Nomes icônicos

8 fracassos de bilheteria dirigidos por lendas do cinema

Cena do filme Megalopolis
Cena do filme Megalopolis

O decepcionante desempenho de Megalopolis no fim de semana de estreia provou que até os mais lendários cineastas estão sujeitos aos altos e baixos das bilheterias. Francis Ford Coppola, o diretor por trás de clássicos como O Poderoso Chefão e Apocalipse Now, encontrou dificuldade em atrair o público, mesmo com toda a expectativa em torno de seu novo e ambicioso projeto. Este fracasso serve como um lembrete de que, por mais talento e prestígio que um diretor possua, nenhum filme tem garantia de sucesso comercial.

A história de Hollywood está repleta de grandes cineastas que enfrentaram dificuldades nas bilheterias, mesmo quando entregaram filmes aclamados pela crítica. Nomes icônicos como Martin Scorsese e Steven Spielberg, que ajudaram a moldar o cinema moderno, também experimentaram fracassos comerciais em momentos cruciais de suas carreiras. Curiosamente, alguns desses fracassos envolveram obras que se tornaram clássicos cult ao longo do tempo, demonstrando que o sucesso comercial imediato nem sempre reflete o impacto duradouro de um filme.

Um dos fatores que muitas vezes contribui para esses fracassos é a ambição excessiva do diretor. Quando a visão criativa de um cineasta extrapola os limites do entretenimento, há o risco de alienar o público geral. Filmes como Alexander de Oliver Stone, Heaven’s Gate de Michael Cimino, e agora Megalopolis, de Coppola, são exemplos de como a busca por uma obra-prima pode, às vezes, colidir com as expectativas do público e os interesses comerciais dos estúdios.

Outro fator que complicou o desempenho de alguns diretores nos últimos tempos foi a pandemia. Tenet, de Christopher Nolan, por exemplo, foi lançado no auge dos confinamentos, um momento em que a maior parte das salas de cinema ao redor do mundo estava fechada ou operando com capacidade reduzida. O mesmo aconteceu com O Último Duelo de Ridley Scott, que, apesar de críticas positivas, não conseguiu encontrar seu público em um cenário de incertezas e medo em torno da ida ao cinema.

Por fim, há momentos em que um filme simplesmente falha em ressoar com o público em geral. Independentemente da qualidade do roteiro, das atuações ou da direção, alguns filmes não conseguem atingir uma massa crítica que os leve ao sucesso comercial. Isso reflete não só a volatilidade do mercado de cinema, mas também o desafio constante de equilibrar arte e negócios em uma indústria cada vez mais competitiva e imprevisível.

Em suma, o fracasso de Megalopolis nas bilheterias não diminui o impacto que Coppola teve – e continua a ter – na história do cinema. Assim como muitos de seus colegas, ele é lembrado por seu corpo de trabalho e pela coragem de experimentar, mesmo quando o retorno financeiro não está garantido. Afinal, o legado de um cineasta é medido tanto por seus sucessos quanto por suas ousadias.

Amor Sublime Amo

Amor, Sublime Amo

Steven Spielberg, conhecido como o criador do blockbuster de verão, realizou um de seus grandes sonhos ao refazer West Side Story em 2021. Apesar de aclamado pela crítica como um dos melhores trabalhos do diretor no século 21, o filme enfrentou um desempenho decepcionante nas bilheterias. Com uma arrecadação de apenas US$ 74,8 milhões em comparação ao seu orçamento de US$ 100 milhões (via The Numbers), o filme foi considerado um fracasso financeiro.

Assim como O Último Duelo, Amor, Sublime Amo foi lançado em um período complicado, ainda marcado pelos efeitos da pandemia. No entanto, o momento de lançamento não foi o único fator para o fraco desempenho do filme. O gênero musical tem enfrentado dificuldades nas bilheterias nos últimos anos, com produções modernas como In the Heights e The Color Purple também lutando para recuperar seus investimentos. Mesmo sendo uma das obras mais elogiadas de Spielberg, West Side Story simplesmente não encontrou o público esperado. Amor, Sublime Amo está na Disney+.

