A Parte 3 de La Casa de Papel continua agradando os fãs da equipe de ladrões com máscaras de Dalí, e a Parte 4 já está confirmada pela Netflix para deixar os planos do Professor ainda mais impactantes. Mas como sempre é o caso em séries de televisão, às vezes a criatividade dos roteiristas pode se esgotar antes do tempo.
Então depois de prever o que deve acontecer na próxima temporada, além de falarmos sobre o que gostaríamos de ver acontecendo, chegou a hora de especular sobre o que NÃO queremos ver acontecendo de jeito nenhum em La Casa de Papel – Parte 4.
Confira:
Arturo
O ex-refém Arturito foi uma tremenda dor de cabeça durante as duas primeiras partes de La Casa de Papel, e seu retorno na última temporada só serviu para tornar tudo ainda mais complicado. Os conflitos causados pelo personagem eram produtivos durante a trama da Casa da Moeda, mas já estão beirando uma irritação desnecessária.
Na Parte 4, é possível que o personagem traga ainda mais problemas para o grupo de ladrões, mas torço para que sua participação venha logo e seja pontual, ajudando a elevar a tensão da história, mas sem dar espaço para mais explorações sobre seu personagem e sua relação com Monica.
A morte de Nairobi
A Parte 3 terminou com o roubo ao Banco da Espanha indo por água abaixo. A polícia está pronta para invadir o local, o professor está tendo que lidar com a morte de Raquel, e para deixar tudo ainda pior, Nairobi está à beira da morte depois de ter sido baleada. A personagem é uma das mais queridas pelos fãs, e providencia um bom contraste de personalidade com outros integrantes do grupo.
Tal qual Tokio diz durante o começo de La Casa de Papel, há poucas mulheres nesse grupo, e embora a entrada de Raquel e Monica ter contribuído para a dinâmica da equipe, seria triste dar adeus à uma personagem que ainda possui um espaço interessante para evoluir, e que poderia ser uma peça fundamental para os discursos políticos do Professor ao longo de sua guerra.
Apenas mais um roubo
Um dos jeitos mais fáceis da Parte 4 de La Casa de Papel começar a demonstrar um desgaste cansativo em suas tramas, seria compor a próxima temporada com apenas mais um roubo, tal qual a Casa da Moeda e o Banco da Espanha. Precisariam introduzir mais um motivo para tal empreitada, repetindo o formato de flashbacks e exposições, além dos roteiristas terem que bolar estratégias ainda mais mirabolantes para surpreender os espectadores em um terreno já bem conhecido. Os riscos precisam aumentar, e as consequências precisam ser ainda mais impactantes. Creio que apenas mais um assalto, por maior que seja o dinheiro envolvido, não daria conta de elevar a narrativa da série.
Fan service exagerado
E do mesmo jeito que sempre queremos continuar vendo mais temporadas de La Casa de Papel, também ficamos felizes quando os roteiristas entregam alguns desenvolvimentos que são claramente feitos para agradar a base de fãs. O exagero deste elemento, no entanto, costuma ser alvo de críticas em diversas produções que trocam a criatividade pelo agrado explícito, contribuindo muito pouco para a memorabilidade desta narrativa. Tokio talvez seja a principal candidata para receber alguns desses agrados equivocadamente, o que poderia tornar a personagem bem menos interessante.
Minha esperança é que os roteiristas decidam tornar o debate político da série ainda mais complexo, e possam forçar o espectador a refletir sobre os ideais do Professor, mas se a próxima temporada continuar distinguindo seus lados morais de forma extrema, vários fãs poderão ficar felizes com o rumo da série seguindo suas expectativas. Sua história, no entanto, acabaria desperdiçando a oportunidade de ser mais relevante.