Sam Raimi assumiu Doutor Estranho no Multiverso da Loucura após o diretor original, Scott Derrickson, deixar o projeto em janeiro de 2020. Aparentemente, a abordagem dos dois para o filme seriam totalmente diferentes.
A Marvel tem um problema antigo com diretores, com o clima ficando pesado quando o estúdio tem visões diferentes das do diretor contratado para o projeto. Mais um exemplo disso foi quando Derrickson se demitiu da produção para focar em seus próprios projetos.
Derrickson tem em seu currículo filmes como A Entidade, O Telefone Preto e O Exorcismo de Emily Rose, segundo uma fala sua na Comic Con de 2019, o diretor queria que Doutor Estranho 2 fosse o primeiro filme totalmente de terror do MCU.
Kevin Feige voltou atrás com a declaração do diretor, ou foi o que pareceu com a saída do diretor do projeto por diferenças criativas.
E por mais que esse parece ter sido o problema, a Marvel contratou outro renomado diretor de terror para dirigir o filme, e pelo que vimos nas telas, Sam Raimi teve liberdade para explorar diversos elementos de seu gênero.
Porém, é fato que mesmo Raimi tendo dirigido obras como A Morte do Demônio e Arraste-me Para o Inferno, o diretor também ficou famoso por incorporar sua estilo no mundo dos super-heróis com a trilogia do Homem-Aranha de Tobey Maguire.
Além disso, o próprio terror de Raimi não costumava se levar tão a sério, e vemos o equilíbrio de suas facetas no corte final de Doutor Estranho 2.
O Multiverso de Derrickson poderia ter bem mais Loucura
Depois de alguns anos da saída de Derrickson da sequência de Doutor Estranho, já podemos ter noção das diferenças que o filme do diretor teria da versão final de Sam Raimi.
O multiverso é o centro do novo momento do MCU, mas é verdade que as regras desse conceito ainda não estão muito bem estabelecidos pela Marvel. E como pudemos ver no primeiro Doutor Estranho de 2016, a interpretação de Derrickson do conceito de multiverso parece beber do quadrinho Doutor Estranho: Mago Supremo #21 dos anos 90.
A história via a Terra como o centro de um mar infinito de dimensões alternativas que estão apenas à uma braçada de distância, mas quanto mais estranha é a realidade, mais distante é a jornada até ela.
Essa interpretação do multiverso abria espaço para monstros de tempo e espaço totalmente diferentes, que obedecem á conceitos diferentes. Podendo trazer ameaças com um ar mais lovecraftiano, tais como os vilões Pesadelo e Shuma-Gorath, que estavam confirmados como grande parte do filme de Derrickson.
Por outro lado, a versão de Raimi acabou caindo em uma versão muito mais simples do multiverso, baseada em variantes de uma mesma realidade em linhas do tempo diferentes. Mas obviamente essa visão é bem mais fácil de ser explorada em outros filmes da Marvel que não queiram se aproximar do horror.
A Feiticeira Escarlate também seria uma diferença interessante entre os dois filmes, com a versão de Derrickson tendo uma relação de aprendiz com o Doutor Estranho, sendo corrompida como um gancho para próximos filmes da Marvel. Isso é totalmente diferente da versão de Raimi em que a personagem é a principal vilã do filme.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura está disponível na Disney+.