Situado cerca de 200 anos antes dos eventos da trilogia original, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim chegou aos cinemas em 5 de dezembro, transportando os espectadores de volta ao universo de J.R.R. Tolkien.
O filme, que aborda a história de Héra, filha de Helm Hammerhand, e a luta de Rohan contra os Dunlendinos, é a primeira animação do universo de Senhor dos Anéis e, pesar disso, o longa chamou atenção por outro motivo surpreendente: o retorno de Sir Christopher Lee como Saruman.
Christopher Lee, que deu vida ao mago branco nas trilogias de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, faleceu em 2015. No entanto, sua presença em A Guerra dos Rohirrim foi possível graças a uma solução criativa e respeitosa. Utilizando gravações inéditas de sua voz feitas para a trilogia O Hobbit, os produtores conseguiram trazer o personagem de volta sem a necessidade de um novo dublador ou inteligência artificial.
Essa abordagem se tornou uma grande homenagem à memória do ator, ao passo que também garantiu a autenticidade do personagem, preservando sua interpretação original.
O papel de Saruman na trama de A Guerra dos Rohirrim
Embora muitos personagens conhecidos do público ainda não tenham nascido durante os eventos de A Guerra dos Rohirrim, a presença de Saruman faz sentido dentro da cronologia. De acordo com os escritos de Tolkien, Saruman teve um papel pequeno, mas significativo, em Rohan logo após os conflitos com os Dunlendinos. Foi durante essa época que ele começou a construir sua relação com os rohirrim, uma amizade que mais tarde lhe garantiu o controle de Orthanc, em Isengard.
No filme, Saruman ainda aparece como um aliado de Rohan, cultivando um relacionamento que seria benéfico para ambos os lados por quase dois séculos. Essa proximidade inicial é um contraponto intrigante ao papel de antagonista que ele assumiria durante os eventos de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres.
A animação como um novo caminho para a franquia
A decisão de adotar o formato animado foi fundamental para possibilitar o retorno de Christopher Lee. O uso de gravações reais foi possível, trazendo o ator de volta à franquia de maneira ética e honrosa. Além disso, a animação permitiu que o filme explorasse visuais grandiosos e uma estética que dialoga diretamente com as obras anteriores, sem as limitações do cinema tradicional e orçamentos exorbitantes.
Esse formato também abre portas para outras histórias da Terra-média, oferecendo a oportunidade de trazer personagens icônicos sem as barreiras impostas pela passagem do tempo. Na animação esses desafios desaparecem, permitindo que a narrativa se concentre em expandir o universo criado por Tolkien.
A inclusão de Christopher Lee em A Guerra dos Rohirrim simboliza um tributo ao ator que marcou gerações como Saruman. Philippa Boyens, produtora do filme e roteirista das trilogias dirigidas por Peter Jackson, destacou a importância de preservar a essência do personagem.
Com a recepção positiva de A Guerra dos Rohirrim, as possibilidades para novas produções animadas no universo de O Senhor dos Anéis são grandes. A escolha pelo formato demonstrou dialogar bem em termos narrativos, permitindo que as histórias épicas de Tolkien continuem a ser contadas sem limitações impostas.
O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim já está em cartaz nos cinemas.