Filmes

Inclusão em filmes não melhorou nos últimos 10 anos, aponta estudo

Os últimos anos em Hollywood têm sido marcados por discursos a favor da inclusão, com diversos atores, atrizes e realizadores lutando para que pessoas negras, de diferentes etnias, orientações sexuais e identidades de gênero tenham mais espaço na indústria.

Apesar dessa crescente mudança na retórica da indústria, os números continuam a apresentar os mesmos resultados, conforme aponta um novo estudo publicado hoje pelo professor Stacy L. Smith e pela Anneberg Inclusion Initiative (via Variety).

Segundo o estudo, dentre os 1100 filmes com maior bilheteria de 2007 a 2017, raramente mulheres, minorias e membros da comunidade LGBT+ aparecem ou têm papeis de destaque na tela grande.

Além disso, é revelado que homens têm o dobro de chance de conseguirem um papel com diálogos em um filme do que mulheres e que o número de papéis femininos com falas diminuiu em relação a 2008 e 2009.

“Infelizmente, temos ficado basicamente no status quo” disse o Dr. Stacy L. Smith, co-autor do estudo. “Essencialmente multinacionais que comandam os estudos não têm se movimentado quando se trata de práticas de contratação.”

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Ainda segundo o estudo, personagens femininas com fala representam 30,6% de 48,757 personagens dos filmes estudados, enquanto que apenas 29,3% desses personagens são de grupos de minorias e menos de 1% faziam parte da comunidade LGBT+.

No ano passado, 43 filmes não contavam com personagem negros, 65 não traziam nenhum ator de ascendência asiática e 64 não traziam sequer uma personagem de origem latina. O mais alarmante é que, de 400 filmes estudados, de 2014 a 2017, apenas um trazia um personagem trans.

Essa falta de representatividade pode ser, também, consequência do mesmo cenário nos bastidores: apenas 4,3% dos 1223 diretores por trás de filmes de maior bilheteria são mulheres. 5,2% são negros e 3,1% são de ascendência asiática.

“Estou esperançoso que movimentos como o Time’s Up façam efeito e que esse será o último ano que veremos esse tipo de números,” disse Smith. “As pessoas precisam acordar e pensar de forma mais inclusiva.”

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