Distópico

Guerra Civil: Explicamos o final do filme com Wagner Moura

Final explosivo que leva a várias mortes

Kirsten Dunst em Guerra Civil
Kirsten Dunst em Guerra Civil

No mais recente filme de Alex Garland, Guerra Civil, somos levados a um futuro distópico dos Estados Unidos, onde uma guerra civil desencadeou a divisão do país em várias facções. Entre elas, as Forças Ocidentais emergem como uma força combatente contra os Estados Lealistas, com planos de assassinar o presidente. 

O elenco é liderado por Kirsten Dunst no papel de Lee, uma fotógrafa de guerra que lidera uma equipe reduzida após a perda de Sammy – Joel e a fotojornalista novata Jessie – embarcando em uma missão arriscada no coração de Washington, DC, ao lado das Forças Ocidentais, que assumiram a Casa Branca com o presidente dentro.

Em meio ao caos dos tiroteios e à constante busca por segurança, as defesas emocionais de Lee começam a desmoronar sob o peso da perda de Sammy e das atrocidades testemunhadas. Quando as Forças Ocidentais finalmente invadem a Casa Branca, Lee, Joel e Jessie se unem à investida. 

Num confronto tenso entre o Serviço Secreto e as Forças Ocidentais, Jessie se vê no meio do fogo cruzado. É então que Lee se lança à frente, arriscando sua própria vida para proteger a jovem fotógrafa. Logo após a captura do presidente, Joel enfrenta seu destino com coragem, enquanto Jessie, em seus momentos finais, captura a imagem que irá definir o desfecho desse conflito histórico.

Lee se sacrifica para salvar Jessie

Lee e o presidente dos EUA morrem no final da Guerra Civil

Enquanto Lee permanece firmemente determinada a proteger Jessie dos horrores que ela mesma enfrentou ao longo da Guerra Civil, o clímax do filme ocorre quando Lee se sacrifica para salvá-la de uma bala disparada pelo Serviço Secreto. 

Jessie captura a morte de Lee em sua lente, sugerindo uma aparente desconexão entre um fotógrafo de guerra e seu objeto de estudo. Este momento marca o início da carreira fotográfica de Jessie, enquanto Lee, no final de sua jornada, deleta a imagem do cadáver de Sammy de sua câmera.

A perda de Sammy e a guerra próxima à Casa Branca mudaram profundamente Lee, trazendo uma nova perspectiva para suas prioridades. Ao intervir para salvar Jessie, Lee reconhece a exaustão da jovem fotógrafa, que sacrificou tudo ao longo dos anos. Este ato de heroísmo também reflete a própria transformação de Lee, que, apesar de sua fadiga, reconhece a importância crucial do trabalho que realizam. Além disso, Lee não deseja testemunhar a morte de Jessie, uma jovem com toda uma carreira pela frente.

Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, interpretado por Nick Offerman, é morto por soldados das Forças Ocidentais. Suas últimas palavras, um apelo desesperado por misericórdia, são capturadas por Joel, garantindo um exclusivo antes de sua execução. Este momento marca o fim de sua presidência de três mandatos, embora não esteja claro se sua morte sinaliza o fim da guerra civil.

Embora Lee não tenha sobrevivido para testemunhar a queda do presidente, ela alcança seu objetivo de chegar a Washington, DC, e torna-se a primeira equipe a receber uma citação do presidente, uma conquista que representa o reconhecimento de seu trabalho incansável e corajoso.

Wagner Moura em Guerra Civil
Wagner Moura em Guerra Civil

O que vem a seguir para os EUA após a operação bem-sucedida das Forças Ocidentais

Com a queda do presidente, o principal objetivo das Forças Ocidentais é alcançado, deixando o futuro delas envolto em incertezas até o desfecho do filme de Alex Garland. 

Essas forças, lideradas pelos estados secessionistas da Califórnia e do Texas, historicamente posicionados em lados opostos do espectro político, uniram-se durante a Guerra Civil em prol de um objetivo comum: eliminar o regime fascista do presidente.

Agora, com seus objetivos alcançados, o destino dos Estados Unidos permanece em suspenso. Existe a possibilidade de as Forças Ocidentais optarem por reintegrar-se à nação, buscando reunificar o país. No entanto, também é plausível que a Califórnia e o Texas mantenham suas divergências políticas, embora a reconciliação possa demandar um tempo considerável, dado o profundo racha provocado pela guerra civil.

Além disso, a morte do presidente deixa o futuro dos Estados Unidos em um limbo existencial. É provável que surja um novo líder das Forças Ocidentais, o que poderia desencadear um conflito interno totalmente diferente. Independentemente das reviravoltas que ocorram, o sucesso da operação das Forças Ocidentais as posiciona como uma facção poderosa, capaz de influenciar não apenas as outras facções, mas também o rumo futuro do país como um todo.

