O Ministério da Economia do governo Bolsonaro defendeu o fim do benefício da meia-entrada para cinemas e outros eventos e atrações culturais, enquanto a Agência Nacional do Cinema (Ancine) abriu consulta pública acerca da obrigatoriedade legal desse benefício.
A meia-entrada serve como incentivo à cultura e permite que milhares de pessoas tenham acesso ao cinema, espetáculos, shows e mais, que não teriam como pagar normalmente (especialmente quem tem filhos).
A Ancine alegou que quase 80% de todos os ingressos de cinema vendidos no brasil tiveram preço de meia entrada e aponta diminuição na venda de ingressos a preço cheio, o que não é de se espantar, tendo em vista que há cinemas que cobram por volta de R$ 40 por ingresso.
A extinção da meia-entrada obrigaria todos os brasileiros, salvo em casos de promoção, a pagarem esses preços.
O debate continua
As informações da Ancine partiram do Sistema de Controle de Bilheteria (SBC), que garante acesso às informações de mais de 3 mil salas de cinema no brasil.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE, Iago Montalvão criticou a análise da Ancine e defendeu a manutenção do benefício.
“A solução para qualquer problema que impacte nas receitas dos cinemas não deve ser atacar um direito conquistado e histórico da classe estudantil, mas justamente o de criar formas de garantir a verificação da validade das carteiras conforme padrão certificado pelo ITI (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). Infelizmente, na maioria das salas de cinema do Brasil, essa verificação ainda não é feita”, disse Montalvão (via Forum)
O secretário de Defesa do Consumidor e diretor do Procon-SP também é contra o fim do benefício. Ele disse ser dever do Estado incentivar o acesso à cultura.
“Isso é retirar um direito consolidado do consumidor. Não há nenhuma garantia de que isso vai resultar em ingressos mais baratos”.
Por enquanto, o assunto segue sendo debatido.