Desde o sucesso estrondoso de Alice no País das Maravilhas, em 2010 (e que ganha continuação, Alice Através do Espelho, no próximo dia 26 de Maio), a Disney se viu com um novo mercado em mãos: adultos e jovens adultos cheios de nostalgia de seus desenhos animados preferidos da empresa, que pagariam o ingresso do cinema para ver versões encenadas com atores reais dessas histórias, ao mesmo tempo em que adolescentes e crianças naturalmente atraídos pelas novas produções como foram atraídos pela história das animações, na época do lançamento.
Malévola (que também já tem continuação confirmada, para 2017) e o ótimo Cinderela entraram para essa roda em 2014 e 2015, e o sucesso desses dois filmes fez a Disney pisar de vez no acelerador. Em 14 de Abril, Mogli – O Menino Lobo trouxe de volta a história do órfão humano criado por animais da selva, visto na animação original de 1967 – veja o trailer.
Para aproveitar essa onda, conheça a seguir os próximos projetos de adaptação em live-action de clássicos da Disney após Mogli – O Menino Lobo:
Meu Amigo o Dragão (18 de Agosto de 2016)
O filme original de 1977 é uma pequena gema menos conhecida do catálogo da Disney, e é também uma mistura pioneira de animação com atores reais. A nova adaptação é comandada por David Lowery, uma escolha curiosa já que o diretor/roteirista só se envolveu em projetos independentes e de tom mais pesado na carreira, vide o seu último filme na direção, Amor Fora da Lei. A história é basicamente a mesma, com um garoto órfão vivendo isolado em uma floresta e contando com a ajuda de um amigável réptil voador para encontrar uma nova família. Como dá para ver pelo trailer recentemente lançado, o novo Meu Amigo o Dragão adiciona em tensão o que o original tinha em charme kitsch.
Bryce Dallas Howard, Robert Redford, Karl Urban e Wes Bentley formam o elenco adulto do filme, com o personagem principal feito pelo ator mirim Oakes Fegley, conhecido pelas participações em Sete Dias Sem Fim, Boardwalk Empire e Person of Interest.
A Bela e a Fera (30 de Março de 2017)
Emma Watson está escalada para voltar aos cinemas depois de um ano de folga como a Bela dessa nova versão do primeiro filme de animação a ser indicado ao Oscar de Melhor Filme. Bill Condon (Dreamgirls) está no comando do filme, que será o musical mais descarado das adaptações da Disney até agora, incorporando todas as músicas do desenho original e até alguns números novos, escritos pela dupla Alan Menken e Tim Rice, de Aladdin e O Rei Leão. O roteiro está em boas mãos com o envolvimento de Stephen Chbosky, de As Vantagens de Ser Invisível (o livro e o script do filme), que deve traduzir a história de Bela como um conto de amadurecimento tão inesquecível quanto sempre foi.
O restante do elenco foi escolhido a dedo: Dan Stevens (Donwnton Abbey) será a Fera/Príncipe Adam, Ewan McGregor como Lumiere, Luke Evans (Drácula Untold) como Gaston, Emma Thompson como Mrs. Potts, Stanley Tucci como Cadenza, Josh Gad como Le Fou, Ian McKellen como Cogsworth, e a vencedora de 6 prêmios Tony (o Oscar do teatro) e um Emmy Audra McDonald como Garderobe. As chances de tudo isso dar errado são praticamente nulas.
Jungle Book: Origins (06 de Outubro de 2017)
Sim, há um segundo filme do órfão Mogli sendo produzido, esse não pela Disney, mas sim pela Warner Bros. Vale lembrar que a história da animação original é levemente baseada em um livro igualmente celebrado e odiado de Rudyard Kipling em 1894, e que portanto os diretos dos personagens não pertencem totalmente à Disney. Enquanto o Mogli que veremos esse ano nos cinemas é realizado completamente com CGI nos muitos animais falantes da história, e dirigido por Jon Favreau (Homem de Ferro), essa versão da Warner usará o método de captura de performance, já um velho conhecido de Hollywood a essa altura, e será a estreia na direção de Andy Serkis, o espetacular ator responsável pelas expressões do Gollum de O Senhor dos Anéis, além de várias outras performances baseadas na técnica.
Jungle Book: Origins pode seguir mais de perto a trama original de Kipling, o que pode causar polêmicas: o livro do autor anglo-indiano é visto por muitos como uma justificação da cultura imperialista por meio de nada sutis metáforas com animais antropomórficos. O elenco, no entanto, está tão estrelado quanto o Mogli de Favreau: Christian Bale é a pantera Bagheera, Cate Blanchett faz a serpente Kaa, Benedict Cumberbatch interpreta o tigre Shere-Khan, e o próprio Serkis assume o papel simpático do urso Baloo.
