20 anos depois, o sucesso Independence Day volta às telas, agora numa sequência que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas brasileiros. Independence Day: O Ressurgimento narra as consequências da batalha do fatídico quatro de julho de 1996 e como os humanos se preparam para uma nova e mais devastadora invasão. Alguns personagens estão de volta, entre eles o agora ex-presidente Whitmore, interpretado pelo galã dos anos 90 Bill Pullman. O ator esteve em São Paulo para conversar com jornalistas sobre o filme e o Observatório do Cinema marcou presença no evento.
Crítica | Independence Day: O Ressurgimento
Pullman começou falando sobre o fato de voltar à franquia tanto tempo depois, afirmando que nunca havia repetido um papel nos cinemas e vê o Whitmore de Independence Day 2 quase como um novo personagem comparado ao presidente americano no primeiro filme – não sendo mais aquele líder, um dos principais guerreiros na luta contra aquela invasão, agora ele está “mais humano”. Segundo Bill Pullman, Whitmore sente os traumas decorridos daquela batalha, e por conta disso estaria um pouco “lunático”. Citando Shakespeare, Pullman explica que há certa engenhosidade nos lunáticos e que é a própria loucura deles que os fazem entender o mundo e é exatamente o que acontece em Independence Day 2, os traumas de Whitmore fazem com que o novo protagonista compreenda melhor aquela ameaça.
Pullman também comentou como foi importante a inserção da personagem de Maika Monroe (Corrente do Mal), a filha de Tom Whitmore. Para ele, sua conexão com Maika foi imediata e muito calorosa, o que o ajudou a manter esse amor paternal nas telas. O ator afirma que são esses momentos que fazem o público criar uma empatia com o filme e destaca o trabalho do diretor Roland Emmerich que consegue unir toda a força dos personagens e dos atores em cena, conferindo um envolvimento emocional muito maior à história.
Sobre o elenco, o ator de 62 anos destacou a participação dos jovens protagonistas e enalteceu o excelente instinto de Roland para seu casting, afirmando que os garotos não serviam apenas para trazer o público jovem mas somavam, de fato, ao filme, trazendo uma verdadeira conexão com o restante do elenco. Bill Pullman também destacou que, além de excelente atores, os protagonistas mais novos como Liam Hemsworth e Jessie T. Usher, são extremamente humildes, sempre abertos à sugestões e sem qualquer comportamento egocêntrico.
Nesses 20 anos não foi só o elenco que mudou, o meio cinematográfico e o próprio mundo estão todos diferentes. Pullman contou que no primeiro filme da série apenas 20% dos efeitos eram gerados por computação gráfica, hoje, no novo Independence Day, ele acredita que 85% do filme é realizado com CGI. E destaca as diferenças nesse novo processo ao descrever que agora ele atuou num espaço vazio, recoberto de tela azul, que pode se tornar qualquer coisa, com apenas dois outros atores nesse local. Tal recurso faz Pullman lembrar o teatro, em que a interação dos atores e a imaginação daquele cenário ainda não realista que contruirá sua atuação.
Bill Pullman ainda falou sobre seu receio do filme parecer um pouco retrógrado diante dos inúmeros blockbusters de ficção científica de 96 para cá, uma vez que a narrativa desenvolvida por Independence Day hoje é utilizada com frequência, seja pelo misto, ação, efeitos visuais e comédia. Assim, para Pullman, hoje há uma enorme legião de aficionados por ciência e inovações tecnológicos e seria difícil agradar esse mundo totalmente diferente; então o grande diferencial desse Independence Day: O Ressurgimento seria a relação nas mais diversas histórias que compõem o novo filme, são suas diversas conexões emocionais que conferem relevância à história.
Na coletiva, Bill Pullman demonstrou todo seu apreço e até apego pelo filme, dizendo que havia uma série de cenas que ele gostaria de ver na montagem final, mas infelizmente foram cortadas, ele diz que esses momentos “são como filhos arrancados de você” e afirma que gostaria de ver um diálogo inicial entre Whitmore e sua filha que se conectaria perfeitamente com o final do longa, mas o ator entende as decisões do diretor e ratifica que Rolando fez um excelente trabalho para que o público mantenha o interesse para com todos os personagens.
Bill Pullman diz que Independence Day traz muito de sua memória afetiva, e explica com entusiasmo que quando pequeno era apaixonado pelos filmes de guerra protagonizados por John Wayne e que quando voltava para casa se imaginava dentro do filme, e é exatamente como se sente realizando Independence Day 2, dentro de uma aventura como as da sua infância. Além de ser uma incrível aventura, Bill Pullman acredita que o filme traz mensagens positivas e necessárias, afirmando que, tanto o primeiro filme como essa sequência, colocam no centro da trama pessoas comuns que se tornam heróis e prega momentos em que todos se livram das diferenças para alcançar o êxito.
Dessa forma, o ator afirma encontrar em Independence Day: O Ressurgimento um profundo senso de humanidade, na qual as pessoas libertam-se dos seus preconceitos, de suas rivalidades históricas para construírem um belo momento. Bill Pullman finalizou dizendo que é exatamente esse sentimento que encontra por aqui, confirmando que todo seu carinho pelas terras brasileiras vem certamente desse sentimento de comunhão, um país onde as diferenças convivem juntas construindo um senso de coletividade que ele só vê por aqui. Pullman acredita que aqui é um dos poucos lugares onde pode se ver a mensagem de ambos Independence Day.
Diretor dá detalhes da guerra entre humanos e aliens