Kevin Feige, o presidente dos Estúdios Marvel, já afirmou que a Fase 4 do MCU será marcada pela diversidade e representatividade.
Os primeiros filmes da Marvel nos cinemas focaram na história de homens brancos e héteros. Com o tempo, fãs clamaram pela introdução de mais personagens femininas e de etnias diferentes.
O sucesso de Pantera Negra e Capitã Marvel provou que a Marvel só tem a lucrar com um MCU mais inclusivo, e esse aspecto deve melhorar ainda mais nos futuros filmes da franquia.
Em uma das cenas mais emocionantes de Vingadores: Ultimato, o Homem-Aranha entrega a Manopla do Infinito para a Capitã Marvel, para que ela possa transportar o artefato pelo campo de batalha. Nesse momento, a união feminina chega ao centro da trama, e Carol Danvers conta com o auxílio de todas as heroínas dos Vingadores e outras equipes do MCU.
O momento ganhou o coração dos fãs, que ficaram ainda mais entusiasmados com a possibilidade de um filme focado nas heroínas da Marvel.
Irmandade Feminina
Enquanto times masculinos de super-heróis são regra (e nem chamam muita atenção), times de heróis femininas quase nunca são mostrados na grande mídia.
Ver tantas mulheres heroicas juntas é maravilhoso. Porém, o fato da cena ter sido tão comentada, prova que ela é uma exceção, e que não é o suficiente.
Em Vingadores: Guerra Infinita, uma luta da Feiticeira Escarlate contra Proxima Midnight também contou com um momento parecido. Nela, a Viúva Negra e Okoye se juntam à heroína para a derrota da vilã.
A cena de Vingadores: Ultimato também causou polêmica. Alguns fãs disseram que ela só estava no filme “para lacrar”, e que não fez diferença nenhuma para a condução da história.
Mesmo assim, ela foi um momento extremamente importante para todos os fãs do MCU que desejavam histórias com personagens complexos e interessantes, não apenas com heróis brancos, héteros e masculinos.
“Analisando nossa jornada no MCU, ficamos impressionados com a quantidade de personagens femininas incríveis. Acho que para nós, foi realmente um momento de celebração e reconhecimento da intensidade desse empoderamento”, afirmou Anthony Russo, co-diretor de Vingadores: Ultimato.
O futuro feminino do MCU
Celebrações e reconhecimentos à parte, vale lembrar que, exceto a Capitã Marvel, todas as heroínas do MCU são personagens secundárias.
Pior ainda, elas são personagens secundárias para protagonistas masculinos. Mesmo com o aumento da representatividade, o histórico da Marvel não é dos melhores em relação à suas personagens femininas.
A Viúva Negra, membro original dos Vingadores, demorou 11 anos para ganhar um filme solo, que será ambientado antes dela entrar para a equipe de heróis.
No entanto, mesmo que o filme solo da Viúva Negra esteja sendo produzido, o esforço é tardio e pouco significativo, já que a personagem morreu em Vingadores: Ultimato.
Dessa forma, a cena “girl power” em Vingadores: Ultimato cria uma certa dissonância cognitiva. Ela promete esperança para o futuro das heroínas. Mas analisando as decisões da Marvel na última década, é bem possível que esse futuro nunca chegue.
A-Force
Alguns fãs também acreditaram que a cena das heroínas em Vingadores: Ultimato seria uma referência a um possível filme da A-Force, equipe feminina de heroínas dos quadrinhos.
Não há nenhuma indicação, por enquanto, que a Marvel vai investir nessa equipe. Perguntado sobre a possibilidade de um filme da A-Foce, Kevin Feige foi vago em sua resposta.
“Só temos que decidir quando e como”, afirmou o executivo. Dessa forma, mesmo que Feige continue a vangloriar a suposta representatividade no futuro do MCU, é bem provável que as declarações sejam só ações de propaganda.
Mesmo com os prognósticos negativos, se existe um estúdio que pode virar o jogo em relação à presença femininas em filmes de super-heróis, esse estúdio é a Marvel.
O MCU está no topo do mundo, e a Marvel tem uma oportunidade de ouro de normalizar heroínas, até que elas se tornem tão prevalentes como os heróis.
Toda vez que uma mulher usa um uniforme de super-herói e luta contra vilões, o fato dela ser mulher se torna mais comum, e com o tempo, pode virar regra.
Com a Capitã Marvel no comando, o MCU tem que decidir se realmente vai apoiar suas heroínas ou apenas utilizá-las para momentos emocionantes e vazios.