Alex Garland queria manter assim

O fim da Guerra Civil é tão ambíguo quanto sua política

A Guerra Civil chega a um desfecho com a morte do presidente dos Estados Unidos pelas mãos das Forças Ocidentais. No entanto, o filme não revela de forma explícita como o país irá se recuperar após o conflito. Desde o início, o filme mergulha os espectadores em meio a um conflito em andamento, sem fornecer detalhes precisos sobre quando ou o que desencadeou a guerra civil retratada, embora haja alusões ao presidente agindo contra a Constituição.

O desfecho do filme é propositalmente ambíguo, deixando em aberto o destino futuro da nação. Alex Garland opta por manter essa incerteza, refletindo a própria natureza incerta da política durante a Guerra Civil. O final é apresentado de forma confusa, oferecendo o suficiente para que o público compreenda os acontecimentos, mas sem fornecer uma conclusão definitiva. A Guerra Civil é concluída de uma maneira que deixa o público com mais perguntas do que respostas.

Embora as Forças Ocidentais tenham nutrido um ódio profundo pelo presidente e tenham se unido para derrubá-lo devido à sua natureza fascista, o filme não revela quais seriam seus planos após a morte dele. O futuro dos Estados Unidos nos próximos anos permanece envolto em mistério, e Garland opta por deixar aos espectadores a tarefa de imaginar o que pode ou não acontecer em seguida.

O foco principal da Guerra Civil é nas Forças Ocidentais

Onde a Aliança da Flórida e os Estados Lealistas estão no fim da Guerra Civil?

No decorrer da Guerra Civil, as Forças Ocidentais assumem o papel central, concentrando a maior parte do foco do filme devido à sua busca por vingança contra o presidente. 

Embora a aliança da Flórida seja brevemente mencionada no início do filme, suas perspectivas e lealdades em relação ao conflito permanecem vagas, embora pareça que eles são aliados das Forças Ocidentais. No entanto, o desfecho da Guerra Civil não oferece muitas informações sobre o paradeiro da Aliança da Flórida e das forças leais aos Estados Unidos.

É sugerido que, com a aproximação das Forças Ocidentais em direção a Washington, DC, os lealistas tenham se rendido, deixando o presidente vulnerável. Provavelmente, eles se retiraram da capital, cessando seu envolvimento na luta. Durante um segmento de notícias no início da Guerra Civil, um jornalista menciona que a Aliança da Flórida estava ocupada suprimindo uma insurreição nas Carolinas. Além disso, de acordo com o mapa de alianças apresentado no filme, há o Exército do Novo Povo, composto por estados do noroeste como Oregon. Essa região do país, no entanto, não recebe destaque na narrativa da Guerra Civil, tornando difícil determinar suas atividades e alianças.

As Forças Ocidentais emergem como protagonistas da trama devido ao seu poder e influência, relegando as demais facções a um papel secundário. A complexidade das alianças e a dinâmica das diferentes regiões do país acrescentam camadas à narrativa, deixando espaço para interpretação e especulação sobre o que pode ter acontecido com as facções não tão proeminentes.

O final do filme dá significado ao fotojornalismo

O verdadeiro significado do fim da Guerra Civil

O desfecho da Guerra Civil enfatiza a importância do fotojornalismo em meio a conflitos e atrocidades humanas. No início do filme, Lee expressa sua crença de que sobreviver em uma zona de guerra era uma forma de enviar um alerta para casa, mas ela percebe que pouca mudança resultou disso. No entanto, o final da história demonstra o quão essencial é a documentação dos fatos, independentemente de sua brutalidade.

Embora a carreira de Lee como fotógrafa de guerra não tenha encerrado nenhum conflito, suas imagens servem como testemunhos poderosos da história e dos eventos que transcorreram. O desfecho da Guerra Civil ressalta a necessidade contínua de documentar esses acontecimentos através da perspectiva da equipe de Lee. Este aspecto traz um profundo significado à fotografia de guerra como um componente vital do jornalismo, especialmente porque Lee se esforça para realizar seu trabalho com o mínimo de viés possível.

As mortes de Sammy e Lee no desfecho da Guerra Civil não foram em vão. Seu legado, que continua através de Joel e Jessie, é fundamental e crítico. Sua coragem e dedicação à documentação dos horrores da guerra reforçam a importância da fotografia como uma ferramenta para contar histórias e preservar a verdade. Este final sugere que seu trabalho não apenas perdurará, mas também moldará a compreensão e a narrativa dos eventos ocorridos durante a Guerra Civil.

O filme Guerra Civil está disponível apenas nos cinemas. Confira o Trailer:

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