O Último Duelo

O Último Duelo

Nos meses que antecederam seu lançamento em 2021, O Último Duelo parecia reunir todos os elementos para ser um grande sucesso. O filme marcou o retorno de Ridley Scott ao épico histórico, além de ser a primeira colaboração de roteiro entre Matt Damon e Ben Affleck desde o aclamado Good Will Hunting, vencedor do Oscar. Baseado na intrigante história real do último duelo oficial da França, o longa apresenta uma narrativa dividida em três perspectivas distintas, em uma estrutura que remete ao clássico estilo de Rashomon. No entanto, O Último Duelo se revelou um dos maiores fracassos de bilheteria da história, arrecadando apenas US$ 30 milhões contra um orçamento de US$ 100 milhões (via The Numbers).

Diversos fatores contribuíram para esse desempenho decepcionante. O filme sofreu com o alto custo de produção, além de abordar temas difíceis como a agressão sexual, retratada de forma explícita em duas cenas impactantes. Além disso, foi lançado no final da pandemia, um período em que o público ainda estava receoso em voltar aos cinemas. Esses elementos se combinaram para transformar O Último Duelo em um fracasso comercial, apesar de sua qualidade técnica e das expectativas iniciais. O Último Duelo está na Disney+.

Duna

Duna

Embora Denis Villeneuve tenha eventualmente transformado Duna em uma franquia de sucesso, a adaptação original de David Lynch não teve o mesmo destino. Os filmes de Lynch são conhecidos por sua bizarrice e transgressão, o que geralmente os torna impopulares nas bilheterias. No entanto, obras como Eraserhead e Veludo Azul foram relativamente baratas de produzir, o que minimizou os riscos financeiros. Duna, no entanto, marcou a primeira (e última) tentativa de Lynch em dirigir uma superprodução de alto orçamento para um grande estúdio. Com um custo impressionante de US$ 40 milhões — o equivalente a cerca de US$ 120 milhões hoje —, o filme arrecadou apenas US$ 30,9 milhões nas bilheterias (via Box Office Mojo).

O fracasso do filme foi, em grande parte, atribuído à tentativa de condensar todo o extenso romance de Frank Herbert em um único filme — um erro que Villeneuve evitou ao dividir a história em partes. Isso impediu que os temas complexos e ricos da obra original tivessem o espaço necessário para se desenvolver plenamente. Apesar do baixo desempenho comercial e das críticas mistas em seu lançamento, a versão de Duna de Lynch foi posteriormente reavaliada e conquistou status de clássico cult, apreciada por sua singularidade visual e abordagem ousada. Duna está disponível no Prime Video.

À Prova de Morte

À Prova de Morte

Assim como Christopher Nolan, Quentin Tarantino é um diretor cujo nome sozinho pode transformar até os filmes mais experimentais em sucessos de bilheteria — como um faroeste espaguete sangrento e sombrio sobre a escravidão americana. No entanto, Tarantino também tem uma notável decepção em seu currículo. Em 2007, ele se juntou ao colega cineasta Robert Rodriguez para criar o ambicioso projeto Grindhouse, um filme duplo que homenageava os antigos filmes de exploração dos anos 1970. Rodriguez dirigiu o primeiro segmento, a comédia de zumbis Planet Terror, enquanto Tarantino ficou responsável pelo segundo, o slasher com perseguições de carro Death Proof.

Embora a ideia de recriar a experiência dos filmes B de drive-in tenha sido interessante, Grindhouse fracassou nas bilheterias, arrecadando apenas US$ 25,4 milhões contra um orçamento de US$ 67 milhões (via Box Office Mojo). Parte do problema foi que Planet Terror e Death Proof capturaram tão bem a estética áspera e amadora dos filmes de exploração que acabaram afastando o público mais amplo. O apelo nostálgico que Tarantino e Rodriguez esperavam atingir acabou sendo restrito a um nicho de cinéfilos, e a maioria dos espectadores não compartilhou da mesma paixão pelos antigos filmes B, resultando em um fracasso comercial. À Prova de Morte está no Prime Video.

O Portal do Paraíso

O Portal do Paraíso

Michael Cimino talvez tenha vivido uma das ascensões e quedas mais rápidas da história de Hollywood. Em 1978, seu segundo filme como diretor, The Deer Hunter, foi aclamado como um dos maiores filmes de guerra já feitos, conquistando os Oscars de Melhor Filme e Melhor Diretor. Com esse sucesso, Cimino foi instantaneamente elevado ao topo da indústria e recebeu carta branca para realizar seu próximo projeto. No entanto, seu filme seguinte, Heaven’s Gate, foi massacrado pela crítica e se tornou uma das maiores bombas de bilheteria da história do cinema.

