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Filme que pode render Oscar a Angelina Jolie chega aos cinemas brasileiros

Longa colocou a atriz no circuíto das premiações.

Filme que pode render Oscar a Angelina Jolie chega aos cinemas brasileiros

O cinema, desde sempre, encontra na vida de figuras icônicas uma fonte inesgotável de inspiração para narrativas memoráveis. Cinebiografias, em particular, têm o poder de explorar aspectos que transcendem a obra da pessoa retratada, revelando complexidades humanas por trás de cada triunfo e tragédia.

Dentro desse contexto, Maria Callas, a nova produção de Pablo Larraín, promete entregar não apenas um vislumbre da grandiosidade da cantora, mas também um mergulho em seus conflitos mais íntimos.

Com uma abordagem que já se tornou característica do diretor de obras como Jackie e Spencer, o filme busca capturar os momentos finais da lendária soprano greco-americana. No entanto, longe de se limitar aos holofotes de sua carreira ou aos escândalos de sua vida pessoal, Maria Callas foca em seus últimos dias de vida em Paris, nos anos 1970.

A trama, escrita por Steven Knight, se inicia de maneira simbólica, com a retirada do corpo de Callas de seu apartamento. A narrativa, então, retrocede uma semana para explorar os dilemas e reflexões da soprano em seus últimos momentos. Em meio a memórias dolorosas e decisões erráticas, Callas busca redescobrir sua voz — tanto literal quanto metaforicamente.

Interpretando a protaginista, Angelina Jolie brilha em uma performance que exigiu meses de preparação vocal e emocional. A atriz, que já havia mostrado sua versatilidade em papéis desafiadores ao longo de sua carreira, recebeu uma indicação ao Globo de Ouro por esse trabalho. Embora não tenha levado o prêmio, a indicação reforça a possibilidade de que ela esteja entre as concorrentes ao Oscar de Melhor Atriz este ano.

Uma cinebiografia ousada e emocional

Em Maria Callas, Larraín mistura realidade e fantasia ao apresentar entrevistas imaginárias e flashbacks estilizados que recriam momentos marcantes da vida de Callas. A cantora, que vive isolada e é constantemente cuidada por seus fiéis empregados, lida com alucinações que funcionam como pontes para revisitar seu passado.

Essas reconstruções incluem desde sua infância na Grécia ocupada pelos nazistas até o início de sua ascensão no mundo da ópera. Em uma das cenas mais impactantes, Callas substitui outra cantora em Veneza, em 1949, consolidando seu lugar como um dos grandes nomes do século XX.

No entanto, o filme não se restringe ao palco. O romance entre Maria Callas e Aristotle Onassis ocupa um espaço central na narrativa. Larraín explora os altos e baixos dessa relação com sensibilidade, abordando tanto os momentos de paixão quanto as mágoas causadas pela união do magnata com Jacqueline Kennedy.

Desde sua estreia no Festival Internacional de Cinema de Veneza, onde foi ovacionado por oito minutos, Maria Callas tem dividido opiniões. Enquanto a atuação de Jolie tem sido amplamente elogiada, alguns críticos apontaram problemas no roteiro.

Independentemente das opiniões divergentes, Maria Callas se posiciona como uma obra imperdível com chances verdadeiras no Oscar 2025. A delicadeza com que Larraín aborda os últimos dias de Callas, aliada à entrega de Jolie no papel principal, transforma o filme em uma experiência emocional e, por vezes, devastadora.

Maria Callas está em cartaz nos cinemas.

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