Alerta de spoilers
Em cartaz nos cinemas brasileiros, Transformers: O Despertar das Feras conta com um final surpreendente, que indica um crossover entre a franquia de robôs e G.I. Joe. Mas ambas as marcas contam com muita história juntas.
“Optimus Prime e os Autobots enfrentam seu maior desafio até agora. Quando surge uma nova ameaça capaz de destruir todo o planeta, eles devem se unir a uma poderosa facção de Transformers conhecida como Maximals para salvar a Terra”, diz a sinopse oficial de O Despertar das Feras.
O novo filme dos Transformers, apesar de fazer sucesso nos cinemas, divide a opinião da crítica especializada, com 56% de aprovação no Rotten Tomatoes.
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Mostramos abaixo tudo que você precisa saber sobre a história de Transformers e de G.I. Joe. Confira!
O histórico de crossovers entre Transformers e G.I. Joe
Considerando que Transformers e G.I. Joe são duas das linhas de brinquedos de maior sucesso da Hasbro, poderíamos argumentar que milhares de crossovers já aconteciam toda vez que uma criança imaginava como seria ver os robôs lutando lado a lado com os soldados.
A Hasbro também está ciente de que é possível canalizar a imaginação das crianças em uma máquina lucrativa, e é por isso que a empresa trabalhou em vários crossovers de G.I. Joe e Transformers em histórias em quadrinhos e séries animadas ao longo dos anos. No entanto, as duas equipes nunca se cruzaram nas telonas até agora.
Transformers: O Despertar das Feras muda isso ao incluir uma participação especial de G.I. Joe que promete que os super espiões se juntarão aos Autobots no próximo capítulo da guerra Cybertroniana.
Esse é um desenvolvimento cinematográfico massivo, capaz de salvar a franquia cinematográfica G.I. Joe do esquecimento e ajudar a impulsionar os filmes de Transformers agora que a Paramount está tentando reiniciar a saga nos cinemas.
Há uma razão pela qual G.I. Joe é tão icônico para várias gerações. Afinal, a linha de brinquedos da Hasbro começou sua história como a primeira figura de ação já criada. Projetado por Stan Weston e lançado em 1964, o primeiro brinquedo de G.I. Joe era um soldado comum. A figura de G.I. Joe vendeu tanto, e tão rápido, que a Hasbro começou a licenciar a linha para empresas internacionais.
Em 1971, a empresa japonesa Takara lançou o brinquedo com o nome de “Combat Joe”. No entanto, como as pessoas no Japão não gostam tanto de brinquedos com temática militar, Takara teve dificuldade em tentar vender suas figuras. É por isso que, em 1972, Takara redesenhou Combat Joe para parecer um robô translúcido, relançando a figura sob o nome de “Henshin Cyborg”. A palavra “Henshin” poderia ser traduzida como “Transformar”, e se referia à capacidade do personagem de mudar seus membros e substituí-los por armas.
Além disso, Takara achou que era uma boa ideia vender pacotes personalizados que poderiam transformar Hensin Cyborg em heróis famosos de programas de TV japoneses como Ultraman.
Na década seguinte, Takara continuou experimentando a ideia de um brinquedo robô que poderia mudar de peça para se tornar outra coisa. Lentamente, mas de forma constante, a Takara começou a lançar novas linhas de brinquedos, cada uma impulsionando o conceito.
Primeiro, eles vendiam veículos e navios com peças intercambiáveis que podiam ser anexadas a figuras de ação. Então, eles começaram a investir em brinquedos totalmente transformáveis que pudessem mudar de forma sem desmontar e remontar as figuras de ação.
Eles finalmente criaram uma linha de mechas disfarçados de carros e animais enquanto caçavam ameaças alienígenas. Os brinquedos de Takara foram vendidos em todo o mundo. No entanto, a empresa não tinha condições financeiras de competir no mercado americano, que está sempre transbordando de novos brinquedos brilhantes.
Na época em que Takara aproveitou o sucesso de seus mechas transformadores, a Hasbro já havia transformado G.I. Joe em uma equipe de espiões internacionais, trabalhando com a Marvel Comics para lançar uma linha de histórias em quadrinhos que daria a cada figura de ação sua própria história.
Os brinquedos G.I. Joe também foram promovidos por uma série animada e comerciais, que ajudaram a criar o fundo narrativo que as crianças precisavam para serem completamente viciadas nos brinquedos.
Assim, quando a Hasbro tomou conhecimento dos robôs transformadores da Takara, eles fizeram uma parceria com a empresa japonesa para trazer suas figuras de ação para os EUA, usando a mesma estratégia que se provou tão bem-sucedida para G.I. Joe, a Hasbro investiu dinheiro na produção de uma série de quadrinhos para os Transformers, que se tornaram alienígenas sencientes em vez de mechas no mercado americano.
Em 1984, a linha de brinquedos Transformers chegou às prateleiras dos EUA, lançando uma franquia que se tornaria ainda maior que G.I. Joe. No entanto, devido à curiosa história das duas franquias, ambas as marcas permaneceriam conectadas por muitas décadas.
Em 1985, Transformers e G.I. Joe eram duas das marcas de brinquedos mais populares. Além disso, ambas as marcas tiveram histórias em quadrinhos de sucesso escritas pela Marvel Comics e programas de TV desenvolvidos pela Marvel Productions. Então, era lógico unir os dois universos oficialmente.
Crossovers entre Transformers e G.I. Joe
No início, ambas as séries animadas começaram a mencionar personagens e eventos que apareceram nas aventuras da outra equipe, para sublinhar como os Autobots lutaram no mesmo mundo que o esquadrão G.I. Joe. O inimigo de G.I. Joe, o Comandante Cobra, até se tornou um vilão da semana na série animada Transformers. Ainda assim, nunca houve um crossover completo entre as duas equipes na clássica série animada.
A história é completamente diferente nos quadrinhos. Em 1987, a Marvel Comics lançou G.I. Joe and the Transformers, uma minissérie de 4 edições em que os Autobots e o esquadrão G.I. Joe devem unir forças para lutar contra os Decepticons, que se aliam ao Comando Cobra.
A minissérie foi um sucesso. No entanto, como a Marvel Comics perdeu os direitos sobre os quadrinhos de G.I. Joe e Transformers, que foram para duas editoras separadas, nunca houve uma continuação direta para a história do crossover. Em vez disso, diferentes editoras criaram suas próprias histórias de crossover, dando origem a um punhado de linhas do tempo diferentes para o G.I. Joe e os Autobots.
Atualmente, as coisas estão mais simplificadas. A IDW assumiu o controle de ambas as franquias de quadrinhos em 2005 e decidiu mantê-las separadas por mais de uma década.
No entanto, a partir de 2016, a empresa declarou que ambas as equipes coexistem no mesmo universo. Desde então, eventos de quadrinhos têm sido publicados periodicamente, com Autobots frequentemente aparecendo em histórias de G.I. Joe e os verdadeiros heróis americanos muitas vezes dando uma mão para seus amigos cybertronianos.
Sempre houve um precedente para se juntar às franquias G.I. Joe e Transformers nos cinemas. No entanto, Hasbro e Paramount nunca assumiram o risco até Transformers: O Despertar das Feras.
Transformers: O Despertar das Feras está em cartaz nos cinemas.
