Com Taron Egerton no papel de Ethan Kopek, um agente da TSA envolvido em uma situação extrema, Bagagem de Risco foi comparado ao clássico estrelado por Bruce Willis. Assim como Duro de Matar, o longa apresenta um herói comum enfrentando um vilão estrategista em um espaço confinado. Essa fórmula, embora conhecida, foi bem aproveitada no filme da Netflix, que se destaca pela dinâmica entre seus personagens e um ritmo tenso e envolvente.
O sucesso foi refletido em sua recepção, com uma aprovação de 85% no Rotten Tomatoes e ótima performance no streaming. O ator Taron Egerton, inclusive, já demonstrou interesse em uma sequência, mas alertou que a história precisaria de um conceito inovador para justificar sua existência. Segundo ele, “seria necessário algo criativo e realmente extraordinário” para dar continuidade de maneira significativa.
O grande desafio para uma possível sequência é escapar da armadilha que enfraqueceu a franquia Duro de Matar: exagerar na evolução do protagonista. No filme original, John McClane era um herói imperfeito, um homem comum em uma situação desesperadora. Esse aspecto foi essencial para o apelo inicial da série, já que se distanciava dos protagonistas invencíveis que dominavam os filmes de ação da época, como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone.
Com o passar dos filmes, no entanto, McClane foi transformado em uma figura praticamente sobre-humana, realizando façanhas absurdas, como saltar sobre a asa de um avião. Isso comprometeu a identificação do público com o personagem, reduzindo o impacto emocional e a credibilidade das histórias. Para Bagagem de Risco 2, manter Ethan como um “homem comum” será essencial para preservar a essência que tornou o primeiro filme tão bem-sucedido.
Expansão do universo sem perder a essência
O final de Bagagem de Risco deixa diversas possibilidades em aberto para uma sequência. Ethan realiza seu sonho de se tornar policial, o que pode colocá-lo em novos cenários de perigo. Apesar dessas possibilidades, é importante que a narrativa mantenha os pés no chão e evite situações fora da realidade.
A dinâmica entre Ethan e Nora (Sofia Carson), que está grávida no primeiro filme, também pode ser explorada. A relação pessoal do protagonista é um elemento que contribui para seu apelo como um herói realista, algo que não deve ser deixado de lado em uma continuação. Assim, o filme pode expandir seu universo sem perder a conexão emocional que conquistou os espectadores.
Além disso, um dos pilares do sucesso de Bagagem de Risco foi a performance de Taron Egerton, que trouxe carisma e vulnerabilidade ao papel. Ethan é apresentado como um homem comum, com falhas e desafios reais, como o desejo de ser promovido e a expectativa de se tornar pai. Essa abordagem humanizada foi essencial para o sucesso do filme e deve ser mantida na sequência.
Para evitar os erros de Duro de Matar, o roteiro precisa resistir à tentação de transformar Ethan em um herói infalível. As dificuldades enfrentadas por ele no primeiro filme, como o medo e as limitações físicas, contribuíram para o suspense e a identificação do público.
O equilíbrio entre ação e narrativa
Outro ponto que deve ser levado em consideração é o equilíbrio entre cenas de ação e desenvolvimento da história. Bagagem de Risco se destacou ao construir um enredo que mescla tensão, inteligência e momentos emocionais. Repetir essa fórmula será fundamental para o sucesso de uma continuação.
Em vez de buscar cenas de ação exageradas, o foco deve ser em desafios que testem a criatividade e a resiliência do protagonista, como aconteceu no primeiro filme. Essa abordagem não só manterá a identidade da franquia, mas também permitirá que os espectadores continuem investidos na jornada de Ethan.
Bagagem de Risco está disponível na Netflix.