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Explicamos aquela aparição surpresa de Homem-Aranha: Longe de Casa

Se ficou até os créditos de Homem-Aranha: Longe de Casa, descobriu que um personagem muito importante do universo do Homem-Aranha retornou – sendo interpretado por um ator muito queridos pelos fãs.

Durante a primeira cena pós-créditos, J. Jonah Jameson, editor-chefe do Clarim Diário, aparece no telão da Times Square para revelar um vídeo que culpa o Homem-Aranha pela morte de Mystério e mostra que Peter Parker é a identidade secreta do super-herói.

E, é claro, talvez o mais importante: J. Jonah Jameson é retratado por J.K. Simmons, o mesmo ator da trilogia de Sam Raimi.

Aqui, te explicamos essa surpresa de Homem-Aranha: Longe de Casa.

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Clarim Diário, J. Jonah Jameson e Peter Parker

O Clarim Diário foi criado em Quarteto Fantástico #2, por Stan Lee e Jack Kirby, no ano de 1962, cerca de um ano antes de o Homem-Aranha ganhar sua revista solo.

O início dos anos 60 foi um momento extremamente experimental para histórias de super-heróis, e a ideia de continuidade e universo compartilhado estava apenas começando a se concretizar, algo que a existência do Clarim Diário ajudou a consolidar.

O Clarim Diário aparecem na maioria das primeiras publicações da Marvel apenas para mostrar que todos os personagens da Marvel existiam num mesmo universo.

Após esse primeiro ano de existência, o Clarim Diário ganhou mais destaque em Homem-Aranha #1, de Stan Lee e Steve Ditko, em 1963. Foi aqui que as coisas começaram a ganhar personalidade, nos dando um vislumbre da relação antagônica entre o editor exagerado do jornal, J. Jonah Jameson, e o fotógrafo freelancer Peter Parker.

A conexão do Clarim Diário com o Homem-Aranha foi fundamental para concretizar a popularidade do super-herói. Desde o início, a Marvel ganhou fama com o gênero de super-heróis, publicando histórias que entravam em contraste com a DC. Os personagens da Marvel eram angustiados e marginalizados, produtos da era do pós-guerra em que a ansiedade nuclear e os conflitos com o Vietnã eram mais compreensíveis que a ficção científica das décadas de 40 e 50.

Naqueles primeiros anos, a frustração dos personagens da Marvel geralmente se manifestava de uma maneira física. Os X-Men tinham suas mutações que imediatamente os marcavam como diferentes. Os superpoderes do Quarteto Fantástico pareciam estranhos, impossíveis e perturbadores. Mas o Homem-Aranha adotou uma abordagem diferente: não havia nada de estranho com Peter Parker. Na verdade, ele era bem comum.

Claro, ele tinha seus poderes, mas principalmente lutava contra os problemas da escola e do trabalho. Era um nerd tímido e tinha um chefe impossível de agradar. A maioria das pessoas podia se enxergar no Homem-Aranha.

J. Jonah Jameson e o Clarim Diário venderam esse conceito em vários níveis. Jameson era a caricatura de um editor raivoso, que odiava o Homem-Aranha e fazia coisas ainda piores para Peter Parker. As revistas em quadrinhos do Homem-Aranha eram uma mistura perfeita entre alto escapismo e medo existencial, portanto foram um sucesso em vendas.

Mas ao longo das décadas, a dinâmica entre Homem-Aranha e Clarim Diário mudou muitas vezes. J. Jonah Jameson nem sempre odiava o Homem-Aranha, Peter Parker nem sempre trabalhava como fotógrafo e assim por diante. Houve até um momento em que Jameson descobriu que Peter era o Homem-Aranha.

Mesmo com todas as mudanças de status quo, a conexão entre o Homem-Aranha e o Clarim Diário se cristalizou como uma das partes mais reconhecidas e importantes do personagem. Foi até um pouco estranho que o MCU tenha demorado tanto para mostrar Jameson e o Clarim Diário.

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J.K. Simmons e Homem-Aranha nos cinemas

Filmes do Homem-Aranha existem em abundância. Ame ou odeie, a primeira versão, estrelada por Tobey Maguire, consolidou-se como um momento decisivo para o gênero de super-heróis nos cinemas. Todo esse universo criado por Sam Raimi trouxe uma base nova de fãs do Homem-Aranha.

Entre os destaques, tivemos J.K. Simmons e sua interpretação de J. Jonah Jameson. Foi, de longe, um dos elementos mais queridos da trilogia do Homem-Aranha, retratando com perfeição a personalidade do Jameson das histórias em quadrinhos.

Na verdade, Simmons foi tão perfeito que o personagem permaneceu intocável por alguns anos. Desde o fim da trilogia de Raimi, o reboot com Andrew Garfield nem chegou a apresentá-lo. Ele foi indicado em O Espetacular Homem-Aranha 2, mas nunca chegou a aparecer em cena.

Inicialmente, o MCU também evitou esse “problema”. O Homem-Aranha de Tom Holland é muito diferente das outras encarnações em live-action e até mesmo das histórias em quadrinhos. Ele não é fotógrafo, não apresenta interesse em ser repórter e seu elenco de apoio é muito diferente, fugindo totalmente do tradicional. Claramente, o Clarim Diário é importante, mas o MCU nunca precisou dele… até agora.

Como reescalar um papel no qual um ator ficou marcado de forma tão impactante? É simples: é só não reescalar. J. Jonah Jameson está de volta, interpretado por J.K. Simmons, para arruinar a vida do Homem-Aranha, como de costume.

Por um lado, o Homem-Aranha de Tom Holland não possui nenhuma relação com o Clarim Diário, tornando o ataque contra ele mais e menos brutal. Ter sua identidade revelada é péssimo, mas pelo menos ele não precisa se preocupar em lidar com a completa implosão de seu trabalho diário ao mesmo tempo.

Por outro lado, esta é a primeira vez que tivemos alguma experiência com o Clarim Diário no MCU, então ainda não sabemos se esse tipo de retórica é “marca” de Jameson. De qualquer maneira, está claro que ele quer arruinar a vida de um garoto do ensino médio, super-herói ou não.

Mas apesar do novo contexto e pequenas mudanças em seu personagem, uma coisa é certa: agora que J. Jonah Jameson está de volta, o MCU nunca mais será o mesmo.

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