Ninguém conhece uma série melhor do que o seu próprio criador, o que significa que a presença dele nos momentos chave da trajetória da trama é indispensável, certo? Em muitos sentidos, sim, mas isso não impede alguns roteiristas de abandonarem suas criações na metade!
As 10 séries mais longas da história da TV
Foi o que aconteceu com algumas dessas séries abaixo, e exemplificamos como elas decaíram em qualidade com essa separação dolorosa:
COMMUNITY (Dan Harmon) | Apesar de celebrado tanto por sua sitcom quanto pela criação seguinte, Rick and Morty, Harmon famosamente tem um temperamento difícil, o que causou confrontos com outro astro temperamental, Chevy Chase. Após a terceira temporada, Harmon acabou demitido de sua posição, mas um quarto ano muito abaixo do esperado fez a emissora voltar atrás e recontratá-lo.
HOUSE OF CARDS (Beau Willimon) | O talentosíssimo roteirista Beau Willimon adaptou a série de TV britânica para os EUA em suas quatro primeiras temporadas, mas abandonou o posto a partir da quinta, que foi entregue a Frank Pugliese e Melissa James Gibson. Muitos fãs notaram que o quinto ano não correspondeu às expectativas, e com isso adicionado ao escândalo de assédio envolvendo Kevin Spacey, uma sexta temporada mais curta dará fim ao drama político.
SATURDAY NIGHT LIVE (Lorne Michaels) | Hoje uma instituição da comédia americana, o Saturday Night Live ainda estava construindo sua reputação quando Lorne Michaels foi demitido do posto de showrunner, após a quinta temporada. O problema é que, sem ele, a maioria dos comediantes também deixou o elenco, levando a uma sexta temporada desastros. Michaels retornaria à série em 1985, substituindo Dave Ebersol, que segurou quatro temporadas com o programa à beira do cancelamento.
THE WEST WING (Aaron Sorkin) | Uma das mais celebradas séries políticas de todos os tempos, The West Wing confiava muito no poder de seu criador, o extraordinário roteirista Aaron Sorkin. No entanto, após quatro temporadas, ele resolveu deixar o programa, e os fãs notaram uma queda na qualidade até seu cancelamento, três anos depois.
SMALLVILLE (Alfred Gough & Miles Millar) | Não estamos dizendo que Smallville foi algum tipo de obra-prima em qualquer momento de seus 10 anos no ar, mas é inegável que as sete primeiras temporadas, comandadas pelos criadores Alfred Gough e Miles Millar, são consideravelmente melhores que as três conseguintes, produzidas após sua saída. Não à toa, Gough e Millar encontrariam sucesso nos cinemas, com Homem-Aranha 2, e novamente na TV, com The Shannara Chronicles.
SEINFELD (Larry David) | Todo mundo se lembra de Jerry Seinfeld, mesmo porque o nome do cocriador estava no título da série e ele era seu astro, mas a sitcom Seinfeld dependia muito também dos talentos de Larry David, que teve uma relação complicada com a série. Após a segunda temporada, ele se demitiu dizendo que não aguentava mais receber notas e correções do estúdio – ele foi recontratado, mas foi embora novamente no sétimo ano, deixando as duas últimas temporadas órfãs de sua genialidade.
GILMORE GIRLS (Amy Sherman-Palladino) | A criadora deixou o posto de showrunner da série na sexta temporada, citando como motivo a falta de segurança passada pela emissora, que nunca estendeu seu contrato por mais de um ano. A temporada final, a sétima, ficou nas mãos de outro roteirista, o que levou muitos fãs a não curtirem os últimos momentos – algo remediado pela minissérie A Year in the Life, lançada em 2016.
PENDELETON WARD (Hora de Aventura) | Quando seu desenho animado se tornou um dos mais populares da nossa época, o criador Pendelton Ward tratou de “pular fora”: mais especificamente, na 5ª temporada da série, que muitos marcam como o momento em que a história começou a se repetir e decair de qualidade. “Ter qualidade de vida é mais importante do que controlar esse projeto, e a pressão estava me enlouquecendo”, disse Ward.
KEVIN WILLIAMSON (Dawson’s Creek) | A série estreou em 1998, com criação de Williamson, mas logo o roteirista perdeu o interesse nos dramas adolescentes, abandonando a produção após duas temporadas. Williamson saiu para perseguir outros projetos, mas acabou não conseguindo lançar uma nova série de sucesso por anos, até retornar para escrever os dois episódios finais de sua criação original – será que isso é karma?
KEVIN WILLIAMSON (The Vampire Diaries) | Pois é, Williamson não tem um bom histórico em relação a sua permanência em séries de TV. Essencialmente um escritor de cinema (ele criou a franquia Pânico, por exemplo), Williamson abandonou sua enormemente bem sucedida adaptação de The Vampire Diaries após a terceira temporada, entregando tudo nas mãos da showrunner Julie Plec, e conforme os anos passando ficou claro que a série nunca mais seria a mesma. Williamson voltou para escrever o primeiro e o último episódios da oitava temporada.