Quando um universo cinematográfico tão consolidado quanto o de O Senhor dos Anéis é revisitado, a expectativa natural é de sucesso. As histórias épicas de J.R.R. Tolkien, adaptadas para o cinema por Peter Jackson, conquistaram diversas premiações e gerações de fãs, gerando bilhões de dólares e marcando a história do entretenimento. No entanto, Senhor dos Anéis: A Guerra de Rohirrim, o mais recente lançamento ambientado na Terra-média, parece estar longe de repetir esse legado.
O filme, uma animação que se passa cerca de 200 anos antes dos eventos de O Hobbit, prometia explorar as origens do reino de Rohan e sua luta contra os Dunlendings. Liderados por Helm Hammerhand, o último rei da primeira linhagem de Rohan, os rohirrim enfrentam um inimigo movido por uma vingança pessoal. Apesar de uma narrativa rica em potencial, a produção não conseguiu atrair o público esperado para as salas de cinema.
Com um desempenho decepcionante em sua semana de estreia, A Guerra de Rohirrim apresentou a pior abertura da franquia O Senhor dos Anéis. Nem mesmo o apelo de ser o primeiro filme do universo de Tolkien a ser lançado nos cinemas em uma década foi suficiente para garantir bons números. A recepção fria pode ser atribuída a vários fatores, mas o principal deles parece ser a escolha do formato.
O risco de uma abordagem experimental
Diferente das adaptações anteriores, que apostaram em live-action e efeitos visuais grandiosos, A Guerra de Rohirrim trouxe uma estética animada que dividiu opiniões. Embora o anime seja um formato popular, especialmente em determinados nichos, ele parece não ter dialogado bem com os fãs tradicionais da Terra-média, que estão habituados ao estilo mais realista dos filmes de Peter Jackson.
Além disso, a história é bastante isolada dentro do universo de O Senhor dos Anéis. Sem conexões diretas com os eventos principais da trilogia ou de O Hobbit, o longa pode ter sido percebido como uma obra secundária, fácil de ser ignorada pelos espectadores que não são tão engajados com o universo expandido.
A falta de personagens familiares ou de um vínculo mais evidente com as sagas anteriores também prejudicou a identificação do público. Para muitos, a Terra-média é sinônimo de Frodo, Gandalf e Aragorn, e a ausência desses elementos pode ter contribuído para o desinteresse.
Impactos para o futuro da franquia
O desempenho fraco não é apenas uma decepção isolada e levanta preocupações para os futuros projetos de O Senhor dos Anéis. A Warner Bros. já anunciou planos para expandir o universo de Tolkien nos próximos anos, mas o fracasso deste filme pode colocar em risco a abordagem planejada pelo estúdio.
Para reverter essa situação, os próximos projetos ambientados na Terra-média terão que aprender com os erros de A Guerra de Rohirrim, trazendo de volta uma abordagem que recupere o tom épico e os personagens icônicos que tornaram a franquia um fenômeno cultural.
Além disso, talvez seja necessário reavaliar o tipo de público que a Warner Bros. deseja atingir. Se o objetivo é atrair novos espectadores, as histórias devem ser acessíveis e impactantes por si só. Já se a intenção é manter os fãs antigos, a fidelidade ao estilo e à grandiosidade da trilogia original deve ser prioridade.
Independentemente do caminho escolhido, o desempenho de A Guerra de Rohirrim serve como um alerta de que a Terra-média não é infalível – assim como já haviamos visto em Anéis de Poder. Mesmo uma franquia consagrada precisa inovar com cautela e manter sua essência para continuar relevante.
Enquanto isso, resta aos fãs esperar e torcer para que os próximos capítulos de O Senhor dos Anéis tragam de volta o brilho que marcou o início dessa jornada épica.