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Assim como Belaventura, relembre outras novelas que mandaram bem nos efeitos especiais

Na última semana, a Record chamou a atenção do público com um momento inusitado de sua atual novela das 19h, “Belaventura”. Ambientada na Idade Média, a história de Gustavo Reiz exibiu uma cena em que os personagens Polentina (Bárbara Borges) e Gregor (Marco Antônio Gimenez) fogem de um dragão em plena floresta.

A sequência teve repercussão imediata, sobretudo nas redes sociais, onde arrancou elogios dos internautas pela qualidade dos efeitos especiais que recriaram a criatura fantástica. Houve até quem comparasse o folhetim à série americana “Game of Thrones”. “Para ser ‘made in Brazil’ eu achei que ficou legal”, avaliou um espectador no Twitter. “Não é que ficou bom mesmo? Melhor que a atuação dos atores, aliás”, debochou outro usuário do microblog.

Quem acompanha novelas brasileiras, seja da Globo ou de outros canais, sabe que não chega a ser novidade que essas produções lancem mão de efeitos visuais – caprichados ou não – em determinadas sequências. Vejamos alguns casos de folhetins nacionais que ficaram conhecidos pelo uso desse artifício.

https://www.youtube.com/watch?v=GzqRPJXCXA4

“Saramandaia” (1976 / 2013)

Apesar da carência técnica imposta às produções tupinquins da década de 70, as novelas já davam seus primeiros passos no sentido de exibir efeitos diferenciados na tela. A trama de Dias Gomes, por exempo, abordava o realismo fantástico e inovou ao mostrar uma personagem, Dona Redonda (Wilza Carla), que literalmente explodia de tanto comer.

Quase 40 anos depois, “Saramandaia” ganhou um remake na Globo, que preservou boa parte do enredo e dos personagens originais, agora dentro de uma estética similar à usada por Tim Burton no filme “A Fantástica Fabrica de Chocolate”. Desta vez, o papel de Dona Redonda coube a Vera Holtz e a cena da “explosão” ganhou tecnologia de primeira. Confira as duas versões:

“Torre de Babel” (1998)

A cena da explosão do Shopping Tropical Towers, no capítulo 45, foi uma das mais marcantes da novela de Silvio de Abreu – não apenas por se tratar de um antes e depois na história, mas também pela qualidade com que foi produzida.

Levando-se em conta que “Torre de Babel” foi ao ar no final dos anos 90, pode-se considerar os efeitos da sequência irrepreensíveis.

“Os Dez Mandamentos” (2015)

Alguns anos depois, a Record se redimiu das técnicas duvidosas adotadas em “Os Mutantes” lançando “Os Dez Mandamentos” com ares de superprodução no horário nobre.

O grande destaque da trama – que bateu por diversas vezes a audiência da novela das 21h da Globo – foi o momento em que Moisés (Guilherme Winter) abre o Mar Vermelho para fugir com o povo hebreu da ira do faraó Ramsés (Sérgio Marone). Veja.

“Novo Mundo” (2017)

A recente produção das 18h da Rede Globo investiu pesado na qualidade dos efeitos gráficos, sobretudo nos primeiros capítulos, ambientados em Portugal de 1817 e em uma viagem de navio em alto mar.

Foram meses de trabalho para levar ao ar um resultado impecável diante do público, os quais incluíram a criação de um mar totalmente digitalizado e até mesmo “figurantes virtuais”, delineados por meio da captura de movimentos.

“Rock Story” (2017)

O recurso de contar com uma mesma atriz no papel de gêmeas já foi utilizado à exaustão na teledramaturgia brasileira – porém, ele encontrou seu ápice do ponto de vista gráfico na novela “Rock Story”, em que Nathália Dill deu vida simultaneamente às irmãs Lorena e Júlia.

Um bom exemplo disso é a sequência em que Lorena falece, após gravar uma confissão inocentando Júlia por um crime que ela própria cometeu. Os efeitos nos takes em que as duas irmãs aparecem juntas são excelente – Dill chega a aparecer debruçada sobre “si mesma”!

“A Viagem” (1994)

A história espírita de Ivani Ribeiro se dividia entre dois planos diferentes: a esfera terrena, em que a maioria dos personagens convivia levava suas vidas normalmente; e o campo espiritual, aonde alguns se deslocavam depois de mortos, conforme a doutrina de Allan Kardec.

De vez em quando, porém, esses dois âmbitos se encontravam dentro do enredo, e aí… Dá-lhe tecnologia nacional noventista – ainda bem mambembe perto do que se vê hoje. A cena a seguir mostra um encontro do médium Alberto (Cláudio Cavalcânti) com o espírito de Alexandre (Guilherme Fontes), vilão “fantasmagórico” da trama.

“Vamp” (1992)

Espécie de sátira aos filmes de vampiro, tão em voga à época, a trama de Antonio Calmon conseguiu a façanha de reunir diante da TV jovens e adultos para acompanhar a saga de Natasha (Cláudia Ohana) e Vlad (Ney Latorraca), dois autênticos sanguessugas que aterrorizavam uma cidadezinha do litoral do Rio de Janeiro.

Chamava a atenção, no entanto, a precariedade de alguns efeitos. Por exemplo, na cena em que o temido Vlad castiga Matoso (Otávio Augusto) e Mary (Patrycia Travassos) transformando-os em sapos, a direção da trama recorreu a pouco mais do que uma cortina de fumaça para ilustrar a “metamorfose”. (Destaque ainda para os socos e tapas trocados “à distância” entre os personagens.)

“Olho no Olho” (1994)

A paranormalidade era o tema principal desta novela do mesmo autor de “Vamp”, centrada nas figuras de Alef (Felipe Folgosi) e Fred (Nico Puig), dois jovens com poderes telecinéticos que guerreavam pelo amor da bela Cacau (Patrícia de Sabrit).

A marca registrada do folhetim, porém, foi mesmo a dicotomia utilizada para marcar e distinguir os dons e personalidades dos dois protagonistas: o perverso Fred ficava com os olhos vermelhos quando usava seus poderes, enquanto os de Alef, o “bonzinho”, ganhavam uma aura azul.

“Os Mutantes” (2007-2009)

As HQs e filmes de super-heróis foram a inspiração de Tiago Santiago para este controverso folhetim da Record, sucesso absoluto de audiência ao longo de três temporadas.

O lado negativo, porém, ficou por conta justamente dos “defeitos” especiais usados nas sequências dos mutantes que davam nome à história – como os da cena abaixo.

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