Enquanto muitos ficaram felizes com a renovação de La Casa de Papel feita pela Netflix, outros ficaram com medo que a plataforma pudesse acabar estendendo a história deste grupo de ladrões além do ideal.
E embora muitos fãs provavelmente ficarão satisfeitos com as escolhas feitas para dar continuidade aos planos do Professor e sua gangue, outros irão sentir um desvio desconfortável da proposta original da série e de suas dinâmicas cativantes, típicas de histórias sobre golpes e roubos.
Confira a seguir os motivos pelos quais a Parte 3 de La Casa de Papel piora a série:
Repetição
Mas enquanto a escala desta história pode ter aumentado e se tornado mais chamativa visualmente, a nova temporada de La Casa de Papel também procura não se desviar tanto da dinâmica que marca sua proposta, e logo dá início a um novo roubo que traz muito do que os fãs já se acostumaram com as partes anteriores.
Enquanto tal escolha contribui para não descaracterizar a série, também é válido apontar que a ideia de um golpe “maior” acaba banalizando um pouco a longa trajetória do golpe anterior. E com menos episódios, o que temos é uma versão mais rápida, objetiva e menos mirabolante de uma situação que já não traz o mesmo impacto.
Menos elaborada
Como citei na crítica desta Parte 3, La Casa de Papel foi se tornando consistentemente menos sutil ao longo de seus episódios, e esta sequência dá continuidade a este padrão. Embora a atmosfera de urgência e o aumento dos riscos sirva para manter a história empolgante, muito do “jogo de xadrez” das negociações policiais que tanto agradava nas primeiras partes, por exemplo, não é tão bem elaborado desta vez.
O roubo ao Banco da Espanha é bem mais impulsivo do que vimos na Casa da Moeda, e a polícia está bem menos apreensiva, o que torna esta temporada mais frenética do que intrigante.
Menos Tempo
Com menos episódios, esta terceira parte de La Casa de Papel não encontrou espaço suficiente para progredir a evolução de seus vários personagens de forma orgânica, ou relevante. Embora tenha agradado ao mostrar os relacionamentos que citei anteriormente, a trama acaba negligenciando boa parte da transição que poderia ter sido explorada nas construções de Raquel e Monica, por exemplo.
Tokio serve mais como uma representante dos tópicos e discursos trabalhados pela série, do que realmente evolui como personagem, e com muitos dos arcos narrativos concluídos para os outros membros do grupo, La Casa de Papel acaba dando de cara no mesmo problema de tantas sequências: a falta de novos conflitos pessoais para tantos personagens.
A Parte 3 de La Casa de Papel já está disponível na Netflix.