A Espada Era a Lei (19 de Outubro de 2018)
Sendo sincero: esse é provavelmente meu desenho da Disney favorito. Uma absurda, cômica, tocante e (em alguns momentos) assustadora fábula que encapsula tudo o que há de melhor na fase dos anos 60/70 da empresa do Mickey, A Espada Era a Lei, no entanto, ainda é a história antiga do Rei Arthur, e também uma bem padronizada trama de um garoto órfão “escolhido” por um mago barbado para ser o salvador da pátria. Bryan Cogman (Game of Thrones) no roteiro parece ser uma boa notícia, mas será que não significa que a versão live-action do filme clássico será apenas uma aventura capa-e-espada tradicional? Vamos esperar que Cogman saiba manter o humor e o encanto intactos.
Mulan (data não anunciada)
Mais um da leva de novos clássicos da Disney, Mulan é um dos filmes mais amados da companhia nas últimas décadas, o que só torna a adaptação ainda mais arriscada. A Disney ainda não anunciou muito sobre o projeto, embora rumores sobre atores sendo escalados tenham pipocado desde a confirmação de que a adaptação estava acontecendo. Por enquanto, de confirmado mesmo, só que o roteiro ficou nas mãos das estreantes Lauren Hynek e Elizabeth Martin. Com o elenco certo (de preferência atores realmente chineses) e o espírito de uma aventura de ação feminista, Mulan pode dar muito certo.
Dumbo (data não anunciada)
Tim Burton está a bordo de mais uma adaptação da Disney, ainda que Dumbo esteja em desenvolvimento há um tempinho sem grande novidades. O roteiro ficou para Ehren Kruger, o autor de todos os quatro filmes dos Transformers, então esse não é um bom sinal – talvez com o tom certo, Burton possa exercitar seu estilo particular e tornar Dumbo, o filme, em uma experiência terrivelmente deprimente e sombrio (o que pode ser legal, dependendo do seu gosto para filmes), mas isso é o máximo que esse projeto pode conseguir. As terríveis experiências do personagem-título no circo só vão ficar mais difíceis de suportar quando um elefante de aparência realista estiver passando por elas.
O Ursinho Pooh (data não anunciada)
O verdadeiro Christopher Robin, filho do autor dos livros d’O Ursinho Pooh e inspiração para o personagem que protagoniza as histórias do fofo mascote dos filmes da Disney, não gostava de ser reconhecido como o menino das histórias de Pooh quando se tornou adulto. Ressentido pelo que chamou de “exploração de sua infância” e brigado do pai e da mãe, o Robin adulto da realidade deve ter sido bem diferente do que vai aparecer no roteiro de Alex Ross Perry (Cala a Boca Philip) na nova adaptação live-action de O Ursinho Pooh. Segundo notícias, o filme mostra um Robin mais velho voltando a visitar os amigos do Bosque dos Cem Acres.
Tink (data não anunciada)
Em 2012, Elizabeth Banks estava cotada para estrelar uma versão live-action baseada na Sininho dos filmes do Peter Pan, com um roteiro escrito por Marti Nixon (Friday Night Lights). Com a escalação nova de Reese Witherspoon, uma escolha mais que perfeita para o papel, e um novo script de Victoria Strouse (Procurando Dory), é provável que teremos uma história de origem da personagem que a Disney já transformou em estrela de sua própria franquia com uma série de filmes e séries de TV voltadas para o público infantil. Essa é uma aposta fácil do estúdio, especialmente com Reese no elenco.
Pinóquio (datas não anunciada)
Há vários projetos envolvendo a história clássica do menino de madeira que queria ser humano de verdade em desenvolvimento. Uma delas, que anteriormente tinha Paul Thomas Anderson (Sangue Negro) na direção, perdeu recentemente seu comandante, mas ainda tem Robert Downey Jr confirmado no elenco. A Disney, por sua vez, contratou Peter Hedges (Gilbert Grape) para escrever um roteiro baseado no personagem, e o mexicano Guillermo Del Toro (A Colina Escarlate) também tem um projeto que clama ser “uma versão mais sombria” da clássica história.
Genie (data não anunciada)
A dupla de roteiristas contratadas para essa história de origem do Gênio de Aladdin não é de animar ninguém: Damian Shannon e Mark Swift escreveram Freddy vs. Jason e o vindouro Baywatch. Sem contar que a razão pela qual o Gênio é um personagem inesquecível do rol de criações da Disney é uma só: Robin Williams. E todos sabemos que, tristemente, o ator não está mais entre nós para reprisar o papel – especialmente em uma história que tente reproduzir seus improvisos geniais na dublagem do desenho original.
Prince Charming (data não anunciada)
O Príncipe Encantado do Cinderela original tem tanta personalidade quanto um utensílio doméstico (seu micro-ondas, por exemplo). Embora repaginado de forma digna por Richard Madden na recente versão live-action da história da Gata Borralheira, o personagem segue sendo uma parte pouco interessante da mitologia da Disney, especialmente quando pensamos que um filme focado nos acontecimentos de um conto de fadas do ponto de vista masculino não é exatamente um bom projeto nesses tempos de empoderamento feminino. Prince Charming é uma má ideia, a não ser que o roteirista Matt Fogel o salve – pouco provável, já que esse é o cara que escreveu Vovó…Zona 3.