Quando Matrix Reloaded, a sequência do clássico filme Matrix, foi lançada, atraiu reações mistas da crítica e dos fãs.
A crítica foi direcionada à história e aos efeitos visuais, incluindo alguns erros aparentemente irritantes relacionados à mecânica da própria Matrix.
Embora a discussão sobre a franquia com Keanu Reeves tenha morrido nos muitos anos desde que o último filme da saga foi lançado em 2003, uma teoria que surgiu na época tinha um grande potencial – e poderia fazer o seu caminho para o futuro Matrix 4.
A proposta dos fãs em questão surgiu primeiro como uma resposta a dois desenvolvimentos confusos em Matrix Reloaded.
O primeiro foi como o Agente Smith foi capaz de possuir Bane fora da Matrix, apesar de ser tecnicamente um programa de computador, e a segunda focou na habilidade de Neo de usar seus poderes telecinéticos, anteriormente considerados um produto de sua habilidade de dobrar as regras da Matrix, no mundo real.
Enquanto o primeiro filme aparentemente estabeleceu fortes limites entre o mundo real e a simulação da Matrix, os detalhes agora pareciam confusos.
Antiga teoria dos fãs
Embora a fonte original da teoria seja difícil de localizar, em algum ponto alguém propôs que Zion e o “mundo real” podem ter sido apenas outra camada da Matrix.
Essa teoria da “Matrix em uma Matrix” sugeria que as máquinas implementaram o sistema para dar às mentes mais rebeldes uma saída para acreditar que estavam lutando para salvar a humanidade, quando na verdade nunca “acordaram”.
Isso explicaria os problemas mencionados anteriormente em torno da posse do Agente Smith e da telecinesia de Neo.
Como nenhum dos dois estava realmente no mundo real, Smith estaria simplesmente se transferindo de uma simulação para outra, da mesma forma que Neo ainda estava em uma realidade digital e, portanto, capaz de dobrá-la à sua vontade.
Muitos fãs argumentaram contra sua plausibilidade por várias razões, mas mesmo assim encontrou aceitação entre um número significativo de outros.
Em última análise, a ideia nunca foi incorporada ao filme final da trilogia original, Matrix Revolutions, embora também nunca tenha sido expressamente refutada.
Na verdade, mais combustível foi adicionado ao fogo quando o filme retratou Neo superando sua cegueira ao ser capaz de “ver” as máquinas, da mesma forma que viu o código na Matrix padrão.
Depois de permanecer adormecida por quase duas décadas, agora há uma chance de que essa teoria possa de alguma forma ser usada, ou pelo menos reconhecida, no próximo quarto filme de Matrix, e há vários motivos pelos quais isso poderia ser plausível.
Por um lado, o conflito da trilogia original foi praticamente resolvido, à medida que a humanidade e as máquinas conseguiram negociar a paz no final de Matrix Revolutions.
Em seu lugar, um conflito novo e diferente é necessário para manter a história interessante e fresca; revelar que o mundo real é uma simulação abriria novas possibilidades para a história explorar.
O conceito também se encaixa bem com as ideias que inspiraram o filme original.
Simulacros e Simulação de Jean Baudrillard – que as escritoras e diretoras, as Wachowskis, forçaram todo o elenco a ler – concentra-se principalmente na incapacidade da humanidade de ver o mundo como ele realmente é, uma analogia perfeita para a própria Matrix e a teoria de uma “Matrix dentro de uma Matrix”.
Os detalhes sobre Matrix 4 permanecem poucos e distantes entre si, e muito ainda pode mudar entre agora e sua data de lançamento.
Se essa teoria for incluída no novo filme, certamente poderá ser uma escolha controversa, já que até mesmo a mera sugestão gerou um debate significativo em fóruns de fãs quando foi sugerida pela primeira vez.
Ainda assim, é difícil argumentar que haveria uma maneira melhor de chocar o público e continuar a tradição filosófica da saga do que finalmente fazer uso dessa teoria querida dos fãs.
Dirigido por Lana Wachowski, Matrix 4 é estrelado por Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Jada Pinkett Smith, Yahya Abdul-Mateen II, Neil Patrick Harris, Jessica Henwick e Jonathan Groff.
O filme com Keanu Reeves chega aos cinemas e ao HBO Max em dezembro.