A franquia Sonic continua sua trajetória no cinema com um novo capítulo que já está em cartaz, e as expectativas dos fãs não poderiam ser mais altas. Sonic 3 chegou aos cinemas trazendo consigo não apenas mais ação, mas também uma das adições mais aguardadas dos fãs dos jogos: o icônico Shadow. Depois de duas produções bem-sucedidas, o filme finalmente adiciona um novo vilão que rouba a cena, mas também deixa algumas pontas soltas que podem dividir a opinião do público.
Embora a série tenha sido construída para agradar tanto aos fãs de longa data quanto a novos espectadores, a habilidade do diretor Jeff Fowler de equilibrar referências aos jogos com uma narrativa acessível é o que continua a garantir seu sucesso.
A história começa após os eventos de Sonic 2, com Sonic e seus amigos, Tails e Knuckles, vivendo um momento de paz. Mas, como era de se esperar, essa paz é interrompida pela volta de Doctor Robotnik (Jim Carrey), que, para a surpresa de todos, retorna de uma maneira que muitos não imaginavam. Juntamente com Robotnik, surge Shadow, que escapou de sua prisão após um misterioso incidente. Seu desejo de vingança coloca Sonic em um confronto físico e emocional, revelando traumas do passado do próprio Shadow.
Keanu Reeves, escolhido para ser a voz original de Shadow, entrega uma performance que era aguardada com ansiedade. Sua interpretação é carregada de emoções conflitantes, e, embora o personagem seja mais sombrio que Sonic, há uma complexidade que fica evidente durante o filme. Shadow é o reflexo de Sonic, mas seu sofrimento, seu isolamento e sua busca por vingança oferecem uma profundidade sombria e comovente.
Alguns tropeços não comprometedores
Enquanto a introdução de Shadow é um grande ponto alto, a trama de Sonic acaba caindo em algumas falhas. O próprio personagem de Sonic, que até então havia sido o centro das atenções nos filmes anteriores, fica um tanto em segundo plano. Apesar da excelente atuação de Ben Schwartz e da dublagem carismática de Manolo Rey, que mantém Sonic como um personagem engraçado e cativante, seu arco pessoal fica perdido em meio à grande batalha entre os outros personagens. Isso faz com que, em determinados momentos, o filme perca o foco no protagonista.
Outro ponto que acaba tirando um pouco do brilho de Sonic 3 é a estrutura do enredo. Enquanto a interação entre Sonic, Tails e Knuckles ainda tem seu valor, a forma como o filme se desenrola, com constantes idas e vindas, pode dar uma sensação de desorganização. Sonic, ao contrário de seus companheiros, tem um desenvolvimento mais fragmentado, tornando o filme um pouco confuso em certos momentos. Mesmo assim, o longa ainda consegue se reequilibrar e entregar um final satisfatório, onde Sonic aprende lições importantes sobre liderança e a importância do trabalho em equipe.
Apesar dessas falhas, Sonic 3 não deixa de ser uma produção emocionante, com cenas de ação instigantes. O filme também se beneficia de uma das melhores cenas pós-créditos da franquia, que deixa claro que as aventuras de Sonic estão longe de acabar. As referências aos jogos continuam a encantar os fãs, mas o filme também consegue abrir portas para novos espectadores que, talvez, não estejam tão familiarizados com o universo do personagem.
No fim das contas, Sonic 3 é uma diversão garantida para todas as idades, assim como seus antecessores, com uma mistura de ação, comédia e emoção. Se a franquia continuar a seguir esse caminho, Sonic tem muito mais a oferecer nas telonas, garantindo a diversão em família.
Sonic 3 está em cartaz nos cinemas