Não deu certo

Kraven: O Caçador continua a tendência que arruinou todos os filmes do Homem-Aranha da Sony

O personagem nunca foi um herói, muito menos anti-herói, e o longa apresenta uma ideia bem distinta do mesmo

Aaron Taylor-Johnson
Aaron Taylor-Johnson

O universo do Homem-Aranha na Sony sempre foi um tanto confuso, desde suas diversas produções até a ideia de filmes solo de seus vilões. Com Kraven, o Caçador, não foi diferente, principalmente por saber que o filme não levará para uma possível reunião para o Sexteto Sinistro ou algo do tipo.

Agora, a Sony reforçou que sim, errou ao trazer esses personagens e sequer colocar o Homem-Aranha como um personagem pequeno nesses filmes, que pudesse justificar essas produções. Mas um ponto que se repete em todos os longas focados em inimigos do Cabeça de Teia, e que acaba deixando tudo ainda pior, é que eles são muito mais “bonzinhos” do que vilões de verdade.

Todos são bonzinhos demais para serem vilões

Enquanto a maioria dos vilões não acredita que eles são os vilões, a Sony pegou os personagens que deveriam eventualmente unir forças sob a alcunha do Sexteto Sinistro, e os transformou em heróis. Se por um lado eles faziam algo ruim, matavam ou tinham algum motivo equivocado sobre alguém, cada um desses personagens foi retratado como um herói em grande parte de seus filmes.

Venom, por exemplo, lutou contra inúmeros bandidos e ajudou a salvar o mundo. Morbius foi vítima ao tentar encontrar uma cura para sua condição, e ele usou a maldição que lhe foi infligida para, novamente, salvar o mundo de uma ameaça maligna. E agora, Kraven segue o mesmo exemplo de redenção não solicitada.

Esses personagens deveriam ser os piores vilões que o Homem-Aranha já enfrentou, mas, em vez disso, ele sequer dá as caras ou é mencionado nessas produções. A Sony acabou ignorando partes centrais dos personagens, em favor de tentar fazer um universo típico de super-heróis, e sofreu as consequências: críticas em massa do público e dos jornalistas especializados, além de lucro muito abaixo do esperado.

Kraven repete a mesma fórmula de seus antecessores

Em Kraven, o protagonista sequer pensa que ele poderia fazer o mal e se justifica desde o princípio como herói. Ele tinha um pai terrível e abusivo, de quem fugiu quando menino, e quando decidiu viver na floresta, acabou aprofundando sua conexão com os animais. Isso levou Kraven a decidir proteger os animais e voltar sua caça para os humanos, especificamente pessoas que faziam mal ao mundo.

Por mais que ele não seja exatamente um herói por suas ações, ele claramente assume o manto de anti-herói e defende o planeta de sua própria forma. E isso tudo faz com que ele se afaste do material original e sequer faça sentido para sua existência. Agora, após os rumores de que a Sony enfim desistiu dessa linha de produções, pode ser a deixa para que filmes focados em seus vilões seja muito mais do que transformá-los em falsos heróis.

Kraven, o Caçador já está em exibição nos cinemas.

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