Gladiador 2, a aguardada sequência do clássico de Ridley Scott, retorna ao imponente cenário da Roma Antiga, levando os espectadores de volta ao contexto de batalhas, intrigas e dilemas morais que consolidaram o primeiro filme como um marco no cinema.
O filme acompanha Lucius, interpretado por Paul Mescal, herdeiro de Maximus, agora enfrentando a escravidão sob o comando de Marcus Acacius, general interpretado por Pedro Pascal. Segundo a crítica, a continuação faz jus ao filme original, mas há uma cena inusitada que está dividindo opiniões.
Em Gladiador 2, uma cena envolvendo tubarões no Coliseu romano já está chamando atenção e gerando polêmica antes mesmo da estreia. Durante uma entrevista recente ao site Collider, Scott foi questionado sobre a precisão histórica do uso de tubarões em batalhas simuladas na arena. Defendendo sua escolha, ele explicou que o Coliseu era de fato inundado para simular batalhas navais, chamadas de naumachias. Segundo o diretor, se os romanos tinham a capacidade de construir o Coliseu e enchê-lo de água, trazer tubarões capturados do mar para o local não seria tão impossível quanto parece para o público atual.
A discussão com Scott envolveu também Paul Mescal, que comentou sobre o tamanho dos tubarões, referindo-se a eles como “pequenos” – de aproximadamente dois metros. Scott e Mescal destacaram que a capacidade de engenharia dos romanos permitia essas inovações complexas. Para o diretor, subestimar o que os romanos eram capazes de realizar é ignorar o poder tecnológico que eles possuíam.
A escolha dos tubarões é apenas um dos elementos que demonstram o equilíbrio que Scott busca entre a precisão histórica e a liberdade artística. Para ele, o uso dessas criaturas reforça o aspecto grandioso e mítico de sua Roma, onde realidade e lenda se misturam, criando o tipo de espetáculo visual que ele acredita ser necessário para envolver o público moderno.
Embora o uso de tubarões em batalhas na arena não seja confirmado por historiadores, Scott vê esse recurso como uma extensão plausível dos feitos extraordinários dos romanos.
História e liberdade artística em Gladiador 2
O diretor se defende das críticas apontando que os romanos desenvolveram tecnologias muito avançadas para a época, como o concreto resistente e até aquedutos sofisticados. O Coliseu era inundado para encenar batalhas marítimas, um fato histórico, e a decisão de Scott de adicionar tubarões a essa cena amplia o potencial dramático do filme, dando vida a uma Roma que flerta com o espetáculo e a inventividade.
Para Scott, a mescla entre fatos e ficção é essencial para capturar a grandiosidade e o misticismo de uma época distante. A inclusão de elementos inesperados e de teor fantástico reforça o apelo emocional da narrativa, que, segundo ele, deve entreter e transportar o público a um mundo onde o imaginário e o real coexistem. É uma abordagem que ele já adotou em outros filmes históricos, como O Último Duelo e Cruzada, nos quais a precisão histórica é interpretada com uma dose de licença poética.
Gladiador 2 pode não seguir estritamente os fatos históricos, mas pretende transmitir o espírito da Roma Antiga através do que ele considera uma visão plausível e empolgante. A inserção de elementos ousados reforça a visão de Roma como um lugar onde limites são superados, onde o possível se encontra com o lendário.
A resposta do público e da crítica ao uso de tubarões em um contexto histórico pode variar, mas Scott acredita que sua escolha fortalece o caráter imersivo da produção. Para ele, a arte do cinema está em transportar as pessoas para outros tempos e lugares, e explorar as margens entre realidade e lenda faz parte desse processo.
Assim como fez no primeiro Gladiador, Scott pretende que a sequência cative o público ao trazer figuras heróicas e cenários realistas, mas sem abrir mão de momentos de pura fantasia cinematográfica. O diretor sugere que, mais do que uma mera continuação, o novo filme é uma reinvenção do épico, com um olhar contemporâneo para o passado.
Gladiador 2 estreia em 14 de novembro dos cinemas.