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Crítica | Aladdin

Aladdin chega aos cinemas em um ano espetacular para a Disney no cinema. E mesmo no meio de Vingadores: Ultimato, O Rei Leão e o nono episódio de Star Wars, não deve ficar esquecido no meio dos outros filmes da empresa. O longa é divertido no geral, mas não escapa de equívocos.

O longa faz de fato o que precisava ser feito. Ao trazer Aladdin de volta, a Disney trata de atualizar todo o seu discursos. Momentos de seu música de abertura, por exemplo, são alterados para que sejam menos ofensivos. Na música original, o povo árabe era descrito como “bárbaro” por “cortar fora sua orelha” se “gostarmos da sua cara”. Ao invés de momentos assim,há a celebração do comércio nômade e da cultura árabe, ainda mesmo que generalizada.

Outra atualização que cai muito bem ao filme fica por conta da Princesa Jasmine, vivida por Namoi Scott. A personagem ganha uma nova força ao ser inserida dentro do contexto político. Mais do que apenas querer poder se casar com quem ela preferir, agora Jasmine anseia em suceder o pai e não mais ficar calada.

Essas novas pontuações, além de tantas outras trazem a decisão acertada de não refazer a história de Aladdin como se simplesmente tornasse quadro a quadro sua animação em live action. Uma tentativa já buscada com Dumbo, mas que falhou por tirar a essência da história. Em Aladdin não há esse problema. Praticamente tudo do original está lá e cada adição parece cair como uma luva.

O elenco é outro ponto alto do filme. Naomi Scott está muito bem no longa, assim como Marwan Kenzari, Navid Negahban e Billy Magnussem, o último roubando a cena em seus pouco segundos de tela. Contudo os grandes destaques ficam para Nasim Pedrad, que é responsável pelas cenas mais engraçadas do filme, Mena Massoud, que foi a escolha perfeita para transportar Aladdin de uma animação para um live action (e que mostra que sua atuação e seu carisma são mais do que suficientes para sustentar um filme) e Will Smith, que nos traz a sua versão do Gênio.

Quanto ao Gênio, muito reclamou-se pela internet. Mas o fato é que Will Smith foi uma ótima escolha que, assim como Robin Williams fizera anteriormente, imprimiu sua identidade na personagem e por todo o filme, desde algumas inserções de rap aos números musicais até referências ao antigo programa estadunidense Soul Train. Outro poto que não deve preocupar os fãs são os efeitos especiais. Com muitas críticas, principalmente na criação do Gênio, no filme eles todos funcionam muito bem e são responsáveis mais de uma vez por espetáculos incríveis durante o longa.

Mas o filme não é só acertos. Há um leve quebrar de clima em determinados momentos. Preocupados em trazer as músicas da animação de volta de uma forma que não mudasse o tom do filme, a escolha dese fazer um musical foi feita. Dessa forma, algumas músicas novas foram incluídas. Contudo, há uma falta de equilíbrio entre elas e o roteiro. Enquanto alguns espectadores pode ficar com a impressão de que há músicas demais, outros podem pensar que ficou faltando ainda mais. E ambos estarão certos, pois essa é a impressão passada pelo longa quando ele não coloca seus momentos musicais mais pontuados.

Apesar de não ser algo que atrapalhe de fato a experiência do filme, é um estranhamento. Os fãs de longa data podem sentir o mesmo com as músicas em si, mas em poucos segundos devem ser tomados pela nova roupagem, que é como tantas outras do filme, uma atualização certeira.

Vale citar que o filme é certamente infantil, e não poderia deixar de ser. Isso dita todo o clima da coloração do longa, que acaba por trazer figurinos de extravagantes e chamativos para sua nobreza, e não seria nada surpreendente vermos essa categoria da premiação de um Oscar sendo disputada por Aladdin.

Divertido, o filme é de fato para a família e deve agradar não só adultos e crianças mas como fãs antigos e novos dessa narrativa. Sua atualização só fez bem par o roteiro, e os nostálgicos não devem sentir falta de nada. Já tínhamos uma brilhante performance de Robin Wiliams como um Gênio e não precisávamos de outra. Will Smith não cai no erro de copiá-lo, assim como todos os atores envolvidos, que colocam sua próprias visões nas personagens, mas respeitando todo o peso que a base fãs pode colocar.

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