Os filmes O Senhor dos Anéis de Peter Jackson são considerados a maior e mais influente adaptação da história do cinema. Para quem é fã, é fácil perceber que todos os três filmes permanecem bastante fiéis ao seu material de origem, pelo menos na maior parte.
Assim como em qualquer adaptação, certas mudanças precisaram ser feitas, pois o que funciona na literatura nem sempre se traduz tão bem na tela. Apesar disso, as pequenas alterações foram bem aceitas pelo público, a não ser pela controversa batalha de O Retorno do Rei, que muitos fãs não gostaram do resultado.
A Batalha dos Campos de Pelennor foi de longe uma das batalhas mais devastadoras de Sauron, o que a tornou ainda mais impactante quando as defesas de Gondor e Rohan finalmente saíram vitoriosas. No filme, no entanto, ela foi alterada e fez com que o momento carregasse menos impacto emocional do que deveria.
O que muda do livro para o filme?
A Batalha dos Campos de Pelennor, tanto no filme quanto no livro, foi considerada uma das maiores batalhas da franquia. No longa, a fotografia arrebatadora, o uso de efeitos visuais e da música como aliada fizeram com que a cena se tornasse algo épico e esplendoroso. Apesar disso, o tom apresentado ali é bem diferente do que se vê no livro.
No livro, a força defensiva de Gondor e Rohan estava diminuindo, não por causa dos ataques aéreos da horda de Nazgûls, mas por causa do pavor e medo que eles alimentaram em seus corações. A descrição de J.R.R. Tolkien para o momento revela que a esperança havia tomado os soldados mais uma vez, mostrando que qualquer homem poderia de fato resistir à ira de Sauron se eles se unissem.
O diretor escolheu focar mais na ação da batalha, pois seria difícil retratar visualmente os ataques psicológicos e emocionais experimentados pelos soldados. Este tipo de abordagem, no entanto, não é nada comparado ao clímax que Tolkien havia pensado originalmente. Ao contrário do livro, não apenas Elladan e Elrohir estão ausentes, como Legolas e Gimili não participam da batalha, onde os reforços não são homens de Gondor mas sim o exército dos mortos.
Isso prejudica a batalha de Minas Tirith?
A Batalha dos Campos de Pelennor foi de longe uma das mortes mais brutais de todas as histórias de Tolkien. Embora tenha sido algo memorável ver o exército dos mortos aniquilar as forças inimigas de Sauron, a falta de emoção faz com que o grande número de mortes na batalha parecesse irrelevante, como se tivessem morrido por nada. No livro, não há indícios de que os espíritos do exército representem qualquer tipo de ameaça física; no filme, no entanto, eles podem atacar e eliminar as forças opostas. O uso do Exército também roubou dos fãs a chance de ver Legolas e Gimli lutarem naquela batalha, já que seus papéis nela são bem significativos.
Por mais diferente e por mais decepcionante que seja em comparação com a versão de Tolkien, é difícil negar que a interpretação de Jackson da batalha deixou um grande impacto que ainda paira sobre os fãs. A batalha como um todo continua sendo uma das maiores sequências de ação já filmadas, e os fãs dos filmes, que podem não estar familiarizados com os livros, ainda consideram a chegada do exército um dos momentos mais icônicos e memoráveis da trilogia. Mas não tem como negar que, apesar de tudo, a versão dos livros daria ainda mais impacto para a história.
A trilogia de O Senhor dos Anéis está disponível na Max.