Com um custo de produção de US$ 44 milhões, O Portal do Paraíso arrecadou apenas US$ 3,48 milhões nas bilheterias (via Box Office Mojo), um fracasso monumental. Segundo o livro Easy Riders, Raging Bulls, de Peter Biskind, o fracasso de O Portal do Paraíso é frequentemente creditado como o ponto final do movimento New Hollywood. A derrocada do filme fez com que os estúdios americanos recuassem da prática de dar tanto controle artístico a diretores como Cimino e passassem a focar em projetos mais comerciais ao longo da década de 1980. O Portal do Paraíso está no Prime Video.

Alexandre

Alexandre

Em 2004, Oliver Stone saiu de sua zona de conforto ao dirigir Alexandre, um épico biográfico de três horas sobre o lendário conquistador Alexandre, o Grande. Com um orçamento colossal de US$ 155 milhões, Alexandre se tornou um dos filmes mais caros já feitos na época. No entanto, suas ambições não se refletiram nas bilheterias, arrecadando apenas US$ 167,3 milhões mundialmente (via Box Office Mojo). Embora tenha tido um desempenho relativamente bom nos mercados europeus, o filme fracassou em atrair o público americano.

Naquele período, épicos de “espadas e sandálias”, como Gladiador e Tróia, haviam conquistado o sucesso de bilheteria. No entanto, Alexandre foi mal recebido pela crítica e desfavoravelmente comparado a esses filmes. Enquanto Gladiador e Tróia eram elogiados por suas cenas de ação e entretenimento, Alexandre foi criticado por ser excessivamente acadêmico e seco. Além disso, o filme foi alvo de críticas por suas imprecisões históricas e pela falta de engajamento emocional, o que dificultou sua conexão com o público e resultou em um desempenho medíocre nas bilheterias. Alexandre está no Prime Video.

Hugo

Hugo

Martin Scorsese é mais conhecido por seus dramas de personagens com orçamentos modestos, como Taxi Driver e Touro Indomável, que não precisam de grandes receitas para obter lucro. No entanto, em 2011, o diretor se aventurou em terrenos menos familiares ao dirigir A Invenção de Hugo Cabret, uma fantasia ambientada na Paris dos anos 1930. Este foi o primeiro filme de Scorsese voltado para o público familiar (além de sua participação especial em O Espanta Tubarões) e sua estreia no cinema 3D.

Com um orçamento de cerca de US$ 180 milhões, Hugo marcou a primeira tentativa de Scorsese em realizar um blockbuster de grande escala. Apesar de seu sucesso crítico, o filme mal conseguiu cobrir seus custos de produção, arrecadando US$ 180,04 milhões em bilheteria mundial (via The Numbers). Quando se leva em conta os custos de marketing e a divisão de lucros com os exibidores, Hugo foi considerado uma bomba de bilheteria.

Embora Hugo seja um filme visualmente deslumbrante e aclamado, ele lutou para encontrar seu público. Para os fãs de longas icônicos de Scorsese como Os Bons Companheiros, a trama parecia excessivamente fantasiosa e diferente, enquanto para o público infantil, o filme era considerado demasiado elevado e intelectual. Hugo está no Prime Video.

Megalopolis

Megalopolis

O mais recente filme de um diretor lendário a fracassar nas bilheterias é o épico drama de ficção científica Megalopolis, de Francis Ford Coppola. Este é um projeto de paixão que Coppola vem acalentando desde os anos 1970. Para finalmente realizar seu sonho, o cineasta autofinanciou o ambicioso orçamento de US$ 120 milhões, vendendo uma parte de seu negócio de vinícolas.

Apesar de contar com um elenco estrelado, uma série de controvérsias que geraram publicidade gratuita e o renomado diretor da trilogia O Poderoso Chefão no comando, Megalopolis arrecadou apenas US$ 4 milhões em seu fim de semana de estreia (via Deadline). Desde o início, havia sinais de que o filme enfrentaria dificuldades nas bilheterias. Quando Coppola apresentou Megalopolis a distribuidores, nenhum estúdio se interessou, acreditando que o filme não tinha potencial para gerar lucro – uma previsão que se provou correta.

No entanto, para Coppola, o projeto era uma questão de arte, não de lucro. Ao financiar o filme com dinheiro que ele estava disposto a perder, o fracasso financeiro de Megalopolis é menos devastador do que parece. A obra representa, acima de tudo, a visão artística de um cineasta icônico, mesmo que não tenha encontrado um grande público comercial.

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