Alguns já estão chamando a recente rom-com Case Comigo de a nova Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) deste século.
Aos mais apressados: calma lá!
Sim, existem alguns predicados visíveis na comédia romântica dirigida pela cineasta Kat Coiro (Brooklyn Nine-Nine, Modern Family, Disque Amiga para Matar), definitivamente. No entanto, enquanto o longa-metragem do finalzinho do século passado – dirigido por Roger Michell (1956 – 2021) – consegue acertar nas duas vias (comédia e romance), notamos maiores dificuldades em Case Comigo para fazer rir na mesma intensidade que consegue acalentar alguns corações pelo romance encenado pela dupla de atores.
Estreando nas salas de cinema em todo o país, acompanhamos Kat Valdez (Jennifer Lopez), que representa uma metade do casal de celebridades mais sexy do planeta, ao lado da nova superestrela musical Bastian (Maluma). À medida que o novo single de sucesso de Kat e Bastian, “Marry Me”, sobe nas paradas, vemos o casal prestes a trocar alianças diante de uma grande audiência de fãs em uma cerimônia que será transmitida em várias plataformas digitais. O professor de matemática divorciado Charlie Gilbert (Owen Wilson) foi levado para o show por sua filha Lou (Chloe Coleman) e sua melhor amiga (Sarah Silverman). Quando Kat descobre, segundos antes da cerimônia, que Bastian a traiu com sua assistente, sua vida vira de cabeça para baixo, tendo um colapso no palco, questionando o amor, a verdade e a lealdade. À medida que seu mundo desaba, ela trava os olhos com um estranho – um rosto na multidão. Se o que você sabe te decepciona, então talvez o que você não saiba seja a resposta. Assim, em um momento de insanidade, Kat escolhe se casar com Charlie. O que começou como uma reação impulsiva, evoluiu em uma aproximação inexplicável. Mas à medida que as forças conspiram para separá-los, surge a questão universal: duas pessoas de mundos tão diferentes podem preencher o abismo entre elas e construir um lugar de amor onde ambos pertençam?
J. Lo, a diva das comédias românticas?
Para aqueles mais curiosos: Case Comigo é a nona rom-com na carreira da cantora, atriz e dançarina americana, nascida na grande metrópole novaiorquina.
Uma lista tão notável de trabalhos no gênero cinematográfico, naturalmente indica que no meio encontraremos, tanto acertos quanto alguns equívocos, correto?
Não no caso de Jennifer Lopez, uma vez que a diva do pop só lançou filmes bem questionáveis no melhor dos cenários. Tirando algumas bombas inconcebíveis, como: O Casamento dos Meus Sonhos (2001), Contato de Risco (2003), Plano B (2010) e O Que Esperar Quando Você Está Esperando (2012).
Agora, podemos dizer que Case Comigo entra na coluna daquelas produções hollywoodianas açucaradas que não ficam acima da média, porém, fazem o mínimo suficiente para que possamos nos apegar em alguma coisa rolando na história.
Do mesmo modo que A Sogra (2005) de Robert Luketic, que teve uma salvadora em Jane Fonda, podemos afirmar que o que impediu Case Comigo de ser algo totalmente esquecível foi a performance (sempre) carismática do talentoso Owen Wilson.
A sintonia entre os dois realmente funciona em cena, muito por causa de Wilson, que trouxe uma naturalidade calorosa que esteve ausente em algumas partes da trama, principalmente no grande momento de epifania no palco, pouco antes dos dois aceitarem juntar os panos.
Mais do mesmo
Apesar da comparação cabível entre Case Comigo e Um Lugar Chamado Notting Hill, pois ambas histórias destacam mulheres super famosas e populares, estabelecendo uma relação de proximidade com homens considerados comuns, devemos afirmar que provavelmente seria uma comparação mais justa se o filme em questão fosse Casal Improvável (2019) de Jonathan Levine.
A razão disso, novamente, vem através do ator americano Owen Wilson, que aqui representou, assim como Seth Rogen no longa de 2019: as dificuldades do homem em se adaptar, além da insegurança masculina diante todo um ambiente onde não se sente bem-vindo ou à altura.
Mas, são nos tocantes momentos onde ele se mostrou apto a abrir seu coração para novas possibilidades que enriqueceram à narrativa de Case Comigo de alguma forma, apesar dos velhos clichês do gênero que ainda persistem martelar nossas mentes, e especialmente, peito.