitoso das questões religiosas e políticas da Roma Antiga. Quo Vadis permanece um marco no gênero dos épicos bíblicos e é considerado um dos filmes que ajudaram a reviver o interesse pelos grandes dramas históricos em Hollywood durante os anos 50. Onde ver: disponível para aluguel no Prime Video.

Júlio César

Júlio César

A história de Júlio César, um dos imperadores romanos mais famosos, tem sido retratada em diversos filmes, incluindo produções de 1950 e 1970, ambas estreladas por Charlton Heston — o lendário ator de O Planeta dos Macacos e Ben-Hur. No entanto, é o filme de 1953, Júlio César, estrelado por Marlon Brando como Marco Antônio e baseado na peça de William Shakespeare, que se destaca como uma das mais memoráveis.

A trama de Júlio César explora a traição e o assassinato do próprio imperador, que ocorre nas mãos de seus aliados e amigos próximos. O filme foi amplamente aclamado pela crítica, tornando-se um enorme sucesso tanto nas bilheteiras quanto entre os especialistas, recebendo cinco indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme. Além disso, conquistou a estatueta de Melhor Direção de Arte.

Ao lado de Marlon Brando, que interpretou o enérgico e carismático Marco Antônio, o elenco incluiu James Mason como Brutus, o líder da conspiração contra César, e Louis Calhern, que assumiu o papel do próprio Júlio César. A performance de Brando, especialmente, foi um dos pontos altos do filme, sendo elogiada pela sua intensidade e profundidade emocional.

O filme de 1953 é uma adaptação cinematográfica poderosa da obra de Shakespeare e permanece uma referência no gênero de dramas históricos, sendo uma das melhores representações da Roma Antiga no cinema. A mistura de ação, política e intriga, somada a uma interpretação impressionante dos personagens centrais, torna essa versão de Júlio César um clássico atemporal. Onde ver: Prime Video.

Gladiador

Gladiador

Muitos dos filmes mais notáveis sobre a Roma Antiga têm origem nas primeiras décadas do cinema, mas há exceções notáveis na era moderna que se destacam no subgênero de espadas e sandálias. Um dos maiores sucessos desse tipo é Gladiador (2000), uma obra-prima dirigida por Ridley Scott que não só conquistou o público global, arrecadando US$ 460 milhões nas bilheteiras (via Box Office Mojo), como também ganhou cinco prêmios Oscar, incluindo Melhor Filme.

O sucesso estrondoso de Gladiador deu origem ao fenômeno conhecido como “efeito Gladiador”, que gerou um aumento significativo no interesse pela história e literatura romanas antigas. Estrelado por Russell Crowe como Maximus Decimus Meridius, um general romano de alto escalão que é traído e forçado à escravidão, o filme segue sua busca implacável por vingança contra o tirânico Imperador Cômodo, interpretado por Joaquin Phoenix.

Gladiador se destaca por sua combinação única de elegância visual e cenas de ação épicas, proporcionando uma experiência intensa e emocionante, ainda mais impressionante pela precisão histórica que, apesar de algumas licenças criativas, retrata a brutalidade e os conflitos do Império Romano. Quase 25 anos após seu lançamento, o filme ainda é considerado um dos maiores dramas históricos épicos já feitos, continuando a influenciar e definir os padrões para filmes ambientados na Roma Antiga. Onde ver: Prime Video.

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