Destruição Global

Moonfall – Ameaça Lunar é o desastre dos filmes sobre desastre

Leia a crítica do filme dirigido por Roland Emmerich

O “mestre do desastre” está de volta!

Caso não saibam quem é o tal, estamos falando de Roland Emmerich, diretor, roteirista e produtor alemão, amplamente conhecido por seus filmes de ficção científica e desastres catastróficos, ganhando e merecendo o apelido citado acima dentro da indústria de cinema.

Curioso que apesar da designação justíssima, associar a palavra ‘mestre’ à Emmerich pode até soar como algo jocoso, em vista que o diretor de cinema que apresentou algumas poucas qualidades em Stargate (1994), só tem um (!) grande acerto em cheio no alvo em toda a sua carreira: Independence Day (1996).

O longa-metragem que mistura ação e sci-fi – responsável por apresentar o hoje mega estrela de cinema Will Smith para o mundo todo – foi uma produção que rompeu barreiras tecnológicas no fim do século passado, escancarando a porta para que outros também pudessem se arriscar em grandes produções repletas de efeitos visuais deslumbrantes para a época.

Só com isso, Roland Emmerich já garantiu que seu nome será lembrado de alguma forma como um benfeitor da indústria cinematográfica. Pena que depois disso, ou até mesmo antes, testemunhamos o chamado “mestre do desastre” executar uma obra mais equivocada que a anterior!

A lista é grande: Soldado Universal (1992); Godzilla (1998); O Patriota (2000); O Dia Depois de Amanhã (2004); 10.000 a.C. (2008); 2012 (2009); O Ataque (2013); Independence Day: O Ressurgimento (2016); Midway: Batalha em Alto Mar (2019); entre outros.

Junta-se à lista desastrosa Moonfall: Ameaça Lunar, sobre uma força misteriosa que tirou a Lua de sua órbita ao redor da Terra e a lançou em rota de colisão com a vida como a conhecemos. Com poucas semanas antes do impacto e o mundo à beira da aniquilação, a executiva da NASA e ex-astronauta Jo Fowler (Halle Berry) está convencida de que ela tem a solução para salvar a todos nós – mas apenas um astronauta de seu passado, Brian Harper (Patrick Wilson) e o teórico da conspiração KC Houseman (John Bradley) poderão ajudá-la. Esses heróis improváveis ​partem em uma missão impossível de última hora, deixando para trás todos que amam, apenas para descobrir que nossa Lua não é exatamente o que pensamos.

Sobre não se levar a sério

Quando comentamos sobre A Lenda do Cavaleiro Verde foi argumentada à proposta de     que existem alguns filmes que não devem ser levados tão a sério, uma vez que são produções que visam o entretenimento visual e sonoro acima de qualquer conceito ou ideia.

Dá para afirmar com tranquilidade que Roland Emmerich – tirando algumas raras exceções, como Anônimo (2011) ou Stonewall: Onde o Orgulho Começou (2015) – é um praticante assíduo dessa proposta cinematográfica desde o começo de sua carreira. Alguém que mira mais o espetáculo do que o conteúdo da história.

Sem problemas! Até mesmo porque todos precisamos de um tempo para simplesmente nos desligarmos de toda a confusão e tumulto que são elemento presente em nossas rotinas diárias.

Então, fica a pergunta – “por que diabos Moonfall: Ameaça Lunar representa tamanho desastre?!”

Simples.

Só não se levou a sério na teoria, nunca na prática.

O exemplo perfeito disso vem pelo destaque do personagem interpretado por John Bradley – mais conhecido pelo papel Samwell Tarly da renomada série televisiva Game of Thrones. Ele representa – de forma bem antiquada – o jovem nerd diferentão do tipo acima do peso que tem sua mãe como melhor amiga, claramente indicando que ele está lá para ser o tal do alívio cômico da história apocalíptica.

Porém, percebe-se que o roteiro escrito pelo trio Roland Emmerich, Harald Kloser e Spenser Cohen não dá chances para que o carismático Bradley possa demonstrar seus talentos. Para se ter uma noção do baixo nível humorístico da produção, temos uma tentativa de fazer rir na cena onde Halle Berry e John Bradley estão dentro da Lua gritando o nome completo do personagem interpretado por Patrick Wilson, procurando-o após a queda da nave, quando ela questiona o jovem qual o motivo de chamar ele pelo nome inteiro dentro da Lua, pois será que existe outro com o mesmo nome lá?!

Sim. É constrangedor nesse nível!

Conclusão

Agora, se ainda assim quiserem assistir Moonfall: Ameaça Lunar, já disponível nas salas de cinema em todo o país, saibam que o longa dirigido por Emmerich é aquele tipo de filme lunático – figurativamente e literalmente – onde nossa Lua não é mais um satélite natural da Terra, uma vez que está abrigando uma inteligência artificial que parece uma nuvem de gafanhotos simbionte mecanizada que não consegue transpassar um portal, mesmo assim bate na mesma entrada várias vezes sem sucesso algum.

Então, caso comprarem tal ideia, como também fizeram quando Jeff Goldblum lançou um super vírus trojan na nave-mãe alienígena ou quando Bruce Willis rachou o asteroide no meio usando uma britadeira espacial, fica a sugestão de um baldão de pipoca de um lado e um refrigerante de litrão do outro, além dos desejos de uma boa diversão!

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