Filmes

Festival de Curitiba | 4º Dia – 5º Olhar de Cinema

Em um dos dias mais frios do outono curitibano, o quarto dia do 5º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Cinema de Curitiba, o Observatório do Cinema reservou para assistir a um dos clássicos do cinema norte-americano exibido na mostra Olhares Clássicos: Ninotchka (1939), do alemão Ernst Lubitsch.

Com uma das eternas divas do cinema, Greta Garbo, e tendo como um dos roteiristas, Billy Wilder, Ninotchka conta a história de uma tentativa de venda de joias que foram confiscadas pelo Governo Russo. Três representantes do Comércio Exterior da Rússia soviética viajam à Paris para vendê-las. Porém a transação não ocorre como o esperado. Por essa razão, uma enviada especial é mandada para saber o que ocorreu e fechar a venda das joias: Ninotchka, interpretada por Garbo.

Aproveitando-se da viagem para conhecer aspectos técnicos de diversas partes de Paris, Ninotchka acaba conhecendo o Conde Leon d’Algout, um playboy que representa tudo que ela mais detesta no Ocidente para ela. Porém, ao se relacionar com o conde, a enviada russa vai mudando a sua opinião sobre o modo de vida das sociedades capitalistas.

Os roteiristas desse longa foram Melchior Lengyel, Charles Brackett, Walter Reisch e o fututo diretor, Billy Wilder, ainda apenas escrevendo filmes. Apesar de ter sido escrito por mais três pessoas percebe-se claramente nos diálogos e em algumas situações a influência cômica e mordaz de Wilder. A presença de espírito permeia toda a produção. Ninotchka é um ótimo exemplo da Época de Ouro de Hollywood. Fica evidente todo o cuidado com a produção em quesitos como cenários e reconstituição de locais da Cidade Luz, como a Torre Eiffel.

Lubitsch não se furtava em colocar os atores em momentos românticos que para aquele tempo eram fortes. As cenas entre Greta Garbo e o ator Melvyn Douglas são lindas de assistir. As cenas mais cômicas com a presença dos três representantes russos são de uma comicidade muito gostosa de assistir. O diretor sabia o que queria representar e deixou isso muito claro no longa. A movimentação e o enquadramento de câmera são perfeitos para cada cena.

O trabalho de fotografia de William Daniels é maravilhosa. O uso de câmera e a luz das cenas de Daniels, para época na qual o filme foi rodado, – e na época, ele realmente era rodado –, apesar de ser simples, porque o filme todo foi feito em estúdio, é de uma qualidade tão gostosa de assistir que qualquer espectador sai feliz da sessão.

Ver Ninotchka – ou outro clássico do cinema – em uma sessão de cinema, podendo acompanhar a reação das outras pessoas é uma das experiências pelas quais todas as pessoas deveriam poder passar, pelo menos, algumas vez em suas vidas.

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