Em cartaz nos cinemas brasileiros, Oppenheimer se destaca por sua fidelidade histórica. Mas, como é de praxe em dramas biográficos, o filme deixa de fora alguns aspectos da vida de seu protagonista. Sendo assim, quais elementos da trajetória de J. Robert Oppenheimer o filme de Christopher Nolan não mostra?
“Oppenheimer explora como o brilhantismo, a arrogância e o impulso implacável de um homem mudaram a natureza da guerra para sempre, levando à morte centenas de milhares de pessoas e desencadeando histeria em massa”, diz a sinopse oficial de Oppenheimer.
O elenco de Oppenheimer é liderado por Cillian Murphy (Peaky Blinders), Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Matt Damon (Perdido em Marte) e Emily Blunt (Um Lugar Silencioso).
Mostramos abaixo 7 coisas da vida de J. Robert Oppenheimer que o novo filme de Christopher Nolan não mostra; confira!
O significado do J
No início de Oppenheimer, quando o personagem de Cillian Murphy é perguntado sobre o significado do “J” em seu nome, diz apenas que a letra “não significa nada”. Esta era uma excentricidade real do “pai da bomba atômica”, que não gostava de revelar seu primeiro nome.
A certidão de nascimento de Oppenheimer, por outro lado, deixa bem claro que o primeiro nome do cientista era “Julius”. Este também é o nome do pai do físico, que se chamava Julius Seligmann Oppenheimer.
O pai de Oppenheimer
Considerado uma das figuras mais importantes da história dos Estados Unidos, J. Robert Oppenheimer é descendente de imigrantes. Julius, o pai do cientista, nasceu na cidade alemã de Hanau. Na época de seu nascimento, no entanto, a região ainda fazia parte do Reino da Prússia.
Julius Oppenheimer imigrou para os Estados Unidos ainda na adolescência, sem dinheiro no bolso, estudo formal ou conhecimento da língua inglesa. Logo depois, ele foi contratado por uma empresa têxtil e, eventualmente, se tornou um dos executivos mais ricos da companhia.
Quem foi a mãe de Oppenheimer?
Ella Friedman, a mãe de J. Robert Oppenheimer, também era descendente de imigrantes alemães. Ainda no final do século 19, ela estudou com grandes ícones da pintura em Paris, começando uma bem sucedida carreira como artista nos Estados Unidos.
Por isso, a casa onde Oppenheimer passou a infância era repleta de obras de arte de valor inestimável – com pinturas de Pablo Picasso, Edouard Vuillard e até mesmo Vincent Van Gogh. Ella faleceu em 1931, muito antes da criação da bomba atômica.
A personalidade de Oppenheimer
Como o filme de Christopher Nolan dá a entender, Oppenheimer era um indivíduo complicado, dono de uma personalidade cheia de nuances. Fumante inveterado, ele também era conhecido por outras tendências autodestrutivas. Em momentos de grande concentração, ele deixava até mesmo de se alimentar.
Além disso, o cientista passou por diversos quadros de depressão em todo o decorrer da vida, antes e depois da criação da bomba atômica. Em dado momento, ele teria dito para o irmão Frank que, em sua vida, “a física é mais importante do que os amigos”.
Oppenheimer e o hinduísmo
A relação de Oppenheimer com o hinduísmo (e com o misticismo em geral) é referenciada em apenas uma cena do filme de Christopher Nolan. Na vida real, o personagem de Cillian Murphy nutria um grande interesse pela filosofia hinduísta, citando livros como o Bhagavad Gita e Meghaduta como “os mais importantes de sua vida”.
Durante todo o Projeto Manhattan, Oppenheimer costumava presentear os amigos e colegas com cópias dos livros em questão. Além disso, ele apelidou seu carro de “Garuda” – figura da religião hindu que serve como montaria para o deus Vishnu.
Os filhos de Oppenheimer
O filme de Christopher Nolan revela que J. Robert Oppenheimer teve filhos com a esposa Kitty, mas não aborda, de maneira mais aprofundada, os herdeiros do cientista. Peter, o primeiro filho do físico, nasceu em maio de 1941, e Katherine, a segunda filha do casal, em dezembro de 1944.
Peter, atualmente com 82 anos, vive no Novo México com os três filhos: Dorothy, Charles e Ella. Katherine, por sua vez, levou uma vida complicada desde o diagnóstico de poliomielite na infância. Ela faleceu em janeiro de 1977, nas Ilhas Virgens, após cometer suicídio.
A morte de Oppenheimer
Por fim, algo que o filme de Christopher Nolan também não mostra é a morte de Oppenheimer. O “pai da bomba atômica” faleceu em 18 de fevereiro de 1967, aos 62 anos. O cientista, que fumou durante toda a vida, foi diagnosticado com câncer de garganta 2 anos antes da morte.
Após uma cirurgia inconclusiva, ele passou por um tratamento pouco eficaz de quimioterapia, entrando em coma em 15 de fevereiro de 1967, e falecendo três dias depois. Seu funeral foi visitado por mais de 600 pessoas – incluindo diversos cientistas que trabalharam no Projeto Manhattan.
Você já pode assistir Oppenheimer nos cinemas brasileiros.