Indicações

Todas as mentiras que Era Uma Vez em Hollywood te contou

A maior parte do novo longa-metragem de Quentin Tarantino, Era Uma Vez em Hollywood, não é um documentário da história real – e nem tinha intenção de ser.

Os dois personagens principais nunca existiram, todo o seu enredo é falso, e até mesmo o material que foi retirado da história foi drasticamente alterado para se encaixar na narrativa.

Aqui, revelamos as maiores mentiras que Tarantino te contou em Era Uma Vez em Hollywood, já em exibição nos cinemas brasileiros desde 15 de agosto.

Rick Dalton e Cliff Booth

Rick Dalton e Cliff Booth nunca existiram

Era Uma Vez em Hollywood conta a história de Rick Dalton (Leonardo DiCaprio), um ator caipira que já teve seu próprio programa de TV e agora é relegado a interpretar o vilão da semana.

Seu melhor amigo, dublê e motorista pessoal é Cliff Booth, vivido por Brad Pitt. No entanto, ambos são fictícios, sua história é fictícia e sua tênue conexão com Sharon Tate foi inexistente, porque eles nunca existiram.

Alguns dos filmes e programas de TV foram inventados

Já que Rick e Cliff não eram pessoas reais, é lógico que o programa que os tornou famosos provavelmente também não fosse real.

Bounty Law foi inventado por Tarantino, da mesma forma que os longas Kill Me Quick, Ringo e Said the Gringo. Apesar disso, o cineasta se inspirou em obras reais daquela época para criá-los.

Hollywood não gravava séries daquele jeito nos anos 60

Apesar da devoção de Quentin Tarantino aos detalhes, uma coisa ele entendeu muito errado. Na década de 60, gravações de séries de Hollywood não eram nem um pouco modernas, ao contrário do que vimos em Era Uma Vez em Hollywood.

No longa, é como se fosse possível gravar longas tomadas e fazer um belo trabalho de câmera na TV dos anos 60.

Pussycat nunca existiu

Em Era Uma Vez em Hollywood, conhecemos uma garota chamada Pussycat, vivida por Margaret Qualley. De todos os personagens da Família Manson, ela é a mais desenvolvida. Porém, assim como os dois protagonistas, Pussycat nunca existiu.

Ela foi só parcialmente inspirada em Kathryn Lutesinger, que fugiu após a prisão de Manson e acabou dando aos investigadores informações importantes que os ajudaram a resolver os assassinatos de Sharon Tate e seus amigos.

Roman Polanski e Sharon Tate não tinham um romance de contos de fadas

Em Era Uma Vez em Hollywood, Rick Dalton mora ao lado de Roman Polanski e Sharon Tate, que são apresentados como um casal apaixonado que desperta inveja no personagem de DiCaprio.

Sem nem tocas em todas as acusações de estupro e pedofilia, a história real pinta uma imagem diferente de Polanski: segundo o livro Sharon Tate: A Life, Polanski era controlador, cruel e muitas vezes pressionava sua esposa a usar drogas e a participar de atividades sexuais humilhantes, algumas das quais gravava e depois mostrava aos amigos em festas.

Cliff Booth nunca teria escapado da Família Manson

Cliff Booth foi parcialmente baseado no dublê Hal Needham, mas existe outro homem que inspirou sua história: outro dublê chamado Donald Shea.

Em uma cena de grande suspense, Cliff escapa da Família Manson, mas Shea não teve a mesma sorte na vida real. Rival de Charles Manson, Shea começou a suspeitar de suas atividades, até que Manson percebeu e ordenou que ele fosse assassinado.

Bruce Lee nunca foi espancado por um dublê

Em Era Uma Vez em Hollywood, Bruce Lee é um idiota arrogante, o que deixou seus fãs um tanto raivosos. Para piorar, ele é espancado por Cliff Booth numa cena, o que nunca teria acontecido.

A lenda de Bruce Lee afirma que ele só perdeu uma luta em toda a sua vida, e foi quando tinha 13 anos de idade. Ele certamente nunca foi derrotado por um dublê.

Bruce Lee não estava com Jay Sebring no dia anterior aos assassinatos

Era Uma Vez em Hollywood termina antes de mostrar as consequências dos assassinatos da Família Manson, mas alude a algumas das coisas que aconteceram na vida real.

Em uma cena, vemos Bruce Lee treinando com Jay Sebring no dia anterior aos assassinatos, mas não há evidências de que Lee estivesse com Sebring naquele dia. Sebring, vale lembrar, se tornou uma das principais vítimas de Manson, e Lee foi considerado suspeito de sua morte num certo momento.

Roman Polanski e Sharon Tate não tinham tantos vizinhos

Roman Polanski e Sharon Tate não são apenas vizinhos de Rick Dalton – eles têm muitos outros vizinhos. Na verdade, suas casas são tão próximas que Rick conversa com Jay Sebring através do portão de segurança de Sharon Tate, em pé na sua própria garagem.

Mas na vida real, a casa dos Polanski não era muito próxima de nada. Seu vizinho mais próximo morava a 100 metros de distância.

Os vizinhos dos Polanski não eram grandes estrelas

Em Era Uma Vez em Hollywood, os Polanski não somente têm muitos vizinhos, mas muitos deles também são grandes estrelas.

Mas na vida real, as casas mais próximas dos Polanski – que já eram bem distantes – não tinham astros ou mesmo ex-astros. Eles eram completamente normais, como os Kott, que foram os primeiros a ouvir os tiros.

Ninguém confrontou a Família Manson na rua

Em Era Uma Vez em Hollywood, os três assassinos correm descaradamente até o beco sem saída, no final da Cielo Drive, aparentemente despreocupados com sua falta de cautela.

Furioso com a barulheira, Rick os confronta enquanto bebe margaritas, o que, claro, é pura ficção. Ninguém confrontou a Família Manson naquele momento.

Linda Kasabian não escapou no carro de fuga

Na trama de Era Uma Vez em Hollywood, enquanto os membros da Família Manson caminham morro acima para cometer os assassinatos, uma garota chamada Linda Kasabian diz que esqueceu a faca no carro e volta ao veículo, que usa para escapar.

Porém, Kasabian nunca participou dos assassinatos – e também não fugiu. Em vez disso, ela atuou como vigia. Kasabian mais tarde serviu como testemunha de acusação e recebeu imunidade total em troca de seus relatos.

Nada terminou daquele jeito

Todo mundo sabe como a história realmente terminou: os assassinos amarraram Sharon Tate e seus amigos e os esfaquearam até a morte enquanto imploravam por suas vidas. Ela estava grávida de oito meses.

Mas em Era Uma Vez em Hollywood, os assassinos entram na casa de Rick Dalton, onde são surpreendidos por Cliff Booth e seu cachorro… e pelo lança-chamas de Rick também. Todos são mortos, o que claramente nunca aconteceu.

É um exemplo da fantasia de vingança de Tarantino, uma realidade alternativa em que os vilões receberam o que mereceram e os astros puderam viver felizes para sempre.

Sair da versão mobile