Entra no ar amanhã (terça-feira, 21) uma das produções mais esperadas da TV brasileira em 2017. Substituta de “O Rico e Lázaro”, “Apocalipse” chega à tela da Record com ares de superprodução e a promessa de inovar o filão de folhetins bíblicos da casa, deixando de lado as civilizações antigas para abordar um dos períodos mais sombrios previstos pela Bíblia Sagrada para o futuro da humanidade: o fim dos tempos.
A seguir, você confere algumas curiosidades dos bastidores e da história dessa novela que promete dar o que falar.
Autora “consagrada”
Uma das maiores expectativas em torno de Apocalipse reside no nome por trás do texto da novela: Vívian de Oliveira (acima), em seu retorno à principal faixa de dramaturgia da Record após assinar o fenômeno Os Dez Mandamentos. A história de Moisés (Guilherme Winter) roubou diversas vezes a liderança da Rede Globo em 2015 e atualmente vem repetindo esse êxito em diversos países para os quais foi exportada.
“Nada mais atual que colocar os Apocalipse nos dias de hoje. As profecias que a gente vê na Bíblia têm tudo a ver com o que falamos hoje em dia, sobre as catástrofes naturais, possibilidades de guerra. Tudo isso passa pelo Apocalipse”, defendeu a autora, em entrevista ao site da Igreja Universal do Reino de Deus – ligada à Record.
Atores trocados
O ator escolhido inicialmente para interpretar o cientista Benjamin Gudman, herói do folhetim, foi Guilherme Winter (à esquerda), que já havia protagonizado o trabalho anterior da autora, Os Dez Mandamentos. A ideia, aliás, era repetir a dobradinha de sucesso entre ele e Sérgio Marone, colocando-os novamente como antagonistas – Marone dará vida na história ao vilão Ricardo, o anticristo.
No entanto, Winter decidiu de última hora abrir mão do papel principal de Apocalipse para atuar na próxima novela de Cristianne Fridman, que substituirá Belaventura em março. Com isso, a produção recorreu a Igor Rickli (à direita) para assumir o personagem.
Semanas antes, uma outra mudança havia sido determinada no elenco da história bíblica. Escalada para a viver Lia, avó de Benjamin, a atriz Beth Goulart acabou dispensada pela produção e substituída por Lucinha Lins. O motivo é que Beth, de 56 anos, tem menos idade do que a atriz Mônica Torres, 59, que interpretaria sua filha na ficção.
Gravações internacionais
Para fazer bonito diante do espectador, a Record não regulou gastos no orçamento de Apocalipse e enviou parte do elenco e equipe técnica para gravações na Itália (na capital, Roma, foto acima), Estados Unidos e Israel.
É nesses locais que se passará boa parte das duas primeiras fases da trama, que ocuparão os primeiros sete capítulos. Houve, inclusive, uma preocupação da direção em recriar de forma convincente a Nova York dos anos 1980, onde se dá o encontro e a aproximação entre Alan (Maurício Pitanga / Eduardo Galvão) e Susana (Carolina Oliveira / Mônica Torres), pais do protagonista Benjamin.
Ficção e realidade
Para deixar a trama ainda mais interessante (e sinistra), a escritora Vívian de Oliveira vai lançar mão de fatos históricos e atuais e relacioná-los com a ação da trama.
O atentado ao World Trade Center (foto acima), em 11 de setembro de 2001, por exemplo, será mostrado como uma das tragédias que enunciam a chegada do anticristo e o final dos tempos.
Mística, mas moderna
Assim como as demais tramas bíblicas, Apocalipse terá o misticismo por pano-de-fundo central de sua história – o que não significa, porém, que deixará de dar atenção a questões delicadas presentes na vida moderna.
O mal de Azheimer e a violência doméstica são alguns dos temas de interesse social que serão retratados na história – o primeiro, por meio do drama de Lia (Lucinha Lins), médica brilhante que descobre ser portadora da doença degenerativa; e o outro, através da mãe de família Raquel (Juliana Silveira, foto acima), que sofrerá constantes agressões do próprio marido, César (Fernando Pavão).
“Cara” de cinema
Esqueça os “defeitos especiais” de Os Mutantes e cia: a Record promete surpreender o público de sua nova trama com sequências de fazer inveja a muitas produções dos EUA.
Uma delas está reservada já para o primeiro episódio, mostrando a morte dos personagens Elisa (Déborah Kalume, à esquerda) e Jonathan Gudman (Gilberto Hernandez, no centro) em um tsumani na Indonésia. Gravada em um resort em Angra dos Reis, a cena recebeu um tratamento todo especial na edição para ficar com qualidade de cinema.
Além disso, a emissora de Edir Macedo também contratou uma equipe de coloristas para dar um tratamento diferenciado às imagens da novela, conferindo-lhe ares de seriado americano.
Ambição frustrada
A Record bem que tentou, mas não conseguiu atrair nomes globais de peso para atuar em Apocalipse.
Os maiores esforços se concentraram em Maitê Proença (foto acima), que havia acabado de perder seu contrato de exclusividade com a Globo. A ideia era que ela interpretasse a vilã Débora Koheg, mãe do anticristo Ricardo (Sérgio Marone). No entanto, as negociações não vingaram por conta do salário astronômico solicitado pela musa, na faixa dos R$ 300 mil.
Depois disso, a direção da trama ainda sondou Cláudia Ohana para o papel, mas novamente ouviu “não” e acabou fechando com Bia Seidl.
Controvérsias religiosas
A maior polêmica de Apocalipse, no entanto, deverá ficar por conta das menções indiretas – e negativas – à Igreja Católica na história de Vívian de Oliveira.
Um dos núcleos centrais do folhetim será a igreja fictícia conhecida como Sagrada Luz, que possui sua sede em Roma e tem como líder máximo o sacerdote italiano Stéfano Nicolazzi (Flávio Galvão, foto acima), mentor encarregado de transformar Ricardo Montana no anticristo.
Além de representar o falso profeta descrito na Bíblia, o personagem também seria uma referência ao Papa e, claro, à Igreja Católica. Como será que os fiéis católicos reagirão a essa “alfinetada”? Xi…