Conversando com a Associated Press, o mestre do cinema Martin Scorsese voltou a criticar filmes mais recentes (após dizer que “as imagens perderam o sentido” em outra entrevista poucas semanas atrás).
“O cinema está morto. O cinema com o qual eu cresci, e que ainda estou fazendo, está morto. Como construção, o cinema estará sempre lá para uma experiência em comunidade, mas que tipo de experiência será essa? Será sempre um filme de parque de diversões? Eu soo como um homem velho, o que eu sou”, admitiu o cineasta.
“Para nós que vivemos os anos 50, a telona era para faroestes e Lawrence da Arábia, ou a experiência especial que foi 2001: Uma Odisseia no Espaço. Nada se compara com Um Corpo de Cai hoje em dia”, citou Scorsese.
“Eu não acho que a TV substituiu o cinema nesse sentido. Eu tentei trabalhar em TV, e tive algum sucesso. Tentamos com Vynil, e encontramos muita resistência à linguagem que estávamos tentando aplicar. Não sei se há tanta liberdade quanto se diz”, disse ainda.
Martin Scorsese relembra Os Infiltrados: “Foi muito desagradável de fazer”
Em Silêncio, novo filme de Scorsese, dois padres jesuítas, Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver), são enviados ao Japão do século XVII à procura do seu mentor desaparecido (Liam Neeson). Com o país fechado ao mundo exterior, e o Catolicismo proibido, eles enfrentarão perseguição e violência em uma jornada de resgates e descobertas espirituais.
O drama marca a retomada da parceria entre Scorsese e o roteirista Jay Cocks, de Gangues de Nova York. A estreia brasileira de Silêncio acontece no dia 2 de fevereiro de